Fonte: http://www.onordeste.com/
FONTES IBIAPINA
João Nonon de Moura Fontes Ibiapina, nome de registro, nascido em Picos, na zona rural, no lugar chamado "Vaca Morta", a 14 de junho de 1921, fez o primário em sua terra natal e o secundário em Teresina, bacharelando-se em Direito, em 1954, pela velha Faculdade da Praça Demóstenes Avelino. Ainda como estudante dedicou-se por algum tempo ao jornalismo. Findo o seu curso de Direito, entra logo para a magistratura, sendo juiz em várias comarcas do Piauí, a última em Parnaíba, onde publicava semanalmente artigos de crítica nos jornais, exercia o magistério, participava de toda a vida intelectual da cidade, e como tal ajudou a fundar a Academia Parnaibana de Letras e foi um dos seus presidentes.
|
IBIAPINA, Fontes. Terreiro de Fazenda (Desafios e Emboladas, Ligeiras, Trava-Línguas, Parlendas, Pilhérias, Adivinhações, Quebra-cabeças e Problemas e Cantigas de Brincadeiras-de-roda). Brasília: Grafor, 2003. Trabalho calcado em nossa cultura oral e no folclore. Edição de Ronaldo Mousinho. Ilustração: Lizmedeiros. Capa: Saulo Bispo Maciel. Col. Bibl. Antonio Miranda
LIGEIRAS TRAVA-LÍNGUAS, PARLENDAS, INTERMEZZI, PEGAS
28
(Pregão de vendedor de pirulito)
Pirulito americano!
Quem tem dente, chupa cana;
quem não tem, come banana.
S em-vergonha é quem me chama.
Pirulito que bate-bate,
pirulito que já bateu;
quem gosta de mim é ela,
quem gosta dela sou eu.
E olhe o pirulito,
enrolado num papel
e enfiado num palito.
29
(Na ausência do mestre, cantando a carta do B-A-BÁ na
escola da roça)
Um b com a,
passe pra cá;
um b com é,
pra que me quer;
um b com i,
passe pra ali;
um b com ó,
corte cipó;
um b com u,
pra dar no eu.
CANTIGAS DE BRINCADEIRAS DE RODA
3
TEREZINHADE JESUS
(Uns cantam):
- Terezinha de Jesus
deu uma queda, foi ao chão;
três cavaleiros acudiram,
todos três chapéu na mão.
(Outros respondem):
- O primeiro foi seu pai,
o segundo seu irmão;
o terceiro foi aquele
que à Teresa deu a mão.
(...)
4
SAMBA - LELÊ
Samba-Lelê está doente,
está de cabeça quebrada,
Samba-Lelê precisava
era umas lamboradas.
Pisa, pisa, pisa,
ó mulata!
Pisa na barra da saia,
ó mulata!
(...)
OUTRAS CANTIGAS
6
VELHA MEXERIQUEIRA
Amanheceu o dia
sentada no sofá,
escutando o que diziam,
pra poder mexericar.
O branco diz
que o negro é ladrão;
mas o branco também furta,
quando chega a ocasião.
7
CAIPORA
Caipora morreu,
vamos logo o enterrar,
num buraco fundo,
mode o carcará.
O que tens, Caipora,
que tanto choras?
- É por causa do filho
que foi-se embora.
Página publicada em março de 2014
|