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DUQUE-COSTA


DUQUE-COSTA

(1894-1977)

 

O poeta  Hermínio DUQUE  Estrada COSTA nasceu no bairro de São Cristóvão, no Rio, em 22 de juiho de 1894. Eram seus país os professores Alfredo Antonio da Costa e Celina Caminha Duque Estrada. Fez seus primeiros estudos nos Colégios Pedro II e Militar. Ingressou multo jovem na Faculdade de Direito, em 1911 e, no 4.° ano, foi eleito Diretor-Redator Chefe da tradicional revista literária A ÉPOCA, até hoje existente naquela Faculdade. Quem quer que se disponha a pesquisar a vida literária no Rio, São Paulo e Belo Horizonte, nos idos de 1920, ha de constatar a presença fulgurante de Duque Costa. Depois, o silêncio. Muito mais tarde, Andrade Muricy, em seu monumental PANORAMA DO MOVIMENTO SIMBOLISTA BRASILEIRO (2.a Edição, 1973, 2.° Volume) transcreveu os seguintes poemas de Duque Costa: Rapsódia da Hora Parada, Revería Poética de Inverno, Balada Patética, Legenda da Beleza Nova, Elogio Exótico, Visão de Maio, O Último Noturno, O Antifauno, Taca Vazia, Sombra Ignota, Neurose de Ausência, A Tempestade e Blue Devil. Algumas delas, e outras até então inéditas, foram reunidas em livro de 1980 na 1.a Edição de O LIVRO POÉTICO DE; DUQUE COSTA, livro póstumo.

 

Austregesilo de Athayde escreveu:

 

Nos anos vinte Duque Costa era um símbolo. Nele víamos o romântico a resistir as primeiras investidas do realismo, não se fala de literatura, mas do realismo da vida, das novas concepções que passaram a dominar a sociedade de todos os países depois da primeira guerra mundial. O tipo clássico do poeta alheio aos problemas da vida que se impunha em contornos tão diversos dos tempos dos bebedores de absinto, buscando na embriaguez os contatos com a genialidade.

 

Muitas vezes, Duque Costa perdia-se em reminiscências da vida. de Byron, morrendo na luía pela independencia da Grécia, e Shelley era um irmão de sua alma. Os "satânicos" como Baudelaire povoavam a sua mente e em tudo por tudo

era refinado, singular, até bizarro; revivia em nossa lembrança o tipo que deveria

ter sido o de Álvares de Azevedo.

 

Poeta de extraordinaria sensibilidade, o último dos grandes simbolistas, recusava-se a publicar livros.

 

Nos seus amplos poemas derrama-se uma atmosfera outonal, muito diferente da perquisição vocabular do parnasianismo. A tessitura do seu verbo afasta-se do joalheirismo ornamental e do didatismo, basilares àquela escola. A procura de grandes sonoridades orquestrais é ausente da poesia de Duque Costa, motivada por impulsões de trama movente da música de câmara. (...) A virtuosidade expressional é valorizada por subitâneos jogos semânticos e, ainda, pelo uso de metáforas e aliterações.”  Andrade Muricy

Extraído de:
2011 CALENDÁRIO   poetas     antologia
Jaboatão dos Guararapes, PE: Editora Guararapes EGM, 2010.
Editor: Edson Guedes de Morais

 

/ Caixa de cartão duro com 12 conjuntos de poemas, um para cada mês do ano. Os poetas incluídos pelo mês de seu aniversário. Inclui efígie e um poema de cada poeta, escolhidos entre os clássicos e os contemporâneos do Brasil, e alguns de Portugal. Produção artesanal.

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SOMBRA IGNOTA

 

Oh! venerando sombra companheira

— alma do Além — quero beijar-te os pés;

venho te procurando a vida inteira.

Amo-te. Existes. E não sei quem és. . .

 

Vens através de todos, e através

de ludo o que, no mundo, se me abeira;

mas, chegas sempre no último revés,

e partes sempre na ilusão primeira.

 

És a quimera azul, que se perfuma

de beleza e do amor, que tanto anseio,

e nunca tive de ilusão nenhuma. . .

 

Minha ventura está, no que contém

o transcendentalismo de teu seio,

Oh! veneranda Sombra de ninguém.

 

                                     (Rio, 1918)

 

"BLUE DEVIL"

 

No ânsia incontida, na ânsia frustrânea de amar a vida,

Eu aprendi a morte, a morte que é o tédio absoluto da vida.

 

E depois decepei o desejo das minhas mãos,

E as minhas mãos vazias

Ficaram estendidas para sempre nas distâncias infinitas

 

E depois de ludo, oh! de ludo!

Eu cerrei os meus olhos,

E os meus olhos morreram. . .

Afinal, morreram os olhos que ¡á viram ludo.

 

 

POEMA EXÓTICO

 

Andam línguas pelo ar coligando-te; e dedos

trêmulos e macios, em segredos sombrios,

na peluda langue do teu corpo exangue!. . .

 

Morna, a minha ronda insaciável aumenta,

e, lenta,

lânguida, longa,

elástica, em ondas

redondas,

vai reptando, vai serpeando,

e se estica, e se alonga,

num delírio branco!. . .

 

lenta, lânguida,

longa, elástica — serpente

indolente,

lassa, estanguida,

resvala, e vai, voluptuosamente. . .

. . . Lambe-te a pele, em flor, arrepia-te os pelos,

queima-te a carne e morde-te os seios

vermelhos,

e cheios,

e se enrola, e te abraça

os tornozelos,

e te enlaça

os joelhos

o ventre, as mãos, o dorso e tudo

pálpito e desnudo!

 

Sangra-te a boca e vai, como urna trepadeira

num arranco,

espiralada no teu corpo branco

buscando-te os refolhos,

e te algema, e se esgueira,

e sorve todo o olhar dos teus olhos.

 

E, em recurvos recôncavos, e eróticas
parábolas tetânicas; tortuosas
epiléticas sinuosas,
e corcovas esdrúxulas, exóticas
de plásticos,
refranze-se, contorce-se e desliza, e agoniza,
lenta, lânguida, longa elástica...

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                            (Rio, 1916)

 

 

(Poemas extraídos da obra: o livro poético de DUQUE-COSTA. Prefácio de Andrade Muricy. 2ª edição. Rio de Janeiro: Paulo Duque, 1983.  Obra  póstuma. 

 

Página publicada em agosto de 2009, ampliaeda e republicada em janeiro de 2011

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