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JAQUES BRAND
Jaques Mario Brand. (Curitiba, 1948) é jornalista com passagem pelas redações dos jornais Folha de Londrina, O Estado do Paraná, Tribuna do Paraná, Jornal do Estado e da revista Panorama, além de ter colaborado com o jornal Nicolau. E autor de Brisais (poemas, 1997).
101 POETAS PARANAENSES (V. 1 (1844-1959) antologia de escritas poéticas do século XIX ao XXI. Seleção de Admir Demarchi. Curitiba, PR: Biblioteca Pública do Paraná, 2014. 404 p. 15X 23 cm. (Biblioteca Paraná) Ex. bibl. Antonio Miranda
ONDE TANJO UM SOL
|I|
Onde tanjo um Sol
ouvem lá que é um Fá
e se solo um Lá
falam só que é um Si.
*
|II|
Nuvem que nem Noruega,
que nem a espada de Quéfrem
ou o sorriso de Vânia
e as açucenas do açude.
COMPROMISSOS
Tenho uns compromissos
com a vida;
por isso é que não posso
com o Partido.
A brisa que suspira
é impetuosa
e dela pouco sopra
no Estatuto.
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Prefiro, menestrel
de beira & borda,
roer, como um de Roma
rato, a Corda.
PARA RECORDAR ROLAND BARTHES
Ao Reginaldo Fernandes
UM TIGRE
DOIS CISNES
TRÊS SIGNOS
ENSEJO
Anjos
tangem
banjos
para o
ensejo.
SEMIDESPIDA MUSA
Semidespida musa,
ensandecido bardo.
Semidesfeito leito,
semissugado lábio.
LA ESTACIÓN FLORIDA
Trêmulos seios plenos de Vênus donzela.
Pórticos sóbrios, Roma rouca ronca.
E era del año la estación florida.
O TAO DA FODA
|I| L'amour selon Helène
Arfa no tálamo a nua deidade.
Arfa, infla o fole dúctil, sobe,
fode, sobe, fode, fode, sobe
aos domos altos da cidade fria,
aos domos sobe onde os pomos têm.
SONETO À MANEIRA DO
DÉCIMO-SÉTIMO SÉCULO
Dê-me tua mão, Amiga, e ao meu lado
venha dos campos ver as verdes lindes
— ainda mais lindas se por elas vindes
e mais ainda se vindes ao meu lado.
Ouçamos da floresta que os margeia
a brisa perpassar o chão florido
e num transporte breve o leve Ar ido
nos leve em seu alento ao léu, à Aleia.
Das sendas derivadas, e à deriva,
à Suma alcemos juntos, às alturas
de um Saber bom que eu sei, musa lasciva.
Enquanto achas levo à labareda
e achas leve em teus quadris meu gesto,
as Artes eu direi, de Amor, que enreda.
§ As Artes eu direi, de Amor, que enleva.
Página publicada em setembro de 2015
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