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GASTÃO DE HOLANDA

 

Gastão de Holanda (Recife, 11 de fevereiro de 1919 - Rio de Janeiro, 1997) foi um advogado, jornalista, professor, poeta, contista, editor, designer gráfico brasileiro.

Participou do Teatro do Estudante de Pernambuco, quando ainda era estudante universitário.

Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito do Recife em 1951.

Foi professor de História do Teatro Brasileiro e Artes gráficas na Escola de Belas Artes do Recife e História da Arte no Curso de Biblioteconomia da Universidade Federal de Pernambuco.

Fundou no Recife a editora O Gráfico Amador, em 1954, juntamente com Aloísio Magalhães, José Laurenio de Melo, Orlando da Costa Ferreira e Ariano Suassuna, em cujas oficinas foram impressos e editados livros de Carlos Pena Filho, Mauro Mota, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Hermilo Borba Filho, Francisco Brennand entre outros.

Transferiu-se para o Rio de Janeiro em 1972, onde também exerceu a função de editor, e onde veio a falecer.

 

HOLANDA, Gastão de.  O dragão encurralado.  Rio de Janeiro: Achiamé, 1983.  97 p.        13x21 cm.   Exemplar autografado.  Col. A.M. 

 

EM NOME DAS ONDAS

 

Ela me olhava de lado

com a indeterminaçao

de um cego

                    no vago do espaço

como se me visse

um marinheiro inconformado

com seu lado peixe

 

 

BAIRRO DO RECIFE: ADOLESCÊNCIA

 

Zona portuária, espectro de blenorragia

                              e cargueiros.

A puta se mira no espelho

mão no queixo, como se perguntasse:

          — Que meios, para atravessá-lo?

Eu responderia:

          — Mil vezes, o outro lado.

Ela sorri pelo canto amargo da boca

e desaparece atrás do biombo chinês.

Ouço o chocalhar das abluções

          como as mareias no casco do cargueiro.

Considero o toucador colorido,

espectro de enormes vidros de loção.

Estou nu como uma garrafa,

nudez de vidro,

                        o quarto é o Éden.

 

 

MARINHA

 

O abismo não tem cor

A profundeza íntima de uma onda

Arregimenta sombras,

Oferece alternativas

De intestinos ou os tácitos

Disfarces dos afogados.

 

Mas o segredo emerge e guarda

Uma estrutura de correntes        

                    e delírios

Que, conforme nossos cálculos

Nos compromete com o tigre da conflagração.

 

 

TREVA PRENHA

 

É necessário confessar todos os poemas

                    escritos

                    pensados

cuspir no sol apagando a sua lâmpada

e dominado pelo arbítrio dos loucos

                    dos videntes

                    escrever uma linha

                    suicida

na primitiva treva remanescente

 

 

SOM-IDOS

 

O som através da porta aberta

é limpo, escovada voz ou tiro

fechando-se a porta ao mesmo som

é tela que cai, teatro que suja o tom

que espalha um cochicho redondo

através da parede, não tem díreção

é ribombo espacejado, tijolo escuro

através das grades, o som vem cortado

em quadros, qualquer expressão

de liberdade mesmo que delineada

desque percebida, se lamenta, esquartejada.

 

 

Página publicada em novembro de 2013

 

 

 

 
 
 
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