MARCIA BARROCA
Marcia Barroca nasceu em Leopoldina/MG em 29 de outubro de 1951 e reside há 34 anos no Rio de Janeiro.
Licenciada nas Literaturas: Brasileira, Portuguesa, Inglesa e Americana. Formada em Letras pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Santa Marcelina - Muriaé/MG.
É membro das Academias: Poçoense de Letras e Artes, Poções/BA; Academia Brasileira de Literatura do Rio de Janeiro; Sociedade Eça de Queiroz/RJ. Membro Honorário da ALB - Mariana/MG; membro da APPERJ - Associação Profissional dos Poetas no Estado do Rio de Janeiro; membro da UBE - União Brasileira de Escritores/RJ.
Publicou pela Editora Alcance/RS, em 2006, seu primeiro livro Msrés e Semeaduras. Em 2009 publicou seu segundo livro, Desclausura - O verniz de unha na boca, pela mesma editora. Em 2010, o livro 50 poemas escolhidos pelo autor pela Galo Branco/RJ, que recebeu o Prémio Henriqueta Lisboa/2012 - UBE/RJ. Em 2012, lança pela Editora Kelps/GO, Aldravias a cinco vozes, em português e espanhol, em parceria com os poetas: Edir Meirelles. Juçara Valverde, Luiz Gondim e Messody Benoliel.
BARROCA, Marcia. Poemas nus. Rio de Janeiro: Oficina, 2013. 68 p. 14x21 cm. Col. A.M.
Segredos dedilhados
Carrego versos
como quem carrega fardos
Exorcizo do corpo
demónios ancorados
e da alma frémitos arrepios
Revelo meus segredos
descobrindo véus
para quem sem medo
dedilhar meus sons
O amor entrego
para o olhar
trovoada sacudindo
minha porta aberta
Rimas raras
correndo meus pensamentos
Um corpo livre
Quero um corpo
sem sentimentos
para poder amar
sem culpas
Descansar dos silêncios
ecos de ausências
Breves momentos de prazer
Um corpo livre
sem apegos
que aconteça imenso
direto/cheio de acasos
Um corpo inteiro
Revelando sorrisos
carregados de poemas
Devorando-me!
Desconstruir palavras
Para Luiz Gondim
Deitar o grão
na umidade da terra
Gerar alimento
fecundar o corpo
Redimir o desejo
do cio em chama
O sopro do vento
escava o verso
Constrói armadilhas
planta o poema
humaniza sonhos
Reconstruir o tempo
salva o poeta
da palavra desconstruída
OLIANI, Luiz Otávio. entre-textos 2. Porto Alegre, RS: Vidráguas, 2015. 104 p. 14x21 cm. ISBN 978-85-62077-19-7 “ Luiz Otávio Oliani “ Ex. bibl. Antonio Miranda
PRISÃO LÍRICA
Márcia Barroca
Dói-me o lirismo da rima
Comedido verso
em gaiola
metrificada
Presas palavras
como papiros
em cripta soterradas
Dói-me sentir
em pleno século 21
poemas aquartelados
(Poemas nus – RJ: Oficina, 2013)
ÍCARO
Luiz Otávio Oliani
mordaça na boca
palavra cerzida?
se poesia é beleza
por que trancafiá-la
a sete chaves
numa gaiola ?
pleno século XXI
entre os ismos
o eu lírico quer
versos em queda livre
Página publicada em outubro de 20013; página ampliada em outubro de 2020
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