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MARGARIDA FINKEL

 

MARGARIDA FINKEL


 

De pais russos, nasceu no Rio de Janeiro. Ingressou no mundo das letras pelas mãos de Olegario Marianno, "o príncipe dos poetas brasileiros" que prefaciou seu primeiro livro de poemas Meu Amanhecer, como ficou registrado nos anais da revista da Academia Brasileira de Letras.

 

Formada em Biblioteconomia pela Biblioteca Nacional, exerceu funções na então Secretaria de Educação e Cultura do antigo Distrito Federal, mais particularmente em bibliotecas infanto-juvenis e na do Serviço Nacional de Teatro.

 

Membro da Diretoria da União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro, bem como da Sociedade Eça de Queiroz, também no Rio de Janeiro.

 

É sócia-correspondente da Academia de Letras e Artes do Nordeste. Recebeu vários diplomas e prêmios.

 

Obras publicadas: Do Incansável Amor Cantarei, Editora Uapê, 2000 - Poemas reunidos de 1946 a 2000; Meu Amanhecer; Entre Gaivota e Nuvem; No tear dos Ventos; Ausências Claras e Rede em Mar de Espelhos.

Fonte: www.uape.com.br

 

 

 

CARTA

 

que abras esta carta

num parque lindo

 

estou só

 

escrevo-te num grito

e ao abrires esta carta

minha voz explodirá

em teu rosto

acordando em ti

a necessidade minha

de que não te sintas estranho

e alheio

ao meu chamado

 

ecoará em campo aberto

em relva verde

árvore alta

ribeiro manso

 

se libertará e irá

caminhando

pelo espaço

só grito e grito

 

e na noite que vier

ao ouvires

um canto distante

ainda será meu grito

 

e no pássaro voando

este grito de força

que arremesso

doendo e rompendo os ossos

estremecendo o homem

triste e paralisado

dentro desta dor universal

do existir

 

                   do livro AUSÊNCIAS CLARAS

 

 

 

ÁGUA DO TEMPO

 

lanço a moeda

 

anverso ou reverso

não importa

é preciso lançá-la

forte

além da força

e o que for

será

 

vencido ou vencedor

a água do tempo

na metamorfose das horas

criará a nova imagem

 

                                      Ibidem

 

 

RUA DO OUVIDOR

 

o ontem foi lindo

os sapatos indo e vindo

na ouvidor

e o café esfriando

nas mãos de ausências claras

 

 

onde me perdi?

 

                                      Ibidem

 

 

 

 

 

BUSCA

 

 

bactéria do grão

desta galáxia

que entre outras galáxias

congrega mundos

amargamente

com meu sonar

busco o poente do meu único sol

e me emociono

com minha única lua

 

                                               Ibidem

 

 

Página publicada em junho de 2010

 

 

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