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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: https://comoeuescrevo.com

 

 

ÁUREA DOMENECH

 

 

nasceu no Rio de Janeiro. Além de poeta, é artista plástica., tradutora e advogada. Participou de algumas exposições pelo mundo, tais como no Uiree Arts Club of Chicago, Illinois, EUA, em 2000, e na Great Saint Marys Church, na Universidade de Cambridge, Inglaterra, em 2005. Foi Vice-Cônsul em Singapura, e trabalha há 23 anos no Itamaraty. É autora de Curto tempo (Prol, 1983), O pescador de sombras (Achiamé, 1989), Tempestades de areia (7Letras, 2016) e Memórias na chuva ( 7 Letras, 2017). É membro titular do PEN Clube do Brasil.

 

 

DOMENECH, Aurea.    Vem do profundo lodo a flor de lótus. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2019.   147 p. 14 x 21 cm.  Prefácio: Alexdi Bueno.   Orelha: Miguel Falabella.         ISBN 978-85-421-0821-7   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

VEM DO PROFUNDO LODO A FLOR DE LÓTUS

 

Vem do profundo lodo a flor de lótus
E do deserto infindo as doces tâmaras.
O vendaval venusto enverga as árvores.
Depois do temporal brotam as ramas...

 

Surdo, Beethoven fez a sinfonia
Que mais beleza tem e é tão singela.
A noite escura é palco das estrelas.
E do Cerrado nasce a flor mais bela.

 

Seguimos o caminho tão incerto
E, no entanto, vamos bem contentes.
Como se o fim já estivesse perto.

 

Chorar, sorrir, tudo é questão de rima.

Dentro da dor, em expoente máximo,
Nascem o amor, a cor e a obra-prima.

 

 

A NOITE E A MADRUGADA

 

Dentro da noite fria, a chuva fina
Não tarda a derramar o seu frescor.
A madrugada a ensina a cair
E a conduz como no rio a flor.

 

Assim seguem meu verso e o meu amor
A esse encontro às cegas de candura,
Como se encontram a noite e a madrugada
No mesmo enlevo e mesma urdidura.

 

Uma é de clara luz, a outra escura.

Juntas navegam o mesmo mar e, náufragas,

Perpetuam no silêncio a aventura

 

De incansavelmente todo dia
Agitarem os braços e salvarem-se ...
Braços dados, repletas de alegria.

 

        Rio de Janeiro, 4 de agosto de 2018

 

 

 

A VIDEIRA

 

Velha planta de folhas tão antigas,
De ti explodem as uvas para o vinho.
Ao teu redor estão as raparigas,
Que dançam tontas tal um remoinho.

 

Agora é Baco e sua grande festa.
Agora é inebriar-se de euforia.
Deixar a escura e inóspita floresta
E saciar a sede em alegoria.

 

É forte o amor que de repente surge;
É como o vinho de antigos lagares...
Como o rugir das ondas pelos mares.

 

É como uva nova em videira antiga.
E se o vinho me alteia a ousadia,
Hei de viver de amar-te e de poesia.

 

        Rio de Janeiro, 20 de agosto de 2019

 

 

 

ABRIL

 

Eu amo os meses de abril, solenes,
E deste tempo, as madrugadas frias.
Há pelo ar um término de festa
E o olor de raras maresias.

 

Na atmosfera, um brilho diferente
E pela praia, aragem fresca e nobre...
Não há o que vislumbrar a esta hora
A escuridão é vasta e tudo cobre.

 

Eu amo abril e seus mistérios raros,

Amo esse tempo de total beleza

E esses pássaros que me são tão caros.

 

Madrugadas de abril e a escuridão...
No silêncio, um arpejo insinua
A mais suave e bela estação.

 

            Rio de Janeiro, 19 de abril de 2018

 

 

 

UM LUGAR NA BAHIA

 

Eu quero acarajé e abará
Sobre toalhas brancas, de cetim.
Bobó de camarão, arroz de hauçá
E, ao final, cocada e quindim.

 

Eu quero moqueca e vatapá
Em dia calmo e morno de verão.
Tapioca, manjar e mugunzá,
Ostras, frutos do mar em profusão.

 

Bolinhos de estudante e tardes rosas
Declinando lentas pela vida afora.
Tardes infindas, longas, preguiçosas...

 

Depois, em uma rede e ao som do mar,
Deitar o meu cansaço desta vida
E ter na Bahia, enfim, o meu lugar.

 

            Rio de Janeiro, 8 de abril de 2018

 

 

 

  

Página publicada em setembro de 2019


 

 

 
 
 
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