CRISTIANO OTTONI DE MENEZES
67 anos, poeta, radialista, jornalista, carioca, morador de Copacabana, nascido e criado em Botafogo. Cresceu jogando bola, matando aula e mudando de escola. Fez o ginásio no São Bento e Zé Bonifácio, clássico no Santo Inácio, o que não foi fácil, chegou a estudar direito, mas saiu errando por aí. Nos anos 1970, meteu o pé na estrada, rodou o pais de carona. Foi ator na peça "A dança da Lebre Celeste" direção de Mossa Ossa (Têatro Ipanema, RJ e Oficina, SP). Descobriu o rádio e tornou-se um louco-ator. Levou a poesia e o teatro para os microfones das emissoras em que atuou durante 37 anos. Poetas da Nuvem Cigana e outros tantos passaram por seus programas. Começou a publicar seus poemas em suplementos literários e antologias. Fez programas para região amazônica roteirizando e dramatizando o conteúdo das cartas que recebia dos ouvintes. Passou a dizer seus poemas em bares, teatros, praças, livrarias, festas e feiras literárias. Trabalhou em jornal, televisão e rádio, como programador musical, locutor, repórter, produtor e apresentador. Foi produtor no Circo Voador, produ¬ziu shows de bandas como Blitz, Legião Urbana, Brylho, entre outras. É autor de letras em parcerias com Cláudio Nucci, Jovi Joviniano e Perinho Santana. Mergulhou na luta pela redemo-cratização do Brasil como editor e apresentador do programa "Chegando no Pedaço", patrocinado pelo IBASE, de Herbert de Souza, o Betinho. Escreveu e dirigiu radionovelas. Produziu e apresentou programas sobre meio ambiente e ciência & tecno¬logia. Apresentou programas de auditório na Rádio Nacional com o Conjunto Época de Ouro, onde recebia artistas como Paulinho da Viola, Dona Ivone Lara, Roberto Silva, Paulo Mou¬ra, Beth Carvalho, Monarco, Nelson Sargento, Yamandú Costa, Hamilton de Hollanda, Joel Nascimento, entre outros, muitos outros. É autor de Guardanapos (Editora 7 Letras - 2014). Em 2016, escreve e viaja. Em todos os sentidos. Brincou nas onze, mantém-se inquieto e prepara novo livro.
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TRINTA ANOS-LUZ. Poetas celebram 30 anos de Psiu Poético. Aroldo Pereira, Luis Turiba, Wagner Merije, org. São Paulo: Aquarela Brasileira Livros, 2016. 199 p. 16x23 cm ISBN 978-85-92552-01-5 Ex. bibl. Antonio Miranda
Nau frágil
a dor cala fundo
BICHO SOLTO
Não me cobre a linha reta
busco melhor traçado
não somos dois pontos
nosso encontro é ao acaso
não tenho hora
às vezes me atraso
perco tempo
acho curvas
atalhos
passo ao largo
do óbvio
caminho
que nunca me levará
a você
CACHOEIRA
Meus versos
fugidios
serelepes
meninos
escondidos
versos
feitos
desfeitos
em meio aos riscos
rabiscos
até que vertem
poemas
vestem-se com o jorro
vertiginoso
divertem-se
traquinas
perversos
sacanas
bacanas
moleques travessos
meus versos
TRAÇO NA AUDIÊNCIA
Apaguei
Sou fã daquelas almofadas macias
Tantas são que me afundo ali
entregue à tentação de suas plumas
Desapareço entre almas, fadas
e sonhos
Acordo
com os acordes finais
da trilha do filme
que perdi
Página publicada em julho de 2016
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