EUSTÓRGIO WANDERLEY
Nasceu no Recife, Pernambuco, aos 28 de fevereiro de 1862. Transferindo-se para o Rio de Janeiro, diplomou-se em pintura pela Escola Nacional de Belas Artes, igualmente cursando o Instituto Nacional de Música. De volta à terra natal é nomeado catedrático de desenho da Escola Normal, por concurso. Retor¬nando definitivamente ao Rio, dedica-se ativamente à imprensa, ao magistério e ao teatro, sendo que algumas de suas peças, traduzidas para o castelhano e para o catalão, foram representadas na Argentina, no Uruguai e na Espanha. É na atualidade professor da Escola de Teatro da Prefeitura do Distrito Federal. Prosador, poeta, musicista e pintor, pertence à Academia Pernambucana de Letras de que é delegado junto à Federação das Academias de Letras do Brasil, ao Instituto Histórico e Arqueológico de Pernambuco, e a outras instituições de cultura. Um dos pioneiros de nossa literatura infantil.
Bibliografia: — "Claro — Escuros", poesia; "A última Noite"; "O Preconceito"; "Teatro Histórico", teatro etc.
REZENDE, Edgar. O Brasil que os poetas cantam. 2ª ed. revista e comentada. Rio de Janeiro: Livraria Freitas Bastos, 1958. 460 p. 15 x 23 cm. Capa dura. Ex. bibl. Antonio Miranda
JANGADEIROS
— Ei-los singrando o mar; a vela aberta ao vento,
Repetindo a façanha homérica de heróis!
A vida expondo, ao léu, de momento a momento
À luz do sete-estrelo, ou à luz dos arrebóis.!
Pelo alto oceano em fora — à sota ou a barlavento —
Mal divisam, por longe, o luzir dos faróis !...
A imagem do Brasil levam no pensamento
Fulgindo como ideal constelação de sóis.
Não os intimida o rudo escarcéu da procela,
Despedaçando o leme, estraçalhando a vela,
Tornando em negro abismo o mar de antes azul.
Seguem, de fronte altiva, impávidos, risonhos,
Firme o olhar, braço forte, a mente ardendo em sonhos, Guiados pelo esplendor do "Cruzeiro do Sul" !
Página publicada em dezembro de 2019
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