Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CESAR CARDOSO

 


CESAR CARDOSO



Escritor e fotógrafo, Cesar Cardoso nasceu em 1955 e é formado em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Colunista da revista Caros Amigos desde 2003, já publicou textos em jornais literários como o Rascunho, de Curitiba, e em sites como o Cronópios e o Germina. Escreveu para os jornais O Pasquim e Planeta Diário e foi editor da revista Casseta & Planeta. É roteirista de televisão, tendo escrito programas como Tv Pirata, A Grande Família e Toma Lá Dá Cá.

Desde 2009, mantém o blog PATAVINA’S (http://cesarcar.blogspot.com).

Publicou os seguintes livros:

         Literatura infantil: A Serra do Sobe-Sobe, Fim da Picada Começo de Estrada e Manu, Ela (Editorial Nórdica) e O Lápis Ladislau (Editora Miguilim).

Poesia: A Nossa Moranguíssima Paixão (Editora da UERJ – Universidade Estadual do Rio de Janeiro).

Humor: O Pai dos Burros (Editora Salamandra) e, com o grupo Obrigado Esparro, Confusões de Aborrecente e Garotas São Demais, Garotos São de Menos (Editora Frente); Como Educar Seus Pais e Zoando na América (Editora Objetiva).

         Como fotógrafo participou das exposições coletivas “Jorge Guerreiro”, da FotoRio/2005, (restaurante Ernesto, Rio de Janeiro, 2005), “DESCLICK – Fotografia Experimental”, (Ateliê da Imagem, Rio de Janeiro, 2005), “Os Trabalhos” (Ateliê da Imagem, 2007), “No Ventre do Azul e Branco – Tempo de Iemanjá” (Centro Cultural Justiça Federal,Rio de Janeiro, 2007) e “30 x 30”, (Galeria Meninos de Luz, Rio de Janeiro, 2009).    

 

E mail: cesarcar@uninet.com.br

 

 

Quatro poemas do livro
A NOSSA MORANGUÍSSIMA PAIXÃO
(editora de UERJ, Rio de Janeiro, 1984.)

"O livro está esgotado. E o autor também".

 

1.

seria algo assim

como matar & desmatar o tocantins

com a clave dos dentes duendes tocar

o sax do céu

 

em vez disso essas palavras

q não saem do papel

 

2.

eu queria ser um casal de velhinhos ingleses

e só existiriam tardes

e parentes distantes e pontuais

que nunca apareceriam sempre na hora certa

não haveria nada de imperioso no império

eu socava as tragédias no cachimbo

tudo virava fumaça

e me olhava bordando na cadeira de balanço

a argentina ficaria bem longe

eu só escutaria os risos da minha neta hippie

acampados em algum lugar da propriedade

e balançaria a cabeça rindo de mãos dadas comigo

o olhar do meu dálmata à beira da lareira

aqueceria minhas almas

os casais de velhinhos ingleses, sim, têm alma

e uma reserva de quartos separados no céu

a morte ficaria lá fora no portão

mandaria um convite registrado pelo correio

e eu me ajudaria a subir na carruagem pronta

com um gesto largo de braços:

ladies first

 

3.

clic

 

ontem te vi na tevê

no meio de cores & caras

triscateiros vendendo sagüitarras

naturânios babaquários

bostentavam descrediários

cremes & massacrários

falsérios rififando garimpérios

urbelas nosferas maninfetas

fiofóruns frutas trutas & mamutretas

tremilicos bocalculavam

glamores dó-ré-mi-fatais

margente como o quê

o erre o esse & o tê

ontem te vi na tevê

o enterro tava um luxo

& o defunto era você

 

4.

corpo

a

corpo

 

no

corpo

corpo

 

no

meu

corpo

nu

o

teu

corpo

nu

 

no

meu

corpo

nuvem

o

teu

corpo

nunca

 

 

Cinco poemas do livro inédito

COISA DIACHO TRALHA.

 

1.

pensando na redondilha

 

naveguei sem ver estrelas

sem tratar de tordesilhas

 

trouxe no olhar a cegueira

nervos movidos a pilha

 

cada perda cada queda

era uma nova bastilha

 

fui o lobo solitário

que abandonou a matilha

 

fechei corpo vendi alma

o coração – uma ilha

 

me analfabetizei

desinventei a cartilha

 

acabei poeta do bairro

escritor da família

 

acima do peso dos anos

comedor de redondilha

 

 

2.

quanto mais moderno

tanto mais caduco

 

fruta na minha mão

só pra fazer suco

 

o maior prejuízo

é estar no lucro

 

esqueci o tempo

mesmo sendo cuco

 

só se fala em sexo

só se faz eunuco

 

vou morar no sul

lá em pernambuco

 

toda raça pura

tem um mameluco

 

dá carta marcada

eu roubo no truco

 

até zen budista

guarda seu trabuco

 

se tô sem tambor

aí que eu batuco

 

que já fiquei doido

mas não tô maluco

 

3.

 

sobrevivente da calamidade

amor não tem cara nem metade

 

amor coisa diacho tralha

não divide nem migalha

 

amor silêncio da loucura

todo dia contigo amanhece

 

amor inferno que você carrega

e desconhece

 

 

4.

 

da fidelidade canina

 

de tudo, ao meu amor serei atento

os passos, seus olhares, esquecimentos

 

com tal zelo, e sempre, e tanto

esquadrinho de seu corpo canto a canto

 

mesmo em face do maior encanto

eu lhe decifre cada entretanto

 

dele se encante mais meu pensamento

pra impor-lhe as regras do adestramento

 

quero vivê-lo em cada vão momento

e desventrar cada desvão de dentro

 

em seu louvor hei de espalhar meu canto

pra que emudeça de vez no espanto

 

e rir meu riso e derramar meu pranto

até quebra-lhe com o meu quebranto

 

ao seu pesar ou seu contentamento

hei de infligir um bem maior tormento

 

e assim quando mais tarde me procure

que seja de joelhos e abjure

 

quem sabe a morte, angústia de quem vive

saberá me entregar o que já retive

 

quem sabe a solidão, fim de quem ama

sabe a dor da companhia a ferro e chama

 

e eu possa me dizer do amor (que tive):

já conheceu o medo de ser livre

 

que não seja imortal, posto que é chama

e apague mais que a morte de quem ama

 

que seja infinito enquanto dure

e minta até mesmo quando jure

 

 

5.

 

nascer

            o ovo é o câncer da galinha. a galinha é o passado da canja. a canja é o efeito colateral da gripe. a gripe é o escritório do termômetro. o termômetro é o símbolo fálico do suvaco. o suvaco é uma axila que não tem erudição. a erudição é um cachorro sem mato. o mato é o cabelo da terra. a terra é o apartamento da minhoca. a minhoca é o desejo do peixe. o peixe é o homem da água. a água é uma invenção da sede. a sede é uma fome em forma de líquido. o líquido é uma forma de liquidação. a liquidação é a literatura do extermínio. o extermínio é o gozo do poder. o poder é o sorriso da mordida. a mordida é o sexo do dente. o dente é o nocaute do vampiro. o vampiro é o vôo da masturbação. a masturbação é o consumo do sonho. o sonho é a marilyn monroe do sono. o sono é o provisório do eterno. o eterno é a desculpa esfarrapada de deus. deus é o almoxarifado do medo. o medo é o garfo e a faca da coragem. a coragem é o sexto mandamento do cinema. o cinema é o pânico da pipoca. a pipoca é a borboleta do milho. o milho é uma civilização. a civilização é um parto partido ao meio. o meio nunca é igual a seu irmão. o irmão é a diferença da repetição. a repetição é o aprendizado e sua morte. e a morte é o fim botando um ovo

 

 

Textos gentilmente enviados pelo autor para publicação, em dezembro de 2010.

 

Voltar para o topo da página Voltar para Minas Gerais Voltar para Rio de Janeiro

 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar