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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

EUGÊNIA MENEZES

 

Eugênia Menezes nasceu em Taperoá, no cariri paraibano. Ali viveu até os onze anos quando, muito a contragosto, saiu para estudar, mantendo os vínculos com essa comunidade até hoje. Bacharel e licenciada em Ciências Sociais, especialização em Sociologia e Métodos e Técnicas de Pesquisa Social, mestrado em Teoria Literária. Pesquisadora Social da Fundação Joaquim Nabuco, atuando nas áreas de promoção cultural e planejamento. A sua relação com a Literatura é de absoluto descompromisso: lê quando pode, escreve quando tem vontade. Começou a escrever em 1979, quando se engajou na equipe de base das Edições Pirata, movimento editorial para publicação nas áreas de ficção, poesia e ensaio. Fez parte da diretoria da UBE em três gestões. Publicou Arca do Tempo, O Canto da Minha Memória, Terra arada, reconstrução da lembrança, Trança de Gente, Equívocos do Cotidiano., Foi coautora de Cartas Marianas I e II e de Histórias do Meio do Mundo. Participou de várias Antologias e publicou textos em Jornais e Revistas. Coautora de Escrituras, do qual fez a orelha e organizou, junto com Lourdes Rodrigues, a sua publicação. Membro do Traço Freudiano Veredas Lacanianas Escola de Psicanálise, desde abril de 1996.
Fonte da biografia e foto: http://www.traco-freudiano.org/

 

 

46 POETAS, SEMPRE.  Organização: Almir Castro Barros.  Recife: Edições Bagaço, 2002.  145 p.  20x21 cm.  ISBN 85-7409374-2  Poetas pernambucanos contemporâneos, poesia pernambucana.  Col. A.M. 

 

TOQUE DE FADA

 

Esteve sempre ao alcance das espingardas. E seu corpo, malhado pelo chumbo, sangrava sempre, até quese fez caça. Pousou sobre o braço plano do cajueiro,olhos fechados aguardando a morte. Caçador aprisionou-a, aninhou suas penas contra o peito, e arrulhou canções

ao seu ouvido. E quando a coroou pomba de sua paz,

desencantou-se e deslizou seu corpo de fêmea pêlos riscos da caçada, salvando vidas na folhagem.

 

 

OFICINA

 

A luz incandesceu o verde das mangas

e amaciou o aço das espadas

para o corte das margens.

Pelas frestas das lombadas pousam réstias

sobre as folhas coloridas pelo mago,

unidas pelo visgo das resinas da serra

que joga pequenas plumas brancas

sobre os óculos de Miguilim.

No brinquedo de roda,

mãos se conjugam no laço de amor

formando feixes enfeitados de alegria

pelo toque das espáduas e espátulas.

Fardo de arte e fé,

embarcado pelos estivadores suados

a caminho da liberdade.

 

 

 

Página publicada em dezembro de 2013

 

 

 


 

 

 
 
 
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