Foto: curitibaneando.wordpress.com
SÉRGIO VIRALOBOS
Sérgio Viralobos nasceu em Curitiba. Na infância e adolescência viveu em Itu, Rio de Janeiro, Recife, Brasília e, novamente, Curitiba.
Agora, estamos no início dos anos 1980. O jovem poeta/compositor já está cursando Economia, na UFPR, e trabalhando no Banco do Brasil. Ajuda a formar a Contrabanda, grupo que em 1982/83 causou um certo impacto estético e sonoro no insípido cenário roqueiro local. Mas, o estrago irreparável aconteceu no dia 13 de novembro de 1983, no Operário, quando o Beijo AA Força (Sérgio era o vocalista) fez sua estreia no Primeiro Festival Punk de Curitiba, junto com Os Inocentes. 3.000 atônitos metaleiros vindos de todos os cantos da cidade perceberam que podiam montar suas próprias bandas. Nos dias seguintes, moicanos de primeira viagem já circulavam ainda usando camisetas do Black Sabath, Nazareth, Uriah Heep e coisas do tipo.
Mas, a nova temporada curitibana chegou ao fim. Sérgio deixou o BaaF, casou-se e foi atender as obrigações profissionais exigidas pelo banco. Em julho de 1984 mudou-se pra Manaus; depois, Cascavel, Curitiba (breve permanência), São Paulo (onde fixou a base familiar), Marabá, São José do Rio Preto e Bauru.
Depois de uma carreira brilhante no BB, tornou-se diretor-financeiro da produtora paulistana de cinema e publicidade Abaporu Narrativas Visuais. Pretende viver entre São Paulo e Curitiba. Para isto, acaba de comprar um apartamento aqui: “acho vital a ligação com Curitiba”.
Sérgio esteve recentemente na cidade dando os retoques finais no trabalho que será lançado no início de 2012. Sem modéstia, dispara: “este será o melhor livro de poesia já publicado em Curitiba”. Piada Louca contém “tudo o que escrevi sozinho – uns 115 poemas”.
VIRALOBOS, Sérgio. Piada louca. Coletânea poética (1981-2014. Curitiba, PR: Nossa Cultura, 2014. 237 p. 16x23 cm. ISBN 978-85-8066-1354. Inclui um CD. “ Sérgio Viralobos “ Ex. bibl. Antonio Miranda
TRANSUBSTANCIAÇÃO
Você faz o que quer,
Faço o que tenho que fazer.
Não posso ser como você é,
Mas admito que gostaria de.
Ser você seria um tiro no pé:
A dor de andar vai me dar prazer.
Ser você seria mudar de fé:
Comungo contigo, podes crer,
Na fila da hóstia da catedral da sé.
Vamos nos encontrar, vamos nos perder.
QUEM BATE?
E falso dizer que sou frio, insensível
Avesso à dor, emocionalmente estéril
Digamos que eu seja um termómetro
Conforme a que encosto, aumento
Até passo, às vezes, do ponto
Não nego fogo a quem merece um tiro
Pode falar, corpo morno
A pedra de gelo já foi requentada
Conte pra mim sua vida
Boa voz pra embalar o meu sono
IGREJACULOU PRECOCE
Grande concentração de milagres
Trabalhamos com confissões e despachos:,
O mal que te aflige nos revolta
Sem pecado pescamos cabeças de bagres
Tiramos pó de teus pés em nossos capachos
Aqui quem entra armado sai sem escolta
Erguemos um altar pra Que te consagres
Um vinho irado te verterá dos cachos
Satisfação garantida ou tua dor de volta
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FANTASMA CIVIL. XX Bienal Internacional de Curitiba 2013. Organização Ricardo Corona. Curitiba, PR: Fundação Cultural de Curitiba, 2013. 43 cartões com imagens aéreas de Curitiba e, no reverso, versos de poetas paranaenses. Projeto gráfico Medusa. Obra inconsútil. ISBN 978-85-64029-08-8 Inclui os poetas: Josely Vianna Batista, Lindsey R. Lagni, Ademir Demarchi, Luci Collin, Fernando José Karl, Roberto Prado, Sabrina Lopes, Bruno Costa, Amarildo Anzolin, Carlos Careqa, Roosevelt Rocha, Camila Vardarac, Marcelo Sandmann, Vanessa C. Rodrigues, Anisio Homem, Greta Benitez, Ivan Justen Santana, Mario Domingues, Marcos Prado, Bianca Lafroy, Estrela Ruiz Leminski, Sérgio Viralobos, Alexandre França, Helena Kolody, Wilson Bueno, Paulo Leminski, Alice Ruiz, Zeca Corrêa Leite, Édson De Vulcanis, Afonso José Afonso, Homero Gomes, Leonardo Glück, Hamilton Faria, Emerson Pereti, Andréia Carvalho, Ricardo Pedrosa Alves, Priscila Merizzio, Marcelo De Angelis, Adalberto Müller, Cristiane Bouger.
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Página publicada em novembro de 2014; ampliada em dezembro de 2016.
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