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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ROMANTISMO – Poesia romântica

 

 

 

VITORIANO PALHARES
( 1840 – 1890 )


 

Vitoriano José Mariano Palhares (Recife, 8 de dezembro de 1840 - 5 de fevereiro de 1890) foi um poeta brasileiro.

 

Estudou na Faculdade de Direito do Recife, tendo pertencido ao movimento Escola do Recife.

 

É patrono da cadeira 16 da Academia Pernambucana de Letras.

 

 

 

NEGRO ADEUS

Adeus ! Já nada tenho que dizer-te,
Minhas horas finais trêmulas correm.
Dá-me o último riso, pra que eu possa
Morrer cantando, como as aves morrem.

 

Ai daquele que fez do amor seu mundo!
Nem deuses nem demônios o socorrem.
Dá-me o último olhar, para que eu possa
Morrer sorrindo, como os anjos morrem.

 

Foste a serpente, e eu, vil, ainda te adoro !
Que vertigens  meu cérebro percorrem !
Mente a última vez, para que eu possa
Morrer sonhando, como os doidos morrem.

 

     (Peregrinas.  Lisboa: Imprensa Nacional, 1970. p. 33)

 

 

 

 

 

POETAS BRASILEIROS, org. Alberto de Oliveira e Jorge Jobim. Tomo Segundo. Rio de  Janeiro: Livraria Garnier, 1922.   346 p. 
Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

CANÇÃO

 

Adeus ! nada tenho que dizer-te, .
Minhas horas finais tremulas correm.
Da-me o ultimo riso, p'ra que eu possa
Morrer cantando, como as aves morrem

 

Ai daquelle que fez do amor seu mundo !
Nem deuses, nem demónios o soccorrem.
Dá-me o ultimo olhar, para que eu possa
Morrer sorrindo, como os anjos morrem.

 

Foste a serpente, e eu, vil, ainda te adoro
Que vertigens meu cérebro percorrem !
Mente a ultima vez, para que eu possa
Morrer sonhando, como os doidos morrem.



HADAD, Jamil Almansur, org.   História poética do Brasil. Seleção e introdução de  Jamil Almansur Hadad.  Linóleos de Livrio Abramo, Manuel Martins e Claudio         Abramo.  São Paulo: Editorial Letras Brasileiras Ltda, 1943.  443 p. ilus. p&b  “História do Brasil narrada pelos poetas. 

HISTORIA DO BRASIL – POEMAS

 

GUERRA DO PARAGUAI  (de 1864 a 1870)  

General Osório

CURUZÚ

O que se passa ali, naquele mundo
Por onde o próprio sol treme e descora.
Onde o exército acampa, os campos se armam;
Onde a esquadra dá fundo, o rio chora.

E o rio é rubro, porque o sangue é muito;
Negra a terra do fogo, que é de mais;
Tudo deserto, porque a morte aí reina!
Tudo horroroso porque o nada aí jaz.

Meu Deus, meu Deus, que enorme desventura
Arrasta a quatro povos para o abismo?
Oh! já sangra de mais essa tragédia!
Mortal de mais é esse cataclisma.

Porém... demais, também, nos provocaram;
Nada foi-nos poupado; a honra, os bens,
Tudo empolgou a garra da rapina,
Recuas? É remorso? Alma não tens!

A pátria é nossa mãe. Roubaste-a? Foge!
Mas debalde, que tu ao céu não corres.
Manchaste nossa irmã? Teu sangue é nosso!
Prostituiste nossas filhas? Morres!
Ninguém, ninguém bebera de um só trago
De fel da infâmia taça tão letal.
A espada, Paraguai, é para os bravos;
Tu vais morrer a faca e a punhal.

Curuzú, estrebucha sob o joelho
Do caboclo, do arcanjo da vingança.
É Deus quem arma o braço dos Osórios.
Exulta, povo! O extermínio avança!

             
 (CENTELHAS)

*

VILETA E ANGOSTURA

Tomba Vileta, Angostura
Procura estender-lhe a mão.
Nosso gláudio refulgura
E ambas ficam no chão —
Vencidas, desbaratadas,
São novas portas rasgadas
Que nos acenam: — Entrai!
E a aurora da liberdade
Fogosa, ridente, invade
Os campos do Paraguai.

Deus pesou a nossa ofensa,
Julgou-a, e disse: — Pois sim.
Podeis lavrar a sentença
Argolo, Osório, Delfim. —
Deu-se a última estocada;
A tirania prostrada
Vai pedir o seu perdão.
Em Vileta e Angostura
Expirou a ditadura
Da força e da escravidão.

Matou-se a guerra: é preciso
Sepultá-la já e já.
Deus, abri o paraíso!
Paz do céu, desce de lá!
Já se não morre, nem chora,
Tudo ressurge nesta hora
De grata compensação.
Nas pelejas que vara o peito
Não encontra o coração.

O tigre pôs-se na serra;
Seu antro desfez-se em pó.
Caxias abisma a guerra
Na ponte de Itororó.
Não é preciso mais nada.
Um tiro, uma cutilada,
Quase não ganhas, Gurjão!


Lá some-se a noite aziaga;
Apaga, guerreiro, apaga
O raio que tens na mão.

De monte a monte correndo;
De bosque em bosque a pousar;
De hora em hora esmorecendo;
De dia em dia a tombar;
Lá vai Lopes, voa, foge.
A campanha findou hoje,
Começa a perseguição.
Lançai matilhas à corça,
Pois sobre quem não tem força
Não se arremete o leão.

Soldados, é terminada
Vossa missão; descansai!
Dependurai essa espada;
Está morto o Paraguai.
Tomai da pátria os caminhos,
Trazei-lhe a c´oroa de espinhos
Que conquistastes por lá.
Nada terei de presente
Pois o futuro, somente
Vossos feitos honrará.

          (Obra citada)

*

A MORTE DO TIRANO

 

Caiu de sabre um punho
— Algoz, tinha paixão pelo cutelo!
Era um colosso, era; mas, que Herodes
Resistirá do sec´lo ao camartelo?

Crime inaudito: cativara um povo!
Ao Cruzeiro afrontou: fatal loucura!
Cava um abismo aos pés do Novo Mundo,
E nele tomba!  Horrível sepultura.

Horrível, sim, que a banha um mar de sangue,
Não orvalho de amor, ou de piedade.
Horrível, sim, que ali eterno e negro,
Sentou-se um juiz tremendo — a humanidade.

Era irmão de Calígula e de Nero;
Como aqueles, do mundo fez patíbulo
       Que ele chamou altar.
Era vampiro,: só bebia sangue!
Satã, que fez-se abutre, um povo inteiro
       Conseguiu devorar.

Gastara as garras em rasgar entranhas.
Já sem antro e sem ninho, falcoado
       Inda tentou fugir.
Barafusta nas vascas da agonia;
Sente que a morte empolga, e exasperado
       Pode  apenas rugir.

Câmara é a nuvem que sobre ele paira,
Chico Diabo o raio que o fulmina.
       Foi em Cerro-Corá!
Vara uma lança o peito do tirano,
E pelo rombo avista-se o futuro
       Que o Paraguai terá.

Futuro d´oiro, esplêndido, supremo,
Futuro de quem morre e ressuscita
       Livre, forte e gentil
O Paraguai sem ferros, sem mortalha,
Lembrando o potro e a campa em que jazerá
       Bendirá do Brasil.

                                  (Obra citada)

*

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http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/pernambuco/pernambuco.html

 

Página ampliada em outubro de 2021

 

 

 

 

 

 


Página publicada em julho de 2015- Ampliação em maio de 2020


 

 

 
 
 
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