Foto e biografia: wikipedia
ELIAS PAZ E SILVA
Elias Paz e Silva é um poeta, prosador (de contos e crônicas) e jornalista brasileiro. Nasceu em Teresina (Piauí - Região Nordeste do Brasil), no dia 26 de novembro de 1963, filho de Paulo da Silva Paz e Venância Maria de Jesus e Silva, sendo o caçula de mais de 20 filhos da família. Estudou em escolas públicas, exercendo a presidência do Centro Cívico Dirceu Arcoverde (do Colégio Estadual Helvídio Nunes) e bacharelou-se em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo pela UFPI (Universidade Federal do Piauí), em que também foi presidente do Centro Acadêmico do respectivo curso.
Participou dos jornais alternativos O Linguão e AlternATIVA, além de ter sido redator da página cultural Lavra da Palavra (no Jornal do Piauí). Publicou seu primeiro livro, Poemário I, em 1985, e atuou também nos setores culturais da televisão, destacando-se como “O primeiro a divulgar a produção literária piauiense em linguagem televisiva”, quando trabalhou sob a orientação do poeta Paulo Machado, segundo nota biográfica no livro de sua autoria (em coparticipação), Escritos Et O Breve Verbo.
Exerceu as atividades de coordenador de jornalismo da Fundação Antares e de assessor técnico da Fundação Cultural do Estado do Piauí (FUNDAC). Participou com destaque de vários concursos de poesia e prosa, classificando-se em segundo lugar no concurso de poesia Lucídio Freitas, patrocinado pela Fundação Cultural do Piauí, além do Concurso de Contos João Pinheiro. Sobre sua poesia, o crítico literário e antologista Assis Brasil expressou que, com suas características de "Poesia econômica, linguagem contida, Elias Paz e Silva afirma-se como um dos melhores poetas da atual literatura piauiense e nacional".
Obras: Poemário I (1985); Poemário II (1991); Os Tons da Paz ou Dos Dons o Amor a Custo Justo (2000); Escritos Et O Breve Verbo (2007); Face das Águas (2008); Canto das Letras (2009).
Haicai da tarde
Cigarra, cigarro
acesos na tarde. Só
os sóis do canto.
Dobaliana
lembrança de curral
na tarde oval
feixe de palavras
sobre o verão de arder
ao sol seca o tempo
chove o silêncio
na cidade infante
Questão de linguagem
poeta,
dobre a língua,
senão,
a palavra mingua.
O dom dos dias
o dom da palavra
lava
danação dos dias
a canção consola
solo
arribação de ritos
salmo de palma
alma
a dor se salva
ah o dom dos dias
o sinal de Deus
a revelação dos sonhos
anunciação de novo
Enigma no ar
(para H. Dobai e Paulo Machado)
que anjo sobre o cidade
anuncia coriscos na nuvem?
mensageiro do poente
o sol se declina em fogo no oriente
clarazul céu de enigmas
decifra homens taciturnos de esperança
os rios riscos primitivos
seca suas margens de areia e sonho
um artifício de paisagens
pontifica demolindo memórias antigas
à fome de justiça sobrevive
o rapaz da rua da glória
o que que há que não
se intui quando o vento de setembro na pele
imita carros de fogo
uma aliança renovada
sustenta o arco-íris na retina dos habitantes
depois do verão solar
chuva de raios trovões no metal dos pára-raios das
árvores secas
o relógio rosa da praça rio branco
ensina uma política de signos sob a velhice retórica
o mesmo anjo que circundou uma espiral
a margem da floresta de pedra a retidão da frei
serafim silencia:
VIVER É VINGAR-SEDA MORTE.!
Página publicada em janeiro de 2020
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