Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



FLAVIO NASCIMENTO


 

Nasceu em 1945 e espalha poesia pelas ruas da cidade, desde os anos 60, desde a geração mimeógrafo, até que um patrocínio justo reuniu a obra dela. Cordel urbano, moderno, desvairado, de inspiração popular, autêntica.


“Flávio pode e deve fazer poesia, porque o faz por necessidade. E de poesia andamos todos bem necessitados.” Chico Buarque


“Prá cada poeta que vai / Surgem Flavios favos em nascimento // Poesia: flor sempre-viva/ Sem mãe nem pai / Flor bastarda florescendo no quintal / Imortal porque sempre em movimento.”
Mano Melo

 

A seguir, dois poemas colhidos de POESIA NA RUA Antologia (1967-1997). Rio de Janeiro: Ibis LIbris, 2003.

 

NASCIMENTO, Flávio.  Poesia na rua: antologia de 30 anos de poesia popular participativa (1967-1997).  Prefácio de Bráulio Tavares; posfácio de Zózimo Bubul.; apresentações críticas de Chico Alencar, Valdemar Valente Jr., Márcio Libar.   Rio de Janeiro: Ibis LIbris, 2003.  152 p.  14x21 cm.  ISBN 85-89126-10-2  “ Flávio Nascimento “ Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

II - Outros Passos

Desintegração

 

Banco

me tranco?

Rua

a vida afunda ou flutua?

Bar

que tem o céu

com a terra e o mar?

Prédio

é tédio.

Propaganda

não é varanda,

não é ciranda.

Água iluminada,

          sou nada.

Tapete verde,

          tudo se perde,

Estrada molhada

          nada

Jardim

          de mim?

Momento

          tormento

coqueiro

          fui inteiro...

museu

          o que se deu?

De arte moderna

 viaduto

qual fruto?

Restaurante

          avante

telefone

          sem nome

praça

          quem abraça?

Cigarro

          agarro, escarro

tonto, conto, ponto.

 

 

Profecia (Estilhaços)

 

Porque a vida

          é a tua mesa de comida

sem toalhas comportadas.

Porque fizeste

de um pedaço de chão

um leito leve de amor.

Porque és porta e coração abertos.         

Porque tens a cada hora

uma aurora sempre perto.

Porque a tua vida

não é feita de feras.

Porque o teu tempo

          não tem esperas.

Porque tens um abraço

          para cada instante

          e tua vida

          é uma partida constante.

Porque não tens o sangue frio

                             do asfalto.

Porque o teu mundo não é de aço

          e nem és um robô.

Porque espalhas estilhaços

                                      de amor.

Porque a tua sede é calma

                             de alma verde.

Porque a tua fome

          é fonte

          de onde nasce o homem.

Porque tens a tua vida solta

          e tua vida não tem volta.

Porque tens o cabelo selvagem

                   e cada passo teu

                   vai de encontro

                   a uma viagem.

Porque o mundo que descobriste

se deu conta

de que existe.

Porque te fizeste fundador

          de um novo espaço.

Porque teu corpo

                   não tem norte nem sul.

Porque não há algemas

          que segurem tuas mãos.

Porque a tua estrada

          não tem mancha de solidão

e o céu, o sol, o som

se espalham nos dedos de tua mão.

Porque não medes distâncias

          que venham ao teu lugar.

Porque não se mede o longe

          de teu andar.

Segue e vai

          na rebeldia de tua paz,

          mesmo a guerra

          fará silêncio à tua passagem.

Ah! Caminhante,

          o mundo inteiro

será teu

mais adiante!

 

 

NASCIMENTO, Flávio.  Poesia.  Nova Friburgo, RJ: 1998.  34 p.  14x21,5 cm. Capa: Maria  Luiza Borba.  Ex. bibl. Antonio Miranda


Nosso organismo linguístico e cultural precisa, entre tantas outras coisas, da poesia de Flávio Nascimento. Pode parecer uma poesia “descartável”, efêmera, que vive em função do momento de ser dito, mas basta vê-la nesse momento e depois examiná-la no papel, no silêncio de uma noite a sós, para perceber o que ela tem de clássica, de lúdica, de deliberada, de consciente do que quer atingir e dos meios para fazê-lo.”
                                                                              
BRÁULIO TAVARES

 

                                        TABATINGA

Contra qualquer mau cheiro
                                fedor
                                catinga.

USE O BARRO DE TABATINGA! (BIS).

 

Se o cara te esculhamba
                        esculacha
                        xinga.

USE O BARRO DE TABATINGA!

 

Beba água de fonte

                de mina

                de moringa
USE O BARRO DE TABATINGA!

 

Se você toma cachaça
                        pinga

                        jacutinga.

USE O BARRO DE TABATINGA!
Em Carangola

           Carapicuíba

                Caratinga.
USE O BARRO DE TABATINGA!


Contra cera

        quizumba

                catimba.
USE O BARRO DE TABATINGA!

 

Se você está duro

                        teso

            na maior pinimba.
USE O BARRO DE TABATINGA!

 

Em Niterói

               Itaipu
                       Piratininga.
USE O BARRO DE TABATINGA!

 

Catilina, Catatau

Berimbau, Catapimba.

USE O BARRO DE TABATINGA!

 

Toque ganzá

                maracá

                           marimba.
USE O BARRO DE TABATINGA!

 

 

 

Página publicada em fevereiro de 2009. Ampliada em junho de 2018

Voltar para a  página do Rio de Janeiro Voltar ao topo da página

 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar