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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

ALBERTO CARDOSO

 

Nasceu em Morretes, em 1913. Poeta de grande sensibilidade fez poesia denotando forte riqueza interior. Grande declamador,boêmio inveterado,foi proprietário do Bar do Cardoso, local de encontro de intelectuais literatos paranaenses,durante toda a década de 1980.

Publicou em 1986  "Poenau" e em em 1991 "Poeferia", entre outros poemas como "Saudades de Morretes".

Foi presidente da Casa do Poeta de São Paulo e da Casa do Poeta de Curitiba, além de membro honorário da Academia Paranaense de Letras.

Segundo Helena Kolody, o "Bardo", como era conhecido, era um "marinheiro de lembranças, levando-nos ao Paraiso Morreten se, aprisionado na sensibilidade de um Anjo das Águas, de um inocente pescador mirim que pescava seus próprios sonhos. Cardoso verseja com naturalidade com que respira". Fonte: www.facebook.com/morretessetur

 

101 POETAS PARANAENSES (V. 1 (1844-1959)  antologia de escritas poéticas do século XIX ao XXI.  Seleção de Admir Demarchi.  Curitiba, PR: Biblioteca Pública do Paraná, 2014.  404 p. 15X 23 cm.  (Biblioteca Paraná)  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

RIO MARUMBI

 

Buscando e rebuscando na lembrança

imagens, as mais belas que já vi,

eis que se me apresenta uma criança

vagando pelo Rio Marumbi.

 

Pescando pelas margens da esperança,

caçando o que era belo por ali,

nadando na pureza e na distância,

eis como foi meu tempo de guri.

 

Nas águas cristalinas desse rio,

onde se espelham passarinho e flor,

meu rosto se espelhou cheio de brio.

 

Tinha, quando parti, no peito o amor,

de volta, trago o pensamento frio

e uma bagagem cheia de rancor.

 

 

POENAU

 

Minha poenau

quando partiu

calmos mares sonhava

planando espumarada

ancoradouros festivos buscava

 

Na lira dos ventos suaves

a musa formosa bailava

 

Como a vida

o mar é de veneta

 

A poenau

carregada de versos

chocou-se com a fúria das tempestades

a lira maestra das rotas

quebrou-se no peito das rochas

a musa sereia-encantanda

quedou-se no pélago marino

 

Fragmentos da frágil poenau

emergirão no cais do leitor

flutuarão na maré dos meus sonhos

viverão no vai e vem da pesquisa

 

Entre a partida e o naufrágio

restou-me a decência dos meios

 

 

Página publicada em setembro de 2015


 

 

 
 
 
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