|
JOMARD MUNIZ DE BRITTO
Nasceu na cidade do Recife – Arrecife de Desejo? – em 8 de abril de 1937. É também cidadão pessoense e natalense. Graduado e Licenciado em Filosofia pela Universidade do Recife, atual UFPE. Iniciou sua carreira profissional como professor de Filosofia em cursos secundários. integrou a equipe inicial do Sistema Paulo Freire de Educação de Adultos, tendo sido aposentado pelo regime de 1964. Participou das movimentações tropicalistas no Nordeste. Manteve-se na UFPB até o AI-5. Na década de 70 somente conseguiu lecionar na Escola Superior de Relações Públicas, entidade privada. Coordenou treinamentos em comunicação e criatividade para empresas e instituições. Com a anistia em 1980 retorna às universidades federais da Paraíba e de Pernambuco. Nessa área fronteiriça entre prosa e poesia, a que se prefere denominar de poeticidade, editou os seguintes livros: Inventário de um feudalismo cultural (1979), em parceria com o artista plástico Sérgio Lemos; Terceira aquarela do Brasil ( 1982) com programação visual de Anacleto Elói; Bordel brasilírico bordel (1992) com ilustrações de Bernardo Dimenstein; Arrecife do Desejo (1994) e Outros Orf’eus (1995), com projeto gráfico e ilustrações de João Denys Araújo Leite; Pop filosofia – o que é isto? (1997), um livro em CD com textos declamados e musicados; Atentados poéticos (2002), a convite das edições Bagaço, uma coletânea de textos e bricolagens, com capa e arte-final de João Denys. Poemas extraídos da obra: STEREO
LABORATÓRIO DE SENSIBILIDADE
entre o fruto e o dente qual o lugar do inconsciente?
mais vale uma banana no inciso que duas maçãs no paraíso.
entre o prazer e o dever como o libido satisfazer?
mais vale uma fruta na mão que três desejos em não.
entre memória e esquecimento qual o mais gozar do sofrimento?
entre razão e com-paixão existe o devir-povo-da-nação.
DIÁLOGO COM SUZANA BRINDEIRO GEYERHANH*
ilusões macunaímicas tensões cosmopolitas sacis vencidos exus híbridos pedros malazados chicós globalizados jeitinhos perdidos genomas prometidos canseiras carismas e ainda lemos manifestos e sempre relendo resenhas enquanto os verdadeiros da dialética da colonização antropófagos nos devoram autofágicos nos celebramos
*a coluna em itálico são versos de SBG.
A GRANDE SOL YDÃO (&) não a decantada pelo mago rilke de amores e anjos terríveis. nem o sol da mais sólida soledade em tropicais miscigenações. no solar de bananeiras e mangueiras, licores de pitanga, alfenim de freiras. tantas comendas para múltiplos silêncios. desabafo na cidade sitiada por Clarice em gozoso trópico de pernambucâncer: - meus filhos, volúpia genética, sem os lances da paterna genialidade. - o que será que será da sorte dos netos? - discípulos? – talvez ociosos intelectuários. - ressalve-se o prodígio memorial de Edson Nery da Fonseca, amigo irmão. (na polifonia de alencar, euclides, machado o entre –tempo da eloqüência para anco márcio tenório vieira dos vieiras.) - madá, ô madá, ô madalena, minha Madeleine... larga esse tricô tropicológico e vem me abrasar. nos serões coçando virilhas da poesia em pânico -vem, ó menino dos orixás, menino meta-racial - fui eu que inventou o Brasil e a morenidade de teus suores, apetites e loucos hibridismos. DURMO SONHANDO COM A ETERNIDADE DO MEU Y.
(&)ao bi-centenário de Gilberto Freyre, futurólogo.
Página publicada em julho de 2010.
|
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|