ALCEU VALENÇA
Músico e poeta, nasceu em São Bento do Una, agreste de Pernambuco, em 1946.
VALENÇA, Alceu. O poeta da madrugada. São Paulo, SP: Chiado Editora, 2015. 106 p. 14x21,5 cm. Prefácio d José Eduardo Agualusa. Impresso em Lisboa. “ Alceu Valença “ Ex. bibl. Antonio Miranda
Não vamos voltar à rabugenta discussão: “se” letra de música é poesia. Sim. Como diria Caetano: Ou não... Nem todo poema é poesia... E não tem formato único, universal. Acaba de sair o livro “O Poeta da Madrugada” com os versos repentistas ou “inspirados” de Alceu Valença. Aqui estão dois exemplos, para celebrar o lançamento:
POETA NOTURNO
Eu mato o tempo fingindo fazer versos filosóficos
Cheio de dúvidas que povoam minha alma,
Mas sigo o caminho tortuoso dos que vestem calma
Ou se fantasiam de atormentados fantasmas
E escrevem quadras que não dizem nada
A não ser o que já foi dito ou reeditado.
Um passatempo, jogo bobo de dados
Ou um velho baralho de cartas marcadas.
O TEMPO
O tempo se dilata
Como um fio,
Cordão elástico caminho,
Estrada que nos transporta.
A gente segue o tempo e ninguém nota.
Seus caminhos suas rotas
Por onde o tempo seguiu.
Depois quer viver tudo que viu,
Vai bater na mesma porta
De onde um dia saiu.
Música: MORENA TROPICANA
https://www.youtube.com/watch?v=cbtJe3ml34g&index=
7&list=PL4U5bjSXBkLJkUfavN7hr5Lgc83EeSNZs
Página publicada em julho de 2015
|