Fonte da foto e biografia:
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BIANCA RAMONEDA
Bianca Ramoneda nasceu no Rio de Janeiro (RJ), em 1973. Filha única, cresceu na Tijuca, bairro da Zona Norte carioca. É formada em Jornalismo pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Paralelamente ao curso de Jornalismo, fez o curso profissionalizante de Artes Cênicas na conceituada Casa das Artes de Laranjeiras. É casada com o jornalista Alexandre dos Santos.
Começou a carreira jornalística na Rede Manchete (RJ), como estagiária, passando pelas emissoras de rádio e televisão e a revista da casa. Participou, como atriz, do filme As Meninas, de Emiliano Ribeiro, baseado no romance de Lygia Fagundes Telles. Publicou o livro Só (Rocco, 1997), que concorreu ao Prêmio Nestlé de Literatura, na categoria Estreante. Convidada por Alice Maria, estreou na GloboNews (RJ) em 1998, já como apresentadora no programa Starte, primeira atração do canal pago a ser gravado em alta definição. Participou, ainda, na emissora, das séries Grandes Atrizes e Grandes Atores, entrevistando alguns dos principais nomes da dramaturgia brasileira.
Seguiu cultivando o gosto pelas artes cênicas, escrevendo, produzindo e atuando em espetáculos como O Que eu Gostaria de Dizer, Só in Cena e Inutilezas, que escreveu baseando-se em poemas de Manoel de Barros (1916–2014). Fez a direção cênica do show da cantora Roberta Sá com o grupo Pedro Luís e a Parede. No cinema, participou do documentário Só Dez por Cento é Mentira (2008). Como atriz, participou da novela Viver a Vida (2008), na TV Globo.
Em 2015 passou a comandar o programa Ofício em Cena, entrevistando atores, diretores e dramaturgos sobre o processo criativo no Teatro, Cinema e Televisão. Deixou a GloboNews em janeiro de 2017.
A ligação entre Arte e Jornalismo faz com que se considere, em essência, uma contadora de histórias.
Extraído de
POESIA SEMPRE. Ano 12. Número 18. Setembro 2004. Revista trimestral de poesia. Editor Luciano Trigo. Rio de Janeiro, RJ: Fundação Biblioteca Nacional, 2004. Ilus. Ex. bibl. Antonio Miranda
queria ser invisível
para que pudesse ver
as pessoas sendo
sem que elas
me vissem vendo
*
quero madurar
virar casca de maracujá
até murchar
que a vida não me arranque
ainda verde do pé
*
não durmo
acendo o abajour para clarear
o pensamento
mas não há o que ver
quando não há luz
por dentro
*
antes
e se eu começar a escrever agora
pode ser que eu me alcance ainda na porta
já que estou quase de saída
pode ser que já tenha até passado da hora
é que virei o corpo e já estava amanhecendo
era azul
prometi que desta vez não iria dormir antes que era preciso segurar-me para que não me perdendo
pudesse ser livremente quem já sou
e não mover-me para não encontrar o gelado do lençol
é que só estou descansando um pouco de ter que ser
antes que o telefone toque
antes que o bip
antes que a campainha
por enquanto ainda sou minha
com a graça de não ser ninguém
reflexo do azul cada vez mais claro
que me mostra o que já tenho que daqui a pouco ver
está amanhecendo sem parar
sem eu querer
e se não for agora
não dá mais tempo pra chorar
breve tenho que ficar dia
e me levar à porta
pra me despedir de mim
Página publicada em junho de 2018
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