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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto e biografia:  wikipedia


BENEDITO CUNHA MELO


Benedito Cunha Melo, cujo nome completo era Benedito Tavares da Cunha Melo (Goiana, 25 de março de 1911 — Jaboatão dos Guararapes, 6 de outubro de 1981) foi um poeta e cultivava o jornalismo. É o autor do hino do município de Jaboatão dos Guararapes e do Hino do Padroeiro Santo Amaro.

Filho dos poetas Alberto Tavares da Cunha Melo e Virgínia Tavares de Miranda Lins, Benedito Cunha Melo se transformou ícone da cultura jaboatonense por utilizar uma temática ligada a sua região e pela atuação jornalística. Melo foi o fundador e o redator-chefe do “Jaboatão Jornal”, periódico mensal criado em 1950, onde por mais de 20 anos manteve uma coluna de trovas intitulada Trovas e Trovoadas, com textos predominantemente satíricos.

ObrasFolhas Secas, 1939; Versos Diversos, 1948; Nuvens de Pó, 1949; Perfis, 1954; Da Morte, Folhas Secas e Outras Trovas, 1954; Trovas e Trovoadas, 1962; Canto de Cisne, 1980; Poesia Seleta, 2009.

 

 

REZENDE, Edgar.  O Brasil que os poetas cantam.  2ª ed. revista e comentada.  Rio de Janeiro: Livraria Freitas Bastos, 1958.  460 p.  15 x 23 cm. Capa dura.   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

MANDACARU

 

 

Vejo-te sempre à margem dos caminhos
Ou nas caatingas secas, à adustão
Do sol exposto, exposto aos redemoinhos.
Mandacaru bravio do sertão

 

Em ti não fazem festa os passarinhos...
Como os teus cardos agressivos são!
Mandacaru, conheço-te os espinhos!
Já uma vez tu me feriste a mão.

 

Ferido embora, não te amaldiçoo...
Acostumei-me à dor, e é comovido
E quase com prazer que te perdoo.

 

Pois na vida — esse agreste de aflição
Quantos mandacarus me têm ferido,
Mandacaru bravio do sertão!?

 

 

 

 

PONTAS   DE PEDRA

 

 

Uma velinha, a se afastar ligeira,
Mar em fora se some, num momento...
Outra vem e, na praia, branca esteira,
Uma vaga a morrer como um lamento.

 

Redes ao sol. Distante, uma caieira...
Verde o mar. Muito azul o firmamento.
E a encher-me o ouvido a música praieira
Dos coqueirais batidos pelo vento !

 

Depois, a noite. A lua enorme, cheia,
A praia linda (como a vejo ainda!)
E um menino a fazer torres de areia...

 

Tudo me passa vivo na lembrança :
O menino sou eu, e a praia linda
Pontas de Pedra, que deixei criança!

 

 

 

 

Página publicada em dezembro de 2019


 

 

 
 
 
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