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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte da foto e biografia:
http://www.portaldosjornalistas.com.br

 

BIANCA RAMONEDA

 

Bianca Ramoneda nasceu no Rio de Janeiro (RJ), em 1973. Filha única, cresceu na Tijuca, bairro da Zona Norte carioca. É formada em Jornalismo pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Paralelamente ao curso de Jornalismo, fez o curso profissionalizante de Artes Cênicas na conceituada Casa das Artes de Laranjeiras. É casada com o jornalista Alexandre dos Santos.

Começou a carreira jornalística na Rede Manchete (RJ), como estagiária, passando pelas emissoras de rádio e televisão e a revista da casa. Participou, como atriz, do filme As Meninas, de Emiliano Ribeiro, baseado no romance de Lygia Fagundes Telles. Publicou o livro Só (Rocco, 1997), que concorreu ao Prêmio Nestlé de Literatura, na categoria Estreante. Convidada por Alice Maria, estreou na GloboNews (RJ) em 1998, já como apresentadora no programa Starte, primeira atração do canal pago a ser gravado em alta definição. Participou, ainda, na emissora, das séries Grandes Atrizes e Grandes Atores, entrevistando alguns dos principais nomes da dramaturgia brasileira.

Seguiu cultivando o gosto pelas artes cênicas, escrevendo, produzindo e atuando em espetáculos como O Que eu Gostaria de Dizer, Só in Cena e Inutilezas, que escreveu baseando-se em poemas de Manoel de Barros (1916–2014). Fez a direção cênica do show da cantora Roberta Sá com o grupo Pedro Luís e a Parede. No cinema, participou do documentário Só Dez por Cento é Mentira (2008). Como atriz, participou da novela Viver a Vida (2008), na TV Globo.

Em 2015 passou a comandar o programa Ofício em Cena, entrevistando atores, diretores e dramaturgos sobre o processo criativo no Teatro, Cinema e Televisão. Deixou a GloboNews em janeiro de 2017.

A ligação entre Arte e Jornalismo faz com que se considere, em essência, uma contadora de histórias.

 

Extraído de

POESIA SEMPRE.  Ano 12. Número 18. Setembro 2004. Revista trimestral de poesia.  Editor Luciano Trigo.   Rio de Janeiro, RJ: Fundação Biblioteca Nacional, 2004.  Ilus.  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

                queria ser invisível
para que pudesse ver
as pessoas sendo
sem que elas
me vissem vendo

        *

        quero madurar
virar casca de maracujá
até murchar

        que a vida não me arranque
ainda verde do pé

        *

        não durmo
acendo o abajour para clarear
o pensamento
mas não há o que ver
quando não há luz
por dentro

        *

 

antes

 

e se eu começar a escrever agora

pode ser que eu me alcance ainda na porta

já que estou quase de saída

pode ser que já tenha até passado da hora

é que virei o corpo e já estava amanhecendo

era azul

prometi que desta vez não iria dormir antes que era preciso segurar-me para que não me perdendo

pudesse ser livremente quem já sou

e não mover-me para não encontrar o gelado do lençol

é que só estou descansando um pouco de ter que ser

antes que o telefone toque

antes que o bip

antes que a campainha

por enquanto ainda sou minha

com a graça de não ser ninguém

reflexo do azul cada vez mais claro

que me mostra o que já tenho que daqui a pouco ver

está amanhecendo sem parar

sem eu querer

e se não for agora

não dá mais tempo pra chorar

breve tenho que ficar dia

e me levar à porta

pra me despedir de mim

 

 

 

Página publicada em junho de 2018


 

 

 
 
 
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