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Foto https://henriquebarbosa.com

 

 

PAULO FERNANDO CRAVEIRO

 

Filho de Alfredo Craveiro Costa Leite (advogado, promotor de justiça, poeta e jornalista) e Maria José Niceas Leite, Paulo Fernando Craveiro nasceu em 11 de agosto de 1934 em Alagoa do Monteiro, hoje município de Monteiro, na Paraíba. Quando tinha apenas três meses de idade foi, com a família, morar no Recife, Pernambuco. Estudou na Faculdade de Direito do Recife. Fez curso de estilo literário na Faculdade de Filosofia da Universidad de Madrid, ganhou o Prêmio de Jornalismo Carlos Septien, criado pelo Instituto de Cultura Hispânica de Madri, frequentou aulas de teoria política na George Washington University e aperfeiçoou-se em jornalismo na Thomson Foundation, no País de Gales.

Começou sua carreira profissional como locutor de rádio, depois de tirar primeiro lugar, aos 15 anos de idade, em concurso instituído antes da inauguração da Rádio Tamandaré, do Recife, pertencente à rede de Emissoras Associadas.

Durante carreira jornalística na televisão, apresentou o programa "Um Homem Chamado Notícia", na TV Jornal, com um foco interpretativo do que estava acontecendo no Brasil e no mundo. Encerrava o noticiário dirigindo-se sempre aos telespectadores de forma lacônica para ensejar, enquanto rasgava o papel em que havia recém lido as notícias, a famosa frase de despedida: "pernas pro ar, que ninguém é de ferro!", uma genuína expressão do caráter brasileiro, aplicada no sentido de sintetizar principalmente o fato de que nem sempre se pode trazer boas notícias.

Na mídia escrita, inicialmente, redigiu artigos de crítica cinematográfica. Desenvolveu, posteriormente, uma extensa carreira no jornalismo brasileiro e foi correspondente em vários países. No Jornal do Commercio, do Recife, e no Diário de Pernambuco, percorreu uma escala de atividades que foi de repórter a editor internacional, de editorialista a colunista e cronista diário.

Convidado para o cargo de secretário de Estado da Casa Civil do Estado de Pernambuco, na época do governo de Nilo Coelho (1967-1971), conduziu a visita da Rainha da Inglaterra, Elizabeth II, e do Príncipe Phillip. Curiosamente, enquanto os representantes britânicos estavam sendo recepcionados no Palácio do Campo das Princesas, sede administrativa do governo de Pernambuco, ao passar Elizabeth II para o salão de banquete, onde se encontravam autoridades e membros da comunidade do Reino Unido, a rainha foi surpreendida pela falta de luz. Não se abalou, entretanto. Ela permaneceu no local, afirmando: "Não há problema. Isso também acontece na minha terra". Como a volta da energia elétrica demorava, o secretário muniu-se de um candelabro de velas e continuou as apresentações. Essa cena redefiniu todo o cerimonial e integração interpessoal entre as personalidades brasileiras e britânicas na passagem da soberana britânica.

Como jornalista Craveiro viajou por muitos países inúmeras vezes. Graças à experiência, transmitiu sua visão do mundo através de crônicas e textos jornalísticos. Como autor de livros, prosador e poeta, fez outras viagens, atemporais e imaginárias, atravessando a ponte literária que une ficção e realidade.

 

CRAVEIRO, Paulo Fernando.  O pintor de fêmeas. Poemas de Paulo Fernando Craveiro. Serigrafias de Francisco Brennand. Recife: Oficina Cerâmica  Francisco Brennand, 1976.  40x54 cm.   Encadernação: Nilo Firmino. Tiragem: 100 exs.  Folhas soltas.  Ex. 24, assinado pelo autor e pelo artista, coleção do bibliófilo Zenilton Gayoso.

Escolhemos e divulgamos dois poemas e três serigrafias do livro:

 

 

        

O PINTOR DE FÊMEAS

A Francisco Brennand

Em torno do nu redondo
a tinta sobre a tela
não compõe vestes
e sim arma uma cilada
para cravar feridas
na terrível compostura
dos modelos de seda.
O nu não é precário
com um vestido de bolas
e o sexo tem seu início
nos peitos algemados
do suave animal bravio.
Por trás da nudez
a superfície é branda:
somente verde e azul
liquefeitos na pele.
No coração do pincel
circula como sangue
a grave vontade de amar.
No coração da matéria
do pintor de fêmeas
a mulher está navegando
como se fora um barco.

 

 


O CORPO DESCOBERTO


Canção de areia nas dunas
ensangüentadas de sal.
Canção dourada pelo ouro
velho do coração antigo.
Ah, meu coração está domado
com rédeas no peito,
e meus dentes afiados
estraçalham o passado!
As dunas se desfazem
num lençol de areia
que dá para cobrir meu sono
mas não meu corpo descoberto.

 

 

O LEOPARDO

 

Aqui, sobre o dorso do verão,
o vento é mensageiro
de folhas, de mel e de sol.
O verão é um lento leopardo
que anda com suas patas de molas
sobre a grama orvalhada.
O verão é esse animal bravio
feito de cal fluorescente
pintado sobre seu corpo
de músculos quadriculados.
Aqui, sobre o dorso do verão,
o leopardo cavalga,
lento, grave,
tenso e quente,
o sémen derramado no chão,
sem saber para onde vai
nem interessado em avencas.

 

 

Página publicada em julho de 2018

 

 

 
 
 
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