CHRIS HERRMANN
CHRISTINA MAGALHÃES HERRMANN — Carioca da gema, nasceu e cresceu no Rio de Janeiro. Cursou Letras (Literatura) na UFRJ, parcialmente filosofia e teologia na FACEN e cursou também Administração Básica na Fundação Getúlio Vargas e Propaganda & Marketing na ESPM. Estudou piano e teoria musical no Conservatório Brasileiro de Música (RJ). Já compôs músicas, é poeta, já participou de diversas antologias, dentro e fora do Brasil, como EUA e Espanha. Além disso, tem atuado na organização e divulgação de antologias e outros eventos literários. Trabalhou no Rio como secretária executiva bilíngue e tradutora. Mudou-se para a Alemanha em 1996 onde, com sua família alemã, vive até hoje. Na Alemanha vem trabalhando com traduções e, atualmente, como web & graphic designer. Mantém blogues de poemas, e escreve para a coluna "Orkultural" de Blocos Online. No Orkut, fundou comunidades de sucesso onde incluem entrevistas online (já sendo preparadas para publicação em livro) e diversos projetos culturais; entre elas o
Café Filosófico "Das Quatro ", a Sociedade dos Pássaros-Poetas e a Trovadores Notur-nos - estas três com antologias em parceria com o Congresso Brasileiro de Poesia desde 2006, e a Orkultural, em parceria com Blocos Online e ligada a sua coluna homónima.
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POESIA DO BRASIL. Vol. 5. XV CONGRESSO BRASILEIR0 DE POESIA. Org. Ademir Antonio Bacca. Bento Gonçalves: Proyecto Cultural Sur - Brasil, 2007. Ex. bibl. Antonio Miranda
Dusseldorf
O espelho diz-me sorridente
Da poesia doce e veemente
Que tu trazes no peito
Refletindo-o direito
Tua face contente
Sob o céu quente
Saudade mente
Dor mente
Do seu
Dorf
Dor
D+
Faca Afiada
Da faca afiada
atirada sobre a mesa
ouço vozes.
Elas me falam
de teus medos,
algozes,
da tua dor sombria
e de um choro
incessante,
sem lágrimas.
Contam-me tudo
que em teu peito
aponta:
— a tua desgraça.
E traz na ponta
a cegueira
que já não me corta
mas a ti, inteiro,
despedaça.
Tuas mãos querem voar
Tuas mãos querem voar
no arfar de teus demônios,
invocar meus anjos
[sem cerimônias],
servi-los em taças
diante de meus olhos
embevecidos.
Celebrar com eles
o roubo das nuvens,
do luar inteiro.
Depois, deitar nas praias
e pontes
de um rio de janeiro
até bento.
Espírito e alimento.
Carne marginal,
nossa cria.
Ajoelhado à onipresença
de tua dama de vinho —
graal de poesia.
Sedento e aflito,
destilado em palavras
entre cachos de uvas
e vírgulas,
elas te afagam e calam
(mas eu grito)
nosso amar
quase infinito,
nosso epitáfio
de beijos tontos.
Eu ponto.
Tu não páras, eu grafo.
Voos altos e rasos
Os resquícios?
São mais que isso!
São poeira cósmica,
que cobrem meus
olhos cansados.
Por vezes
choram e riem,
numa entre-safra da vida
da poesia dos céus...
Vôos altos e rasos
se misturam,
não necessariamente
desencontram-se,
vivem ritmos e momentos
diferentes.
Tanka II
Voa passarinho,
vento o livre de mansinho
do peso do homem.
Arranha-céus não conseguem
concretizar as estrelas.
Página publicada em outubro de 2020
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