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LUIZ LEITÃO

Luiz Antônio Gondim Leitão (Niterói, 25 de janeiro de 1890 – 4 de abril de 1936), conhecido como Lili Leitão, foi um poeta e dramaturgo brasileiro.

Publicou sonetos humorísticos sob o pseudônimo de Bacorinho. Também escreveu poemas eróticos, como os que foram seu último livro, Comidas bravas.

Poesia: Sonetos (1913); Vida apertada (1926); Comidas bravas

Biografia extraído da wikepedia.

 A CAGADA

Certa vez, para dar uma cagada,
ou por outra, passar um telegrama,
embarafustei por uma reservada
de um Café que nem sei como se chama.

Entro e, ao cagar, sorte danada:
num dos papéis sujos de merda e lama
vejo o retrato da mulher amada,
por quem meu peito e coração inflama.

Nisto, interrompo minha caganeira,
pego o retrato dela e boto na algibeira,

Satisfeito. Sorrindo e suspirando,

Que porco!  — hei de dizer — mas eu protesto.
Porque assim procedendo, no meu gesto,
provei que gosto dela até cagando.

(De Vida apertada  - Sonetos humorísticos)

Luiz Leitão

Nasci em Niterói, lugar ordeiro,

Terra de Araribóia, santa e benta,

No dia vinte e cinco de janeiro

Do ano mil oitocentos e noventa.

Não sou moço, pois vou para o quarenta;

Também não sou nenhum velho cangueiro.

Vivo da pena, minha ferramenta:

Sou poeta, burocrata e "revisteiro".

Rabichos, tive um só, pela Chiquinha;

Dinheiro, tenho visto uma porção,

Na algibeira dos outros, não na minha.

E, assim, lutando, sem tombar de borco,

Hei de ser sempre o mesmo Luiz Leitão,

Leitão que nunca há de chegar a porco...

Página publicada em novembro de 2019

Poesía satírica, humorística, pornográfica.