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JÚLIO PERNETA

 

Júlio Davi Perneta (Curitiba, 27 de dezembro de 1869 - Curitiba, 23 de julho de 1921 ) foi um escritor, poeta e jornalista brasileiro. Era irmão de Emiliano Perneta (o "príncipe dos poetas paranaenses"), sendo considerado um dos pioneiros do Regionalismo na literatura brasileira.

Era um dos cinco filhos (Emiliano, Júlio, João, Manoel e Evaristo) do alfaiate e comerciante Francisco Davi Antunes com Cristina Maria dos Santos (observar que o sobrenome Perneta não consta aos pais e como seus irmãos, fora batizado em virtude da alcunha que possuía o comerciante Francisco em referência a um defeito que tinha na perna). Como o irmão Emiliano, Júlio estudou em ótimas escolas e logo na adolescência enveredou pelas letras e o jornalismo. Como jornalista, ajudou a fundar várias revistas literárias, como: Revista Azul, em 1893, O Cenáculo (considerada uma das mais importantes publicações de cunho Simbolista editadas no Brasil3 4 ), em 1895, A Penna, em 1897, Pallium, em 1900 e também colaborou em periódicos como no Club Curitibano. Nestes veículos, escreveu ensaios críticos e anticlericais, além de poemas em prosa e prosa poética.  Fonte: wikipedia

 

MURICY, Andrade.  Panorama do movimento simbolista brasileiro. Volume 1. Revisão crítica e organização da bibliografia por Aurélio Buarque de Hollanda Ferreira. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, Instituto Nacional do Livro, 1952. 382 p.  Impressão Departamento de Imprensa Nacional.  Ex. Biblioteca Nacional de Brasília, doação família de Marly de Oliveira.  

 

EXÉQUIAS

Hoje, relendo a Bíblia da existência.
Parei, chorando, em meio da leitura;
Havia em tudo emanações da essência
De teu sorriso e minha desventura.

Em cada trecho, eu ia relembrando
O teu perfil esplêndido e sonoro,
— Sombra que passa, célere, cantando
A minha mágoa, pela tuba de ouro.

E, como sombras hipnotizadas,
Passa, chorando, o triste amor desfeito,
O cortejo das almas desgraçadas;

E ris; teu riso é como uma ironia
Que vem desabrochar dentro em meu peito
O eterno lótus da Melancolia.

 

          (O Cenáculo, tomo III, 1896, p. 94)

 

Página publicada em abril de 2015

 


 

 

 
 
 
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