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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

JOÃO FERRY

 

 

João Francisco Ferry nasceu em Valença a 16 de abril de 1895, recebendo as lições de primeiras letras dos seus próprios pais. De origem humilde, João Ferry não teve condições de continuar os estudos, como assinala J. Miguel de Matos.

\"Ferry morreu como viveu, carregando ao longo dos sessenta e seis anos bem vividos as amizades que fez, deixando amizades e, em todas elas, uma revolta imensa contra a morte, que o chamou tão cedo para o convívio sem angústia da eternidade\".

Poeta, jornalista, teatrólogo, pertenceu ao Cenáculo Piauiense de Letras, Patrono da Cadeira 38 da Academia Piauiense de Letras.

 

 

       NÃO SE PODE

 

       Quando eu era menino andava em voga
A história da “Não se Pode”.
Uma mulher esguia, que de toga
como um fantasma, à toa, do pagode
Altas horas da noite então vagava.

        E quando alguém seu nome perguntava
Invariavelmente respondia,
Com sua voz cava e cheia de agonia:
“Não se Pode!” “Não se Pode!”

        Era um fantasma esquisito e feio
De estatura comum, mas que crescia
Toda vez que cigarros acendia
Nos tampões das esquinas e do passado.

        Escaveirada, de carão ossudo,
Olhos sem brilho, sem nenhum clarão,
A “Não se Pode” era um duende mudo
Alma penada pela solidão.

        Soldados de patrulha da cidade
Uma noite entenderam de segui-la.
Mas a “Não se Pode”, com um cão de fila,
Evitava qualquer intimidade.

        Suas pegadas no chão jamais se viu.

        E do velho quartel para o mercado.
Seus pontos preferidos,
Era como um vulto malfadado
Dos mistério do além, desconhecidos...

        E quando uma noite fugia pelo espaço
“Não se Pode” também no seu regaço
       Em fumaças de pós se desfazia...

        A minha alma também é assim
Se alguém sacode
os sofrimentos que meu peito esconde
Pressurosa e bem triste ela responde
“Não se Pode!” Não se Pode!”.

 

                        (De “Chapada do corisco”, 1952.)

 

 

VALENÇA DO PIAUÍ      

 

 

         200 anos!  Como está velhinha!
mas tão linda, tão guapa, tão bonita,

         Parecendo hoje ser uma mocinha,

         Com um diadema de fita,

         Tendo no peito uma rosa,

         Sobre o seu vestido novo,        

         Que te faz tão graciosa

         Ao doce olhar do teu povo.       

 

         200 anos de deslumbramentos!

         Mas que lutas meu Deus, quantos tormentos,       

         Para vencer a estrada caprichosa

         Conquistando esta data gloriosa

         Que hoje feliz com inusitado brilho

         Mostra o progresso conquistado e forte,

         Recebido do amor de cada filho       

         A quem tiveste confiada a sorte.      

 

         200 anos!  Como está velhinha!

         Mas tão linda, tão guapa, tão bonita,       

         Parecendo hoje ser uma mocinha,

         Com o seu vestido de chita       

         Fazendo inveja aos rapazes,

         Que te querem namorar,

         Mas que ainda não são capazes

         De contigo se casar.

 

         Minha querida e imortal Valença!

         Hoje teus filhos com alegria imensa,

         Glorificando o teu bicentenário,

         Fazem de ti um talismã lendário,

         Que lhes dará todo um porvir brilhante

         Na tua gloriosa trajetória

         Para que num futuro bem distante

         Maiores loiros tenha a tua história!

 

 

        

         FIM DE ESCOLA

 

       Na escola toda vez, quando aparece
O exame final do fim de ano,
Nervoso cada qual faz uma prede,
Receando sofrer um desengano.

 

        Boas notas só tem quem as merece.
E quem as obtém vaidoso e ufano,
Muitas vezes até depressa esquece,
Da professora e seu trabalho insano.

 

        E o aluno fica alegre e mui contente,
Para gozar as férias bem feliz,
No lar para onde volta sorridente.

 

        Mas acontece que o aluno mau,
Que de vadio estudar não quis,
Volta pra casa , mas só leva pau”!...

 


ANTOLOGIA DE SONETOS PIAUIENSES [por]  Félix Aires.  [Teresina: 1972.]   218 p.     Impresso no Senado Federal Centro Gráfico, Brasília.                                 Ex. bibl. Antonio Miranda



TERESINA

Do meu bom Piauí, a linda Teresina,
Tem foros de princesa e tem condões de fada.
Cidade nova e moça em forma de menina,
Botão que desabrocha nos beijos da alvorada.

De tanto admirá-la a minha sorte ou sina,
De zelos possuída ardente e apaixonada,
Supõe que o seu conjunto é uma mulher divina,
E em vez de uma cidade, é a minha namorada.

E disto convencido, os sonhos cor-de-rosa,
Dão força ao pensamento e aos loucos devaneios,
que fazem da minhalma a imagem mais ditosa.

E lembra o Parnaíba, o rio de águas mansas,
Que na cidade verde, em frêmitos e anseios,
Sofralda a fímbria em flor das minhas esperanças.

 

*

Página ampilada e republicada em março de 2023.

 

 

 

 

 

Página publicada em janeiro de 2020.


 

 

 

 
 
 
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