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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte da imagem:

http://teatrofantasma.blogspot.com/2009_07_01_archive.html

 

 

MÁRCIO-ANDRÉ


 

Nasceu em 1978, no Rio de Janeiro. Seu trabalho vai da poesia ao pensamento, passando pela música concreta, a arte digital e o cinema, e tem se destacado internacionalmente, como referência da nova literatura e da poesia experimental. Publicou Intradoxos (2007) e Ensaios Radioativos (2008), além de ter participações em revistas e antologias, com textos traduzidos para o inglês, o francês, o espanhol, o italiano, o finlandês, o holandês, o húngaro e o catalão. Deu aulas de formação avançada em escrita criativa na Universidade de Coimbra e na UFRJ, colaborou com os Jornais O Globo, Jornal do Brasil e o Estado de Minas, e recebeu, em 2008, a Bolsa Fundação Biblioteca Nacional para livro de ensaios. Com Ferreira Gullar, Maria Bethânia, Zeca Baleiro e Edu Lobo, leu poemas para o documentário "Há muitas noites na noite", de Silvio Tendler. Em 2007, fez um recital solitário nos escombros da cidade fantasma de Pripyat, em Chernobyl, tonando-se o primeiro poeta radioativo do mundo. É editor da Confraria do Vento e curador do evento "Cidade aTravessa: poesia dos lugares". Atualmente vive em Lisboa.

 

“Num determinado ponto de "Cazas" destaca-se "a seiva dos geradores no ventre das lâmpadas". O poema joga com esse circuito entre paredes, janelas, ruas, entre as coisas do mundo urbano, sobretudo, e às vezes contraditoriamente os atorniza de tal modo que aquilo que se chamaria de verso em outras manifestações poéticas mais discursivas posta-se em sua tensão de base -, pois que é de uma tensão primordial que se trata as três grandes peças do livro. (...)  Em leituras sucessivas, porém, o que se vê é que Márcio-André construiu uma obra definitiva ainda muito jovem. Eis um livro que demonstra o que há de melhor na nova poesia

brasileira.” João Gilberto Noll

 

 

De
Márcio-André
CAZAS
(seguido de mais dois poemas sobre lugares)
São Paulo: Dulcinéia Catadora, 2011.  40 p.
Capa pintada à mão por artistas e catadores, feita com papelão comprado de
cooperativas de materiais recicláveis.

 

 

(fragmentos)

 

 

os gomos cítricos de sua íris
[um aberto

         rente ao céu]

 

pelo que o céu tem de flúor no baldrame das lajes

 

ao mapear a silhueta desse animal

atrás das portas

 

a mulher dentro da casa

[útero num outro útero]

 

a história das damas

sodomizadas nas paredes

 

o déjà vu é o mesmo instante em outra possibilidade

 

para erguer â casa

antes é preciso escolher o céu sobre ela

medir a pulsação do quintal e do chão

 

 

a casa é 30% tijolos e 70% sonhos

 

         casa-fruta

casa-mundo

 

sobre uma

         cidade aerada [seu subterrâneo
         aleatório]

 

a mulher na cozinha

tinha no cabelo o dobro da idade

 

fruta-falo em seu ventre

 

na ontologia dos detalhes

os utensílios têm parte com os delírios

 

a estrutura óssea da casa

não suporta vibrações de realejo

 

Veja mais sobre o autor: http://www.marcioandre.com/

 

 

MÁRCIO-ANDRÉ.  Intradoxos – movimento perpétuo.  Rio de Janeiro: Confraria do Vento, 2007,  96 p.  ilus. ISBN 978-85-60676-00-2   A montagem do livro é reversa, de tras prá diante, como os livros japoneses, ou seja, a capa principal ao final e a leitura é feita da última para a primeira página do miolo.  Col. A.M.

 

A CIDADE

 

os limites da cidade nos limites do corpo

 

          sobras de sua outra cabeça

este corpo

          estriado nas extremidades

este corpo

dado por alghém

entrevisto

          nos ângulos

          dos ângulos   de um labirinto]

 

          a cidade começa nas tardes

à noite

          oferta uma vinha de luzes —

 

          [ ]

          [ ]

 

e um dia

          no fim da rua

a cidade encontrará outra cidade

          outro labirinto entre labirintos

 

 

A edição desse mês da revista japonesa Kai traz uma tradução desse poema que escrevi em homenagem a William Blake e que faz parte da série "Bestiarium imagineria" (ainda inédita em sua totalidade). A banda galega Guilherme e Bastardo também fez uma versão musical do poema, que será apresentada em breve no seu CD de estréia. Não consegui ainda um exemplar da revista, mas deixo aqui a versão em português (fiz um .jpg para não perder a formatação). A imagem é de uma obra do artista plástico chinês Cai Guo-Qiang.

 

Página publicada em julho de 2011 - ampliada e republicada em dezembro de 2013



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