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CHICÃO
(FRANCISCO ANTONIO DE PAULA MACHADO)
Francisco Antonio de Paula Machado nasceu no Rio de janeiro em 1960. Radicado em Recife desde meados de 1970. Teve seus primeiros contatos com a poesia alternativa do Recife através dos poetas Francisco Espinhara, Inaldo Cavalcanti, Eduardo Martins, Jorge Lopes e Hector Pellizzi, dentre outros. Militante, na década de 80, do Movimento Estudantil e do Movimento de Escritores Independentes de Pernambuco (MEIPE), no qual exercia a recitação participando ativamente dos recitais coordenados pelo movimento. Figura conhecida do meio literário alternativo do estado, tem poemas publicados no jornal Folha de Pernambuco e em diversos fanzines em circulação. Participou da coletânea Marginal Recife: coletânea poética II, organizada por Cida Pedrosa, Miró e Valmir Jordão, e editada pela Fundação de Cultura Cidade do Recife em 2003. Atualmente prepara a edição do seu primeiro livro solo de poesia de nome APÓCRIFO.
Maioridade
A punho,
Sob a vista de ninguém,
Sanciono e outorgo minha liberdade,
Faz sombra em grande parte da cidade,
O sol que não ilumina a todos,
Adentra em minha janela com alvará
de soltura,
Eu rebelada criatura,
Em paz submeto-me a Deus.
Relatividade das dores
Fica bem claro que somos diferentes,
Nascidos na mesma terra em outros
ventres,
Fica bem claro a relatividade das dores,
A dicotomia das cores,
O entendimento da lógica como
suporte da fé,
Fica bem claro que todo demónio é
anjo torto,
E todo santo já teve um pouco de
Lucifé.
Genoma
Imensidão regressiva
Doravante diminuta
Infinitamente restrita
O homem ganha forma robótica
Alteração genética
É criado em séries, réplicas
Ao gosto do criador
Dos plutocratas
Com a alma feita de lata
E coração indolor.
Página publicada em março de 2015
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