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SIMBOLISMO – POESIA SIMBOLISTA

 

 

FIGUEIREDO PIMENTEL

 

 

autor ou compilador das Histórias da Carochinha, Contos da Baratinha, Histórias da Avozinha, Histórias do Arco-da-Velha, tão populares entre as crianças nos primeiros decênios deste século [século 20], foi também autor de romances e de dois livros de poesia, Fototipias e o Livro Mau. Jornalista, afirma-se que por sua influência se transformou nalguns pontos a vida mundana dos cariocas. Colaborou nas revistas do simbolismo, correspondeu-se com os corifeus franceses como Remy de

Gourmont e Samain, e redigiu para o Mercure de France, a partir de 1901, uma seção sobre letras brasileiras.

 

Sua poesia é pessimista e chegou a escandalizar a sensibilidade de Alcides Maia, como no romance seu propósito, segundo Araripe Junior, cifrava-se em afrontar a castidade e a pudicícia. Seu desejo de "effarer" confere-lhe aos versos do Livro Mau

caráter decadente; em Fototipias, informa Araripe Jiinior, era parnasiano: examinava "praxitelicamente" 28 mulheres, de gregas a africanas.

 

Alberto Figueiredo Pimentel nasceu em Macaé, no Estado do Rio, em 11 de outubro de 1869. Manteve na Gazeta de Noticias, por longos anos, a partir de 1907, uma seção em que se fêz novo "árbitro das elegâncias" cariocas, e criou o slogan "0 Rio civiliza-se". Faleceu no Rio, em 5 de fevereiro de 1914.

 

BIBLIOGRAFIA DO AUTOR: Fototipias, Rio, 1893, e Livro Mau, Rio, Carlos Morais e Cia., 1895.

 

 

* * *

 

Texto: Damos, em vez dos versos decadentes, mas com fortes laivos parnasianos de Figueiredo Pimentel, uma poesia de tons simbolistas, que Murici (Panorama, I, 338 e seg.) reproduz dos Poetas Brasileiros Contemporâneos, de Melo Morais Filho.

PÉRICLES EUGÊNIO DA SILVA RAMOS, in  POESIA SIMBOLISTA Antologia. São Paulo: Melhoramentos, 1965, p.147

 

 

OLHOS MISTERIOSOS

 

Enigma vivo! esfinge indecifrávell

Quem poderá, acaso, desvendar

Os arcanos que existem no insondável

Fundo daquele olhar?!...

 

Olhar que lembra o Fogo-fátuo, errante,

De cova em cova, rápido, a fugir;

Olhar d'aço — ora morto, ora brilhante,

Esquisito, a fulgir...

 

Olhar imenso, olhar caliginoso,

Do Infinito espelhando a vastidão,

Que terrível segredo misterioso

Reflete o teu clarão?

 

Olhar que fala... Mas, que língua estranha,

Que idioma de bárbaro pais,

Falam tais olhos, cuja luz me banha,

Fazendo-me infeliz?!...

 

Que paisagem fantástica de Sonho

Esse olhar nebuloso reproduz

— Luar triste, deserto, ermo, tristonho,

Sem trevas e sem luz;

 

Onde uma c6r funérea, indefinida,

(Uma cor, que não é bem uma cor)

Paira como uma luz amortecida,

Um lívido palor?

 

Enigma vivo! esfinge indecifrável!

Quem poderá, acaso, desvendar

Os arcanos que existem no insondável

Fundo daquele olhar?

 

Olhar trevoso, olhar que nos aponta

Incognoscível Região d'Além:

Quem é que sabe o que esse olhar nos conta?!.,

Ninguém!... ninguém!... ninguém!....

 

 

 

DESÂNIMO

 

Já nada tenho do que outrora tive,

e noutros tempos muita coisa eu tinha:

minh'Alma, agora, em desespero, vive,

vivendo sem viver, triste e sozinha.

 

Muito sorri e muita dor contive,

para que. o Mundo vil não visse a minha

grande e profunda Mágoa. E assim estive,

a viver uma vida bem mesquinha.

 

Tudo perdi. Na noite do Passado,

apagou-se o fanal que me guiava,

no Céu do meu viver a fulgurar.

 

Agora, velho, trôpego, cansado,

espero, mas em vão, que d'Alma escrava,

venha a Morte os grilhões despedaçar.

 

(Livro Mau, págs. 85 86.)

 

 

 

 

Página publicada em setembro de 2009


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