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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ULYSSES LINS

 

 

Ulisses (também grafado Ulysses) Lins de Albuquerque nasceu em Sertânia (PE) , em 9 de maio de 1889. Funcionário público, formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife. Foi professor interino, em 1904, e teve uma escola particular. Nomeado pelo governador Sigismundo Gonçalves, foi agente do Tesouro na Coletoria Estadual e agente fiscal do Imposto de Consumo em Pernambuco. Transferido para São Paulo, em 1938, atuou na advocacia e na indústria agropecuária. Em 1945, elegeu-se constituinte e, depois, deputado federal por Pernambuco, na legenda do Partido Social Democrático (PSD), reelegendo-se nos pleitos de 1950 e de 1954. Pertenceu à Academia Pernambucana de Letras. Escreveu: Ao Sol do Sertão (versos); Mestres e Discípulos (sonetos); Fogo e Cinza (poesia); Um Sertanejo e o Sertão (memórias); Moxotó Brabo; Sol Poente; E a Noite Vem; Três Ribeiras. Morreu no Rio de Janeiro, em 29 de dezembro de 1979. Um de seus filhos, Etelvino Lins, foi interventor de Pernambuco, senador, deputado federal e governador de Pernambuco.  Fonte: Assembleia Legislativa de Pernambuco

 

Livros de poesia: PEDÚNCULOS(1910; AO SOL DO SERTÃO (1922); MESTRES E DISCÍPULOS(1927); FOGO E CINZA (1933); EXALTAÇÃO À POESIA SERTANEJA(DISCURSO DE POSSE NA ACADEMIA PERNAMBUCANA DE LETRAS-1934); SOL POENTE (1962); SEARA ALHEIA (1969)/ E A NOITE VEM(1969); *QUADRAS DE OUTRAS QUADRAS(1976),  

 

 

 

LINS, Ulysses. Quadras de outras quadras. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1978.  12 p.15x22cm. Brochura. Prefácio de T. Lima.  Inclui 5 xilogravuras originais de Poty Lazarotto.  Col. A.M.  (EA) 

 

 

Quando na Terra surgias,

Cobriu-se o Espaço de um véu...

Vênus disse às Três-Marias:

"Falta uma estrela no Céu!"

***

Toda de branco, cismando,
Pareces-me (e ver suponho)
Uma garça se banhando

No lago azul do meu Sonho.

***

No deserto que me oprime, - 
 − Beduíno da Ilusão, −

És a miragem sublime

Que me deslumbra a visão.

***

Se ela sorrindo me fita,

Eu penso, e sei que é certeza:

Não há obra mais bonita

Nos reinos da Natureza.

***

Os amores que eternizam
Lauras, Beatrizes, Leonores,

− Os que não se realizam −

São sempre os grandes amores.

***

Quando eu a vejo, tão bela,
Fico logo sem ação,

Pois leio nos olhos dela
Meu mandado de prisão.

 

 

 

SONETOS. v.1.Jaboatão dos Guararapes: Editora Guararapes EGM, s.d.  154 p.  16,5 x 11       cm.  ilus. col.  Editor Edson Guedes de Moraes. Inclui 148 sonetos de uma centena de poetas brasileiros e portugueses.  Ex. bibl. Antonio Miranda

ULISSES LINS DE ALBUQUERQUE




 

 

 

REZENDE, Edgar.  O Brasil que os poetas cantam.  2ª ed. revista e comentada.  Rio de Janeiro: Livraria Freitas Bastos, 1958.  460 p.  15 x 23 cm. Capa dura.   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

A BARAÚNA

 

A meu filho José

 

Rainha, na arrogância real do porte,

A fronde verde estende... Mas, um dia,

A volúpia do raio traz-lhe a morte

Num beijo; e abate-a, em fúria, a ventania.

 

Robusta, senhoril, zomba do corte
Do machado. E ao tombar, na erma e bravia
Caatinga, ouve-se ao longe o ruído forte
A ressoar nos desvãos da serrania.

 

E, homem mau! se golpeias, inclemente,

O tronco negro da árvore imponente

— Belo exemplar da nossa flora agreste —

 

Não te apercebes que ela é a imagem viva

Da resistência da alma primitiva

Dos Centauros e Atlantes do Nordeste!

 

 

 

 

A SERIEMA

 

                                               A Seve Leite

 

Andeja, airosa, arisca, ei-la, a seriema,
Em seus passeios diurnos pela estrada,
— Errante senhorita, enamorada
Das seduções do azul da Borborema.

 

Vendo-a, à lembrança ocorre-me um problema:
Talvez que uma princesa desterrada
Viesse aos bosques, assim transfigurada,
Curtir de atroz desgosto a angústia extrema...

 

Às vezes, por se ver tão solitária,
Estrangulando as próprias mágoas, canta.
E ei-la, garbosa, assim, trauteando uma ária.

 

Mas, nesse canto é como que ela esteja
Traduzindo, aos soluços da garganta,
Os desalentos da alma sertaneja.

 

 

 

 

CREPÚSCULO

 

  A meu genro Hiláo

 

Na fazenda. À tardinha. O sol, no altar do Poente
— Sacerdote pagão —, celebra a Ave-Maria.
Como que a natureza a orar, piedosamente,
Assiste genuflexa aos funerais do dia.

 

Debaixo da latada a deitar sombra à frente
Da cabana, a rezar, uma velhinha fia.
Junto, as mãos à almofada, a menina, agilmente,
Troca os bilros. Além, voa uma ave erradia.

 

Chia um carro de lenha aos trancos pela estrada.
E o carreiro, impiedoso, os pobres bois ferroando,
Segue a cantarolar uma penosa toada.

 

Rangem, como a gemer, as rústicas porteiras. ...
E, obedientes à voz do vaqueiro, aboiando,
Recolhem-se a mugir as reses curraleiras.

 

 

 

 

Página publicada em agosto de 2013; ampliada em julho de 2018. Ampliada em
dezembro de 2019.


 

 

 
 
 
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