A PAINEIRA NÃO FLORIU...]
E a paineira ferida,
cobriu-se de verde manto,
fechando, assim, sua copa
para esconder o seu pranto.
Havia despido os galhos,
as suas folhas largando,
assim, de galhos desnudos,
a primavera esperando.
Chegaram as primeiras chuvas,
o jardim todo sorriu,
no lugar da grama seca,
verde tapete surgiu.
Em pleno mês de outubro
a paineira não floriu,
chorando os galhos cortados
de folhagem se cobriu.
“Não gostam das minhas flores?”
“clamava ela aos céus:
“porque não são perfumadas?”
“por que não são, Senhor Deus?”
“Depois das flores rosadas,
a todos filhos de Brutus
eu ofereço a paina,
no recesso dos meus frutos.”
“E as mamães carinhosas
faziam travesseirinhos
pra reclinar as cabeças
de seus queridos filhinhos.”
“Perdoa-lhes, Senhor meu!
A minha vida, ó quimera!
deixa que eu possa florir
vindo outra primavera!”
DECISÃO
Oh! Não suportarei a tua ausência
quando de mim, por certo, te afastares,
pois decidiste então, sem clemência,
partir sozinho em busca de outros ares!
Não terei mais aquela mão amiga
que com calor aperta a minha mão,
a alegria que envolve e abriga
amigo certo em toda ocasião.
A expressão sincera de alegria
que inunda o teu rosto quando chego,
invade toda a sala, se irradia;
tristezas por ternuras, eu trafego!
E para este desgosto não sofrer
de te ver partir, eu irei primeiro,
guardando para sempre, podes crer,
lembrança d´um amor tão verdadeiro!