EUCANAÃ FERRAZ
Nasceu no Rio de Janeiro, em 18 de maio de 1961. Escreveu, entre outros, os livros de poemas Cinemateca (Companhia das Letras, 2008), Rua do mundo (Companhia das Letras, 2004), publicado em Portugal (Quasi, 2006), Desassombro (7 Letras, 2002, prêmio Alphonsus de Guimaraens, da Fundação Biblioteca Nacional), publicado em Portugal (Quasi, 2001) e Martelo (Sette Letras, 1997).
Organizou os livros Letra só, com letras de Caetano Veloso (Companhia das Letras, 2003), publicado em Portugal (Quasi, 2002); Poesia completa e prosa de Vinicius de Moraes (Nova Aguilar, 2004), a antologia Veneno antimonotonia — Os melhores poemas e canções contra o tédio (Objetiva, 2005) e O mundo não é chato, com textos em prosa de Caetano Veloso (Companhia das Letras, 2005). Publicou ainda, na coleção Folha Explica, o volume Vinicius de Moraes (Publifolha, 2006).
Edita, com André Vallias, a revista on line Errática (www.erratica.com.br). É professor de literatura brasileira na faculdade de letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Página do autor: http://www.eucanaaferraz.com.br/
Foi no taxi entre o aeroporto e o hotel que ouvi o nome de Eucanaã Ferraz pela primeira vez. Estava em Porto Alegre para dar uma palestrana UFRGS. A jovem bibliotecária que me conduzia me falou de sua admiração pelo poeta carioca. O nome não me era estranho. Eucanaã não é um nome comum... Depois me lembrei que o havia lido na antologia da Heloisa Buarque de Hollanda, que é quem mais entende de poesia contemporânea no Brasil. Prometi que ia fazer uma página para o poeta, mas o tempo foi passando, passando. Os bons poetas devem ser como o vinho, não são descartáveis, melhoram com o tempo. Na releitura é que realmente apreciei o poeta, e aqui consumo a promessa, com admiração e prazer. Antonio Miranda
TEXTOS EN ESPAÑOL Y PORTUGUÊS
O EQUILIBRISTA
Traz consigo resguardada
certa idéia que lhe soa
clara, exata.
No entanto, hesita: que palavra
a mais bem medida e cortada
para dizê-la?
Enquanto não lhe vem o verso, a frase, a fala,
segue lacrada a caixa
no alto da cabeça.
PAISAGEM PARA ANNA AKHMÁTOVA
O corpo, ainda corpo,
sabe de cor
a dor. Dizer adeus,
carpir, esconder,
bater palavras contra o muro.
Ruas de São Petersburgo
sob a neblina – o corpo
sabe de cor
onde se morre.
Mas, por entre o estridor
de soldados e funcionários,
cava uma saída:
o próximo poema
(promessa de delicadeza e silêncio)
– ouve cantar uma cereja.
===============================
De
BUARQUE DE HOLLANDA, Heloisa.
Esses poetas: uma antologia dos anos 90.
Rio de Janeiro: Aeroplano Editora, 1998.
SBN 85-86579-02-5
ACONTECIDO
Como quem se banhasse
no mesmo rio
de águas repetidas,
outra vez era setembro
e o amor tão novo.
Iguais, teu hálito mascavo,
a minha mão inquieta.
Novamente o quarto,
a praça vista da janela,
teu peito.
Depois eu era só — vê —
sob a chuva miúda daquele dia.
MORTE NO MAR
a T. S. Eliot
Lembro do rapaz que vi morrer na praia.
Os olhos abertos
— uma luz tão fria —
conchas espantadas que RAM.
As mãos nada diziam de
anêmonas e navios.
Eu era um menino e
o azul verde da água.
Alto e belo, o afogado,
um capitão.
MAIO
Dia perfeito:
diapasão.
Marinho. Murano,
meu.
De
RUA DO MUNDO
São Paulo: Companhia das Letras, 2004
ISBN 85-359-0588-5
Não saberia dizer a hora
em que me desfizera de tudo o que não era teu,
quando cada coisa se deixou cobrir
por tua presença sem margens
e deixou de haver um lado
que fosse fora de ti.
*
Amor desfeito.
Do vento mais suave
(arrastamos nosso corpo
para fora, para a hora
de partir) o movimento mínimo
fere nosso rosto
e o silêncio semelha o dente de um ácido
sombrio sobre nosso ferimento,
ainda tão recente,
cintilante.
*
Eu caminhava nu, sem que você visse.
Pra que você visse, eu caminhava sem.
Você não via. Pra que você soubesse,
eu caminhava nem, sem que você visse,
eu caminhava livre, além do limite de
ser ninguém, sem remo e sem alento,
o andar isento quase de mim mesmo,
num estranho, cansado engano,
sem âncora, no vento, e mais contente.
Nu, livro ao avesso; nu, anel sem dedo;
nu, anel sem dentro; nu, a pedra
bruta; nu, um livro bruto, antes
do acabamento, cimento grosso,
na antemão da cal, da letra, descampado,
como se a mão de alguém me desenhasse,
antiquíssimo, no dorso de um vaso.
(...)
De
cinemateca
São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
ISBN 978-85-359-1187-9
Exemplar gentilmente dedicado e enviado pelo autor. O intermediário – amigo e admirador do poeta — foi Alberto Bresciani que fez também a seleção dos poemas a seguir:
acorda
Em meio ao que deve ser
ainda a noite. Seu grito,
porém, não se desfaz
no ácido escuro: cuspido
para além do corpo
à maneira de um osso,
permanece agudo, ali,
fincado entre a parede
e a cama. Pode vê-lo,
como quem vê doer a dor
fora de si mesmo. Fecha
os olhos, abre-os, fecha
o peito, respira, e o grito,
sólido, negro negror,
no mesmo lugar. A garganta
não pode trazê-lo de volta,
o sono não pode apagá-lo, o medo
vigia, o quarto carbonizado
pelo pavor é minúsculo,
é imenso. O grito assim,
matéria, parece ter peso:
não é leve, apesar de
acima do chão,
chumbo em levita9ao;
tem cor: a tinta da noite
em si mesma concentrada;
massa: totalmente caroço,
compacta; temperatura: é frio
como só pode o vidro,
frio que se irradia liso
e lança de si gelado o hálito
em que tudo — cômoda, quadros,
cama — afunda; o grito assim,
feito coisa, tem densidade:
a de um piano sem teclas,
só a sua glândula enfartada e dura;
tem cheiro, e pelo quarto
instantâneo se espalha: fedor
de borracha. Bicho que
depois de morto pudesse
saltar sobre a presa:
lei, sentença, decisão
sem preâmbulos e sem motivo. Mas
a mão da mulher acorda
e lhe pergunta. Um sonho,
um pesadelo, ele responde. E
volta-se para o lado. Cômoda,
quadros, cama respiram aliviados,
o dia tem pressa,
dormir é ouro.
o não
Então diz o meu nome como se
me devolvesse a mim: eu não te quero
é o que, por sob, diz toda vez que me diz
o meu nome, disparando contra mim
a distância de eu caber num cadastro,
letras num catálogo que não lhe diz respeito,
a despeito de dizer-me o meu nome,
pois o faz, repito, como quem, por assim
dizer, diz não, recusa o presente, devolve
a fábrica a ternura torta. Peço que não
me diga o meu nome, nome
de quem perde o nome diante de você.
o desfotógrafo
Vejo tudo agora diferente,
como se o tempo contra o rio
dirigisse e de trás pra frente
eu desescrëvesse um livro
e cada palavra nele se tornasse
livre e me fizesse livre
e sílaba a sílaba toda memória
desaparecesse — sumisse! —
como se, na nossa frente, tudo
o que fomos um dia num passe
de mágica evaporasse num passe
de música, num passo — no ar!
Hoje, tudo dá-se a ver sem dor,
limpo, sem um traço de paixão.
Os poemas se apagaram e, repara,
façamos um balanço: de nós
restou não mais que a folha livre
de depois do livro, retrato em
branco e branco
a bela e a fera
I
Em cruzar
a sala zumbindo
sua navalha o besouro-ébano espanta
o piano que se ergue atrapalhado,
plantado na ponta das
patas
sem poder,
do chão, tocar o ouro
absoluto da negra couraça que inseta
o ar ali com sua canção. E o pobre
Steinway supõe ser
a nave
um
sinal, um
seu semelhante, um filho talvez.
a bela e a fera
II
Em cruzar a sala zumbindo o outro negro
de sua couraça
o besouro
absoluto
ébano espanta
o piano que, plantado no chão, ergue-se
atrapalhado na ponta das patas sem poder
tocar a nave que
navalha
o ar
com sua canção-verniz. E
o pobre Steinway supõe ser o inseto
ali um sinal, um seu semelhante,
talvez um
filho.
...........................................
FERRAZ, Eucanaã. Sentimental. Poemas. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. ISBN 978-85-359-2167-0 Col. A.M.
Exorbitar amontoar
Vou chamá-la assim a nossa história: nossa história
de amor, que, escrita em mensagens eletrizantes, plasmou-se
em relâmpagos no espelho do velho computador; acredite,
nosso amor que morreu resiste tecnicamente em disquetes
depois de quase todo apagado de nossa memória,
da sua pelo menos,
e sonâmbulo continua, mesmo perdido em montanhas
de nada e nada; viverá assim por centenas de anos;
desaparecerá, portanto, muito tempo depois de nós
próprios termos desaparecido,
nossa história de amor, eternizada no lixo.
EUCANAÃ FERRAZ PUBLICA METAPOEMA ANTIPOÉTICO
e um comentário de ANTONIO MIRANDA à guisa de apresentação
O poeta Eucanaã, uma das vozes mais incisivas e criativas entre nós, publicou dois poemas na última edição do suplemento dominical ILUSTRÍSSIMA, da Folha de S. Paulo, de 22 de fevereiro de 2015. Escolhemos o metapoema (poemas sobre poesia) ORELHAS, com conotação explicitamente antipoética (como a antipoesia do Nicanor Parra, mas recorrendo a uma oralidade entre erudita e popular, sarcástica e contundente). A metalinguagem usa e até abusa, com extrema lucidez e propriedade, de oximoros, ou seja, contrastando os opostos em dimensão propriamente esperpêntica, vale dizer, de exagero e denúncia, do mais sublime ao mais cruel sobre a prática eufemística e edulcorada de certos poetas contemporâneos. Mais cruel do que sublime...
Orelhas
Estão certas todas as canções banais convencionais
seus corações como são de praxe; estão certos os poemas
enfáticos inchados de artifícios à luz óbvia da lua
ou de estúpidos crepúsculos; os sonetos mal alinhavados
toscos estão certos bem como as confissões íntimas
não lapidadas reles nem polidas; ouçamos o que dizem
sobre qualquer coisa; dizem não vai dar certo; repetem;
e se o versos é trivial é mais sagaz quanto mais pueril
mais seguro quanto mais frouxo mais sólido quanto
mais rasteiro mais a toda prova e quanto mais barato
e quanto mais prolixo o alexandrino mais legítimo;
as formas desdentadas vêm do fundo; as odes indigestas
dizem tudo; o verso oco não traz menos que a verdade
nua ponto. Estão certos os romances de aeroporto;
a quem busca um modelo procure o estúpido; se deseja
uma estrela de primeira grandeza escolha o simplório
é o que digo não busque senão na aberração a sinceridade
e no disparate a franqueza; prêmios literários não passam
de hipocrisia; estiveram desde sempre certos os erros
de tipografia; o contrassenso dever ser o mandamento
de quem precisa disfarçar o mal-estar após mostrá-lo
sem pudor; sim a saudade arde exatamente como
nos roteiro dos filmes mas só as fitas mais chinfrins
e com fins infelizes não mistificam e dizem de antemão
o que seremos: redundância errância perfeição.
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Obs. foto extraída de http://www.flip.org.br/
TEXTOS EN ESPAÑOL Y PORTUGUÊS
EUCANAÃ FERRAZ
Rio de Janeiro, 1961. Poeta, narrador, ensayista y profesor. Imparte clases de Literatura brasileña en la Universidade Federal do Rio de Janeiro. Organizó la edición conmemorativa de los ochenta años de la publicación del primer libro de Carlos Drummond de Andrade, Alguma poesia (2010). Organizó la publicación de la Poesia completa e prosa de Vinicius de Moraes (2004) y O mundo não é chato (2005), de Caetano Veloso. Edita, con André Vallias, la revista literaria digital Errática. Es autor de varios libros de poesía como Martelo (1997), Desassombro (2002), Rua do mundo (2004) y Cinemateca (2008).
A seguir, textos extraídos de la revista venezolana (en la web) LA COMUNA DE BELLO. N. 2, abril 2014
Retrato de menina
Os cabelos, não.
Tampouco olhos.
Nada além do sorriso: pedras
que as palavras atravessam rápidas
como lagartos, muro
onde encostar meu cansaço.
Retrato de muchacha
Los cabellos, no.
Tampoco ojos.
Nada más allá de la sonri
sa: piedras
que las palabras atraviesan rápidas
como lagartos, muro
donde apoyar mi cansancio.
Eles
Os saqueados de
tudo
ou quase tudo.
Em cuja alma
não cabem mais que uma mesa
e sonhar que,
sobre ela,
a lavoura da vida inteira
seja,
um dia, a ceia.
Ellos
Los saqueados de
todo
o casi todo.
En cuya alma
no caben más que una mesa
y soñar que,
sobre ella,
el cultivo de la vida entera
sea,
un día, la cena.
Forma
Para Roberto Corrêa
Palavras, arrumá-las
de tal jeito
–cilada–
que se possa
apanhar com elas
um sentimento que passa.
Forma
Para Roberto Corrêa
Palabras, arréglalas
de tal modo
–celada–
que se pueda
asir con ellas
un sentimiento que pasa.
El laberinto de la soledad
Yuri viu que a Terra é azul e disse a Terra é azul.
Depois disso, ao ver que a folha era verde disse
a folha é verde, via que a água era transparente
e dizia a água é transparente via a chuva que caía
e dizia a chuva está caindo via que a noite surgia
e dizia lá vem a noite, por isso uns amigos diziam
que Yuri era só obviedades enquanto outros
atestavam que tolo se limitava a tautologias
e inimigos juravam que Yuri era um idiota
que se comovia mais que o esperado; chorava
nos museus, teatros, diante da televisão, alguém
varrendo a manhã, cafés vazios no fim da noite,
sacos de carvão; a neve caindo, dizia é branca
a neve e chorava; se estava triste, se alegre,
essa mágoa; mas ria se via um besouro dizia
um besouro e ria; vizinhos e cunhados decretaram:
o homem estava doido; mas sua mulher assegurava
que ele apenas voltara sentimental. O astronauta
lacrimoso sentia o peito tangido de amor total
ao ver as filhas brincando de passar anel
e de melancolia ao deparar com antigas fotos
de Klushino, não aquela dos livros, estufada
de pendões e medalhas, mas sua aldeia menina,
dos carpinteiros, das luas e lobisomens,
de seu tio Pavel, de sua mãe, do trem,
de seus primos, coisas assim, luvas velhas,
furadas, que servem somente para chorar.
Era constrangedor o modo como os olhos
de Yuri pareciam transpassar parede,
nas reuniões de trabalho, nas solenidades,
nas discussões das metas para o próximo ano
e no instante seguinte podiam se encher de água
e os dentes ficavam quase azuis de um sorriso
inexplicável; um velho general, ironicamente
ou não, afirmara em relatório oficial que Yuri
Gagarin vinha sofrendo de uma ternura
devastadora; sabe se lá o que isso significava,
mas parecia que era exatamante isso, porque
o herói não voltou místico ou religioso, ficou
doce, e podia dizer eu amo você com a facilidade
de um pequeno-burguês, conforme sentença
do Partido a portas fechadas. Certo dia, contam,
caiu aos pés de Octavio Paz; descuidado tropeçara
de paixão pelas telas cubistas degeneradas de Picasso.
Médicos recomendaram vodka, férias, Marx,
barbitúricos; o pobre-diabo fez de tudo
para ser igual a todo mundo; mas,
quando aparecia apenas banal, logo dizia coisas
como a leveza é leve. Desde o início,
quiseram calá-lo; uma pena; Yuri voltou vivo
e não nos contou como é a morte.
El laberinto de la soledad
Yuri vio que la Tierra es azul y dice la Tierra es azul.
Después de eso, al ver que la hoja era verde dice
la hoja es verde, veía que el agua era transparente
y decía el agua es transparente veía la lluvia que caía
y decía la lluvia está cayendo veía que la noche surgía
y decía allá viene la noche, por eso unos amigos decían
que Yuri era sólo obviedades mientras otros
atestiguaban que ingenuo se limitaba a tautologías
y enemigos juraban que Yuri era un idiota
que se conmovía más que lo esperado; lloraba
en los museos, teatros, delante de la televisión, alguien
barriendo la mañana, cafés vacíos en el fin de la noche,
sacos de carbón; la nieve cayendo, decía es blanca
la nieve y lloraba; si estaba triste, si alegre,
ese pesar; pero reía si veía un escarabajo decía
un escarabajo y reía; vecinos y cuñados decretaron:
el hombre estaba loco; pero su mujer aseguraba
que él apenas se volvió sentimental. El astronauta
lagrimoso sentía el pecho tocado de amor total
al ver a las hijas jugando a pasar anillo*
y de melancolía al topar con antiguas fotos
de Klushino, no aquella de los libros, estofada
de pendones y medallas, pero su aldea muchacha,
de los carpinteros, de las lunas y hombres lobos
de su tío Pavel, de su madre, del tren,
de sus primos, cosas así, guantes viejos,
agujereados, que sirven solamente para llorar.
Era embarazoso el modo como los ojos
de Yuri parecían traspasar pared,
en las reuniones de trabajo, en las solemnidades,
en las discusiones de las metas para el próximo año
y en el instante siguiente podían llenarse de agua
y los dientes quedaban casi azules de una sonrisa
inexplicable; un viejo general, irónicamente
o no, afirmaría en informe oficial que Yuri
Gagarin venía sufriendo de una ternura
devastadora; quién sabe lo que eso significaba,
pero parecía que era exactamente eso, porque
el héroe no volvió místico o religioso, quedó
dulce, y podía decir yo te amo con la facilidad
de un pequeño burgués, conforme sentencia
del Partido a puerta cerrada. Cierto día, cuentan,
cayó a los pies de Octavio Paz; descuidado tropezaría
de pasión por las telas cubistas degeneradas de Picasso.
Médicos recomendaron vodka, vacaciones, Marx,
barbitúricos; el pobre diablo hizo de todo
para ser igual a todo el mundo; pero,
cuando parecía apenas banal, luego decía cosas
como la levedad es leve. Desde el inicio,
quisieron callarlo; una pena; Yuri volvió vivo
y no nos contó cómo es la muerte.
*Juego grupal nordestino.
Foto extraída de:
MORDZINSKI, Daniel. A literatura na lente de Daniel Mordzinski. Textos de Adriana Lisboa e Victor Andresco. São Paulo: SESI-SP editora, 2015. 412 p. ilus. col. ISBN 978-82075-604-2 Textos em português e castelhano. Ex. bibl. Antonio Miranda
Página publicada em setembro de 2008; ampliada em fevereiro e em outubro de 2009.Ampliada em janeiro de 2013. Ampliada e republicada em abril de 2014. Ampliada em novembro de 2017.
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