Foto: http://sociedadedospoetasamigos.blogspot.com/
ANDRE LUIZ LACÉ LOPES
André Luiz Lacé Lopes, nascido em 1938 no Paraná, vive há 72 anos na Cidade do Rio de Janeiro. Jornalista e administrador, estudou no famoso e saudoso Ginásio de Nova Friburgo (GNF), na Escola Brasileira de Administração Pública (EBAP/FGV - Bacharel em Administração Pública) e na Universidade de Syracuse, em Nova Iorque (mestrado). Autor de seis livros (um com versão em francês) e mais de trezentos artigos e crônicas sobre Administração, Cultura Popular e Esporte em geral. Tem participado de várias coletâneas literárias, destacando-se a antologia “Contempoemidade” (Mirfax, São Paulo) e a “Juegos Florales” (aBrace, Montevidéu). Alguns contos e poemas premiados.
Das diversas Apresentações que vem fazendo, destacam-se as dos livros “A oitava Dama” (Angelo Romero, Petrópolis, RJ), “O comedor de Jia” (Pedrinho dos Santos, Sergipe), “A Certeza das Incertezas” (André Freire, Portugal), “Discografia da Capoeiragem” (Jeroen Verheul, Holanda), Do Vale-Tudo Brasileiro ao “Mixed Martial Arts” (João Alberto Barreto, Tatame, 2014).
Dentre suas diversas experiências profissionais, foi redator e produtor da Rádio Roquette Pinto, superintendente administrativo do Clube de Regatas Flamengo, Diretor do Escritório de Assuntos da Juventude, na OEA, em Washington D.C., assessor técnico do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), e professor universitário. Atualmente, além dos livros e artigos que publica, vem realizando palestras pelo Brasil e exterior, já tendo visitado, até agora, 29 países.
“Last, but not least”: é Mestre de Capoeira.
Fonte da biografia: http://www.andrelace.com.br/
TEXTO EM PORTUGUÊS – TEXTO EN ESPÃNOL
JUEGOS FLORALES / JOGOS FLORAIS. Montevideo: aBrace editora, 2011. 253 p. 13 x 18,5 cm. ISBN 978-9974-673-21-2 Ex. bibl. Antonio Miranda
Festa de Umbanda
para um homem só
Claro, eu também cheguei a pensar que era um
super-homem
Mesmo agora, entre um calmante e outro, penso
sair voando
Ou galopando
ao encontro de minha formosa Dulcinéa
ou de encontro aos simbólicos moinhos de vento
“Marraio ferido sô rei”!
“Bola ou búlica” ?
“Pipa no algo não tem letreiro”!
“Tá com medo tabaréu, tá com pipa de papel” ?
No fundo, entretanto,
sei que o jogo de bola de gude
não é mais “a brinca”
é “a vera”
E já não faço mais
(pelo menos como antes)
da lua cheia minha pipa arraia
Hoje sou apenas um homem extremamente
cansado
sob o peso de uma crescente saudade.
Um homem com humidade suficiente para sofrer
e, sobretudo, para não esconder mais que está
sofrendo.
Um homem com coragem
— embora ainda meio sem jeito —
de olhar nos olhos de Oxum
e deixar sua alma sangrar de amor.
Este atabaque bate pelo meu coração
que, há muito tempo, parou de bater (só apanha).
Não sei por onde morrerei
quando a última yayo parar de tocar.
Iaô, em Iorubá, significa “esposa de orixão”; no Brasil indica a condição de recém-iniciada.
Na festa que marca a iniciação, a iaô costuma fazer quatro aparições em público:
“Saída de Oxalá”, “Saída das Nações”, “Saída do Nome” e “Saída do Rum”.
Vida & Mundo
- rimando de quando em vez
Garota do olhar tão triste
por onde anda seu coração?
Sorriso também existe
para quem está triste
sem ter razão...
Garota que parou no mundo
o mundo anda
apesar de sua dor
Mande esta tristeza embora
que não demora
surgirá um novo amor
É o eterno jogo da Vida
alternando alegria e dor
na proporção determinada
pelo Acaso ou pelo Senhor
(a critério do leitor)
ANTOLOGIA POÉTICA LITERÁRIA CIDADE: verso e prosa. Vol. VII Org. Abilio Pacheco & Deurilene Sousa. Belém: L&A Editores, 2011. 94 p. ISBN 978-85-89377-17-1
Morro do Borel
Armado de linha dez
cabresto e rabiola
o menino fez da lua cheia
sua pipa arraia
E tenteou seus sonhos
como jamais,
até então,
o fizera qualquer poeta
O primeiro raio de sol,
entretanto,
como bala perdida
(e cheia de cerol)
entrou no seu barraco
cortou a sua linha e
sequestrou os seus sonhos
TEXTO EN ESPÃNOL
Fiesta de Umbanda
para un hombre solo
Claro, yo también llegué a pensar que era um
superhombre
Ahora mismo, entre un calmante y outro, pienso
salir volando
O galopando
al encuentro de mi hermosa Dulcinea
o desencontrar los simbólicos molinos de viento
“Marraio ferido sô rei”!
“Bola ou búlica?”
“¡Cometa remontada no tiene dueño”!
“¡Está con miedo el principiante, con cometa de
papel”! ? (1)
En el fondo, entretanto,
sé que el juego de bolita
no es ya más “una broma”
es “la verdad”
y ya no hago más
(por lo menos como antes)
de la luna llena mi cometa
Hoy soy apenas un hombnre extremamente
cansado
bajo el peos de una creciente nostalgia
Un hombre con la humildad suficiente para
sufrir
y, sobretodo, para no esconder más que está
susfriendo.
Un hombre con coraje
— aunque todavia medio sin ganas —
de mirar a los ojos de Oxum
y dejar su alma sangrar de amor.
Este atabaque bate por mi corazón
que, hace mucho tiempo, paró de latir (sólo
pega).
No sé donde moriré
Cuando la últim yayo (2) pare de danzar.
- Expresiones “cariocas” vinculadas al juego de bolita. Es importante
tener en cuenta el momento justo de gritar: “Marraio ferido sô rei!”,
que da primacia a ser el último em tirar y por consiguiente, aumentar
las possibilidades de golpear la bolita contrincante. Cuando el jugador
desconfiaba que pudiera errar el tiro cerca de la búlica — tres hoyitos
en fila —,gritaban paa no perder el turno: “Bola ou búliica”.
- Iaô, en Iorubá significa “esposa de orixá”; en el Brasil indica la condición
de recién iniciada. En la fiesta que marca la iniciación, la Iaî acostumbra
hacer cuatro apariciones en público: “Salida de Oxalá”, “Salida de las }
Nações”, “Salida del Nombre” y “Salida de Ron”.
Vida & Mundo
- rimando de vez en cuando
Muchacha de mirar tan triste
¿por donde anda tu corazzón?
Una sonrisa también existe
para quien está triste
sin razón...
Muchacha que detuvo el mundo
el mundo anda
a pesar de tu dolor
Aleja esta tristeza ahora
que sin demora
surgirá un nuevo amor
Es el eterno juego de la Vida
alternando alegría y dolor
en una proporción determinada
por el azar o por el Señor
(a criterio del lector)
Página publicada em fevereiro de 2020
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