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FERNANDO LEMOS

Fotógrafo, pintor, desenhista, artista gráfico e poeta português radicado há 50 anos no Brasil, para onde veio escapando da ditadura de Salazar.

 

LEMOS, Fernando.  Percurso.   BEI Cominicação, 2010.    Ilus. col.  28,5x29 cm.  Sobrecapa.   Capa, projeto gráfico editorial de Fernando Leme e NEI.  Organização e coordenação do projeto: Daniel Baudouin e Maria Helena Sobral.  Textos em inglês: Lynne Reay Pereira e Cristina Musso.  Tiragem: 3500 exs.  ISBN 978-85-7850-050-4  Inclui poemas e reproduções de imagens das obras pictóricas do autor. Inclui CD “O Baralho de Fernando Lemos” – filme/capítulos, entrevista a Carlos Augusto Calil.     Col. A.M.  

Ilustração para o poema “Servidão de passagem-proêmio”, de Haroldo de Campos, jornal O Estado de São Paulo, nanquim sobre papel. 12x18 cm, 1962.  Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo.

  

quanto mais desejo

quanto mais desejo
mais invento o que vejo

quanto mais vejo
mais invento o que desejo

quanto mais invento
mais desejo o que vejo

 

quanto mais escrevo
mais invento o que penso
quanto mais penso
mais invento o que escrevo

quanto mais invento
mais escrevo o que penso

 

 

 

UM POEMA SURREALISTA

 

Extraído de

CUADRADO, Perfecto E., org.  A Única real tradição viva: Antologia da poesía surrealista portuguesa.  Lisboa: Assírio & Alvim, 1998.   399 p.  Col. A.M.

 

 

A cidade está oculta

Todo um rio de cimento

persegue as ruas

 

Porque agora as horas são mais sólidas

os homens abraçam-se com os filhos ao entardecer

A outra tarde é uma chuva num círculo

abraçando o fogo

Não há imagens

e o mistério deixa-se improvisar

 

Se houvesse uma mesa

por onde o pássaro gigante vomitasse o ruído

a noite decerto se mostraria

menos receosa

 

Mas o que se passa não é mais vida

nem pasmo fala-se

Vem uma máquina exterior

mastigar a voz

 

Depois as estradas numa infinita gravata

sufocam a paisagem guilhotina

de dois horizontes

Pausa para separar os dias do irremediável

A cidade segue oculta

 

Os dias deixam aquela baba peçonhenta

a roçar a cauda pelas sombras do musgo cortante

 

 

Página publicada em maio de 2013. - ampliada e republicada em janeiro de 2014


 

 

 
 
 
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