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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

VALBERTO CARDOSO


 

0 que assombra na poética de Valberto Cardoso?

Não apenas a renovação da linguagem e sua precisão de mirar o alvo vasto dosilêncio.

 

Ha um silêncio nunca casto que não se sabe se feito de branco, ou se de brancoo que feito em silêncio.

 

0 que espanta na sua artesania despojada do excesso?

Não só as novidades que vieram dar na sua poesia que não atraem o canto fácilda sereia.

 

Ha um burilamento urdido com exemplar consciência das pausas. Iguais àspautas que respiram na música o tempo precioso de evocar essências raras.

 

O que nos assusta além da armadilha das palavras?

Não o úmido que aflora ao sereno da serra em Areia. Para ele, lugar de coragem e de solitude. O poeta tem concisão de aridez - lírica sem lírico - mas que não nega a beleza do s6 na flor do cactus, posta arredia em meio ao ser tão interno que esta em toda arte.

 

O que nos alumbra na sua fluidez de ritmo?

É o gosto doce-amargo pelo que flui de canção intimista. Secreta.

Mais do que musica oculta para fundo de vida ou de morte.

 

                                               BENÉ FONTELES

 

 

 

De
Valberto Cardoso
A invenção do dia
João Pessoa: Editoral Universitária / UFPB, 2009
84 p.  formatao 21 cm x 21 cm
ISBN 978-85-57745348-1

 

 

                   Herança

 

                   Entre a lua e a estrela sozinha

                   Aquela distância é minha

 

 

 

Repouso declarado

 

As casas preenchem os sonhos

As velas apagam a vida

As inúmeras publicações cansaram Ifigênia.

 

............................................................

 

Fez-e silêncio no amontoado de dizer coisas.

 

 

 

Sem título

 

         Esgotei-me no derramamento das palavras.

         vez em quando a criança chega perto

         e belisca a nossa pele madura.

         Depois beija e ri e foge com olhos de

         quem volta.

 

         (A criança cresce feito um homem surpreendido ao sol)

 

         Mulheres e homens amam em ordem alfabética.

         O intervalo da música ressuscita a âncora do poema.

         Matem o homem, enforcado, abismado...

         Quanto a mim,

         Eu fiz versos como quem morre.

         Perdi-me entre o mar e a vida!

         Sou caduco: deus também o é

         E não escrevo mais.

         Papai completa hoje 80 anos.

 

 

 

                   O poema se faz no sábado

 

                   O poema se faz no sábado

                   Entre picados e loiras

 

                   Ao fim da feira

                   No momento em que se varre a rua

                   Do sábado

 

                   E segue o diário

                   Na tentativa de criar

                   Alguma palavra embriagada.

 

 

Atestado

 

                   Se fingir enlouquecer

                   Pede p’ra ficar comigo

                   A gente constrói um hospício

                   E chega bem pertinho do paraíso

 

                   Tem coragem?

                   Eu tenho

                   Se não der certo

                   A gente incendeia o resto

 

                   Mas se enlouquecer de verdade

                   Dizer frases amareladas

                   Como

                   eu te amo

                   se eu tivesse lutado

 

                   Eu compro o atestado.

 

 

                  Ato

 

                   Um corte ríspido, vermelho

                   No largo do teu olho

 

                   Vaza a lágrima

                   que se consagra

 

                   a morte:

                   rio verídico   

 

 

CARDOSO, Valberto.  Assinatura.  João Pessoa: Ideia, 2011. 76 p. ISBN 978-85-7539-642-1  
          Capa/projeto gráfico: Bené Fonteles/Licurgo Botelho.    Col

 

Guardados fiquemos
do útero ao túmulo
por enquanto monólogo
depois silêncio

 

          Recompensa

          Quando ele avisou que passarinho não deve nada a
          ninguém,
          que acorda cedo já cantando,
          eu me espantei.
          Por horas tentei assoviar ou imitar o canto.
          Dei a ele milho, galinha, larva.


          Ponte aérea

          O que antes era página
          hoje tela em branco

                              Mesmo assim se adia
                              o compromisso, em pânico

 

          Mesmo que disfarce

          Possível continuar.
          mesmo que caricato
          mesmo que a vida tenha seu negativo
          álbum de retrato

 

          Registro

          Um corpo
          requer inscrição
          ainda que não conheça
          seu vão

          O tempo
          delira-se fundo
          a espiar a cria,
          seu último assunto

 

 

 

 

 

 

Página publicada em fevereiro de 2010

 

 

 

 

 

 


 

 

 
 
 
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