Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

RAIMUNDO GADELHA

RAIMUNDO GADELHA

 

Editor. Formado em Publicidade e em Jornalismo pela Universidade Federal do Pará, com especialização na Universidade de Sophia, em Tóquio, Japão, onde viveu durante três anos, depois de ter estudado em Nova York. Poeta e fotógrafo, sua obra percorre o romance e a poesia, geralmente associada à Fotografia. Trabalhou durante três anos como editor da Aliança Cultural Brasil-Japão e, em 1994, fundou a Escrituras Editora que já tem em seu catálogo mais de 400 títulos. Fonte: http://www2.bienaldolivro.ce.gov.br/ 

“De certa forma, ele faz um contraponto tardio a certas vozes do nosso modernismo, e se nega a fugir para o recanto bucólico que, a alguns, nos parece tão ausente. (...) Poesia de afeição pela Vida, de aceitação da vida, do amor e do ser humano: a realidade trabalhada e refeita pela sensibilidade e pelos sonhos do artista.” RENATA PALLOTTINI

De
Raimundo Gadelha
PARA NÃO ESQUECERES
DOS SERES QUE SOMOS

São Paulo: Escrituras, 1998.
ISBN 85-86303-36-4
Inclui CD

 

ESCONDE-SE
Esconde-se onde?
De tudo isso, pouco se sabe.

 

Escultura

Mutilados os braços,
os pés tentarão, passo a passo,
imprimir uma emoção
Decepadas as pernas,
o caminho não terá sido em vão
Cortada a cabeça,
por instantes ainda pulsará o coração
e enterrado o coração e todo o resto
restará ainda e para sempre
a marca cósmica e imperecível
de tudo o que se tentou ser
E numa fração de segundo
o Ser simplesmente será
Puro
Rápido
Eterno.


Exercício

Vasto horizonte
Desvão do tempo
Linha sumindo sob a linha do mar

Ansioso anzol

E se o peixe não vem,
quem é prisioneiro de quem?


Dualidade

Sou o jardim de um castelo antigo
Verde, estiro-me todo iluminado
por uma lua que enriquece a paisagem
E não estou sozinho neste tempo,
pois sou também um cão negro como a noite

Verde-jardim, faço parte e contemplo a paisagem
Negro-cão, louco e liberto, corro em qualquer direção,
muitas vezes pisando e destruindo
as flores do meu próprio jardim
No escuro verde, meu pêlo preto quase desaparece,
mas meu sorriso danado nem a noite escurece

Verde-jardim, sou minha paz interior,
sem ter pressa, sem medir distância
Negro-cão, sou desespero e tanta, tanta ânsia...

Verde-jardim
Negro-cão
Eu, equilibrando-me nas próprias contradições

 

De
Raimundo Gadelha
VIDA ÚTIL DO TEMPO
São Paulo: Escrituras, 2004.
11p. ilus. capa de pano
ISBN 85-7531-126-3

 

 

Pleno sentido

 

Densa, a neblina espalha-se lá fora

Da janela já não se enxerga a montanha

Mas. mesmo de olhos cerrados,

não se distancia a sensação de sua presença

 

Suave, o vento vem daqueles lados

e, cúmplice, sopra em toda a sala

a certeza de que a montanha, absoluta, continua lá

 

Sobre as teclas do velho piano,

pó denunciando uma longa espera de graves e agudos

Na estante, livros repletos de intocadas emoções

No canto, uma foto já Quase amarelada

provoca branda solitude, suportável dor

O brilho dos olhos, o delicado sorriso...

A mulher da fotografia é nitidez e ausência

 

A montanha que não se vê,

sem nenhum esforço é possível sentir

Ela está aqui. presente como o respirável ar

 

Agora, uma chuva intensa

faz elevar-se o cheiro da terra

Do telhado, pingos emprestam ao piano graves e agudos

O vento penetra ainda mais forte,

revirando jornais com antigas notícias impressas...

Na fotografia, a leve impressão de solidário sorriso.

 

 

GADELHA, Raimundo.  Um estreito chamado horizonte.  4ª. edição. Versão japonesa Masuo Yamaki.  São Paulo, SP: Escrituras Editora, 2015.  s.p. ilus. p&b  fotos  20x20 cm.  Capa: Marcelo Leite e Raimundo Gadelha. Projeto gráfico e diagramação: Marcelo Gallacci. Ilustrações: Harumi Kawamionami. ISBN 978-85-7531-638-2   

 

         O livro praticamente inaugura o tanka, poema de 31 sílabas na estrutura 5-7-5-7-7, uma espécie de extensão do haikai ou haiku, com suas particularidades.  Antes de Raimundo Gadelha tivemos apenas a edição de Takuboku Ishikawa  - Tankas em traduções. Publicado pela Roswitha Kempf Editores.  Raimundo Gadelha exercitou-se neste tipo de versejação, mas em português. Logo pediu para serem traduzidos ao japonês, e obteve uma enorme recepção e divulgação no Japão e aqui no Brasil, já em sua 4ª. edição brasileira. Na opinião de Masuo Yamaki, “até que enfim surgiu um brasileiro ousado que, motivado pela forte inclinação que, desde o primeiro contato, teve com o estilo...”, convertendo-se em um “samurai nordestino”...  ANTONIO MIRANDA

 

Por razão de restrições de direitos autorais, reproduzimos apenas estes dois exemplos, na intenção de promover o autor e sua obra.



 

Página publicada em dezembro de 2009; ampliada e republicada em nov. 2010. Página ampliada e republicada em março de 2018.


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar