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BRANCA BAKAJ
A professora Branca Bakaj, natural do Rio de Janeiro, chegou em Brasília no dia 8 de janeiro de 1960 acompanhando o marido, arquiteto, que participava da epopéia da construção da nova capital brasileira. No Rio, havia concluído a Faculdade Nacional de Filosofia. Participou do primeiro concurso nacional para professores do ensino médio de Brasília, tendo sido aprovada em Português e Francês, tendo optado pelo primeiro idioma, mas apenas formalmente, pois, ao longo do tempo, lecionou, além de língua portuguesa e Francês, Latim, Italiano e Espanhol no Elefante Branco. Paralelamente, iniciou uma bem sucedida carreira no Senado Federal, o que determinou um ritmo intenso de trabalho, com atividades de manhã, de tarde e de noite. Ainda no magistério participou da elaboração de disposições curriculares para o GDF, tendo coordenado a área de Português; implantou sexta série do ensino fundamental no sistema de ensino do Distrito Federal; teve passagem destacada pela Escola Normal de Brasília; lecionou no CEUB, desde sua criação e por 16 anos, indo do ginásio à pós-graduação, área que coordenou, tendo assumido uma chefia de departamento. Integrou o conselho editorial do Instituto Nacional do Livro; presidiu o Conselho de Cultura, órgão da Secretaria de Educação do DF; é membro do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal, da Academia Brasiliense de Letras do Distrito Federal e da Associação Nacional de Escritores.
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LITERATURA. Revista do Escritor Brasileiro. No. 20. Ano 1999. Publicação semestral da Editora Códice. Brasília, DF: 1999. Diretor: Nilto Maciel. Editor: José Carlos Taveira. Ex. bibl. Antonio Miranda
0 PÓRTICO
Vi o homem,
naquele pórtico,
indeciso.
Senti seu medo
de um passo inicial,
a dúvida do caminho
a escolher e de,
definitivamente,
ser condenado a
percorrê-lo.
Frente a tantas
direções,
sem retorno,
depois da opção,
ele treme,
finge o passo
que dele esperam,
mas recua, medita
e se vê incapaz
de enfrentá-lo.
Uma sensação de
solidão o invade.
Só lhe resta uma
certeza: a inexorabilidade
da morte.
FERREIRA, Sônia. Chuva de poesias, cores e notas no Brasil Central – história através da arte. 2ª. edição revista e melhorada. Goiânia: Kelps, 2007. 294 p. ilus. col. (antologia de poemas de autores do CECULCO – Centro de Cultura da Região do Centro-Oeste) Ex. bibl. Antonio Miranda
O HOMEM NO PORTAL
A voz do homem
se cala no pórtico
da vida,
na agonia de esquecer
o amor,
de só aprender a credirar
na dor.
Como decidir o caminho,
se só quer a utopia,
indeciso, sonhador,
chapliniano.
Como decidir o caminho,
se a vida nenhuma direção
segura
lhe aponta.
Ser, não ser, amar, desamar,
de novo amar.
Triste sina dos mortais,
Prometeu
com sonho de Ícaro
aprisionado
à espera do que nunca vem
em busca de espaço,
mas sem coragem de dar
o decisivo passo.
Página publicada em setembro de 2019; ampliada em dezembro de 2019
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