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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto:  http://guadalupeagora.blogspot.com

 

RONALDO ALVES MOUSINHO

 

Natural de Guadalupe-PI. Bacharel em Direi/to e Licenciado em Letras pela UnB. Em Brasília desde 1977; Juiz de Paz; ex-diretor do Sindicato dos Escritores no DF; da Academia Unionense de Letras e Artes, União - PI e da ACLAP. Idealizou e coordena os projetos Celeiro Literário Brasiliense, Leia-me e Vigilantes do Ecossistema do Piaui.

Seus livros Literatura de Homero à contemporaneidade e Geografia poética do DF foram fontes de pesquisa para tese de Mestrado. É autor dos livros, Asas para o apogeu, 1994; Rompendo a Curva do Tempo, (biográfico), 1997, em parceria com Adão Lopes; Taguatinga: História e Cultura, chancelado pelo FAC, -2005; Poema do desencanto, 2005, DF e Prosoética do inusitado, 2016.

Organizou as coletâneas/livros: Concurso de Poemas, Dr. Sobral Pinto, UnB, 1984; Vida em Poesia, 36 anos, 36 poetas escolhidos, 1996; Taguatinga em Prosa e Verso 2000, 2002; Alarde Poético, 2006 e Colheita 1, 2016. Editou cinco livros. Inaugurou três dezenas da Estante do Escritor do DF, em Bibliotecas Públicas e das Escolas públicas e particulares.

 

COLHEITA 2, Celeiro Literário Brasiliense, Leia-me;  organização e correção de Ronaldo Alves Mousinho. Brasília, DF: Arteletras Editora, 2017.    132 p.  ilus.  14,5 x 22 cm.  ISBN  978-85-9506-038-8   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

         Eterna luta

 

        Superfície côncava
Onde busco equilíbrio
Em aventura inglória.
Inclino-me à direita, à esquerda,
Avanço, recuo.
Emergi da terra, que não me firma.
Sucedem primaveras, vão outonos;
E, se vislumbro pêndulo na torrencial
peleja,
Já me quer adubo a terra.
Açoita vento imprevisto,
Pondo-me a alçar voo frustrado.
Quedo-me então na mesmice.

 

        Saudação à chuva

 

        Recepciono-te, em mais uma estação
vivificante,
Ó fonte primordial da vida!
Fiel, altruísta, cumpres mais um ciclo
vital,
Qual milagre explodindo em verde, flores,
frutificação.
Saúdo-te, ó liquido generoso!
Dádiva revigorante dos viventes.
Purificas, generosa, tuas artérias:
Rios, ribeirões, riachos, córregos,
Doando saúde à mãe terra.
Espelhos cristalinos multicores,
Beleza exuberante refletindo.
Agradeço-te, ó ungento milagroso!
Por tua assepsia restauradora,
Corpo limpo, alma remida,
Fecundação da terra, carregados prados.
Regozijo-me, ó substância poderosa!
Por transformares o feio circundante
Em beleza extasiante,
Meus olhos, maravilhados, contemplam-te,    
E toda a natureza entoando cantos.
Comemoro contigo a fresca aragem,
o puro ar, o perfume campestre.
Pássaros em festa cantarolando,
Em folguedos incansáveis,
Do arrebol ao cair das tardes.
Ah, que prazer conviver,
Com árvores, sombras, aves, ninhos.


MOUSINHO, Ronaldo Alves.  Vida em Poesia; 36 anos Poetas Escolhidos.  Brasília:  Valci Gráfica e Ed., 1996.  173 p.  N. 01 175
Exemplar da Biblioteca de Antonio Miranda, doação do amigo (livreiro) Brito (em Brasília) em outubro de 2024.
  

Vista do Eixo Rodoviário da Asa Norte (Foto: Joana França/Divulgação)

 

METRÓPOLE DA ESPERANÇA

Síntese das diversidades
Confluência das etnias
Onde virtudes e vícios
Autogonizam-se
Buscando supremacia.
Invasões, assentamentos
Condomínios fechados.

— Brasília, diversidade na unidade.

“Barnabés“ endividados
Quitam dívidas
Mergulhando para a morte
Na esplanada dos Ministérios.
Entrementes, ali no parlamento
Em festival de pilantragem
Vende-se consciência
Por generosa barganha.
O comércio promíscuo versatilizou-se:
É de todas as idades
É para todos os gostos
Na indiscrição do dia
Ou na penumbra da noite

— Brasília, unidade da diversidade
Amostra deplorável
Do nosso país.

Aos finais de semana
Saboreia-se tradições
Nas feiras livres, permanentes,
Saciando saudades.
Estás a construir história
Sedimentando cultura
Forjando tradição.
Exalas vivacidade
És poética, especial
Fisicamente colossal.

Na diversão da velocidade
Amplas avenidas seduzem
Volantes assassinos.
Asas desertas
Inspiram nostalgia
Induzem à fuga onírica
Aos finais de semana.

— Brasília preconcebida
Brasília contraditória.

Lazeres hídricos
Frescor dos balneários
Água mineral, Poço Azul
Lago Paranoá, Mumunhas
Chácaras, Parque da Cidade
Piscina de ondas
Miragem de mar
No planalto central.

Antiestresse da rotina urbana.

Em meio desta balança
Decantarás os teus vícios   
Somatizando virtudes
Configurando o futuro
Próspero e de excelsos feitos.

*
VEJA  e LEIA  outros poemas do DISTRITO FEDERAL em nosso Portal:
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Página publicada em janeiro de 2025 

 

 

Página publicada em abril de 2019


 

 

 
 
 
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