|   NANDO POTYGUARA   Fernando Gomes (Nando Potyguara). Foi fisgado pela poesia em João Pessoa  (PB), onde nasceu. Filho de Maria Santana Gomes, do povo Potiguara. Fez os  primeiros estudos na aldeia e na cidade de Baia da Traição (PB), onde escreveu  poemas e conheceu o teatro. Estudou no Lyceu Paraibano (João Pessoa). É coautor  de FINCAPÉ (2011) do Coletivo de Poetas. É  ator, humorista e graduando em Administração de Empresas na Faculdade CECAP  (em Brasília, DF). Nando Potyguara gosta de se definir como "O poeta das  multidões".      TEXTO EM PORTUGUÊS   -    TEXTO EN ESPAÑOL   LINGUAGENS – LENGUAGENES /Edição bilíngue Português /  Español.  organização  Menezes y Morais; tradução Carlos Saiz Alvarez, Maria Florencia Benítez, Lua de  Moraes, Menezes y Morais e Paulo Lima..    Brasília, SD: Trampolim, 2018. 190 p. (7ª. coletânea do Coletivo de  poetas) ISBN 978-85-5325—035-6.    Ex.  bibl. Antonio Miranda     CONFIGURANDO LARANJAS     No tramite da confusão mesas postas, garçons, cafezinhos e choferes ainda sobre mesas, camarão, lagosta e salmão e nos bastidores curiosos sobre a caixa de Pandora filha ou neta de mensalões...   Mas há quem fale que isso não vale nada, não é tempo de eleição e cabisbaixo sai o louco pensante pelas simetrias do Plano Piloto a contar laranjas podres ao chão   Porém o outro pensante exclamou sua opinião No entanto também diz o povo: "Que tudo se exploda! O ano que vem tem eleições de novo e votaremos, queremos é carnaval..."   Caixa de Pandora é nome configurado o concreto pode ser mensalinho ou mensalão O resto não interessa é força de expressão Chamem os bombeiros para abafar o fogaréu                       Brasília, agosto de 2012.     TEXTO EN ESPAÑOL   Fernando Gomes (Nando  Potyguara). Cayó en las redes de la poesía en João Pessoa (Paraíba), lugar  donde nació. Hijo de Maria Santana Gomes, del pueblo Potiguara. Cursó los  primeros estudios en la aldea y en la ciudad de Baia da Traição (Paraíba),  donde escribió poemas y entró en contacto con el teatro. Estudió en el Lyceu  Paraibano (João Pessoa). Es coautor de FINCAPÉ (2011) del Colectivo de Poetas. Es actor,  humorista y cursa en la actualidad Administración de Empresas en la Facultad  CECAP  (Brasília, DF). A Nando Potyguara  le gusta definirse como «El poeta de las multitudes».     CONFIGURANDO  HOMBRES DE PAJA   En el tramite de la  confusión mesas puestas,  camareros, cafés y chóferes aún sobre las mesas,  camarones, langosta y salmón y entre bastidores  curiosos sobre la caja de Pandora hija o nieta de grandes  mordidas...   Pero hay quien habla  que esto no sirve de nada, ^ no es tiempo de  elecciones y cabizbajo sale el  loco pensante por las simetrías del  Plano Piloto contando por el suelo  hombres de paja podrida   Aunque el otro pensante  exclamó su opinión mientras el pueblo también dice: «¡Que todo explote! El año que viene hay elecciones  de nuevo y votaremos, lo que queremos es carnaval... »   Caja de Pandora es  nombre configurado lo concreto puede ser mordida o dentellada El resto no  interesa es rizar el rizo Llamen a los bomberos  para apagar el fuego  Brasilia, agosto de  2012.  
 
                     FINCA-PÉ. COLETIVO DE POETAS.        Organizador:Menezes y Morais.  Brasília: Thesaurus, 2011. 280 p.
 Exemplar da biblioteca de Antonio  Miranda
 
 
 A RESISTÊNCIA
 
 Séculos passaram-se,
 nunca a resistência.
 Décadas passaram-se,
 nunca a intransigência.
 Passou-se muito tempo
 e índio vive e convive
 com o seu flexível
 e orgulhoso argumento
 de saber sua história
 nessa grande trajetória
 de galhos cortados
 de troncos cortados
 de redimidos unidos
 Com o nobre orgulho
 de ainda ter as raízes
 e jamais ser vencido
   A Nau dos Navegantes 
 Ai  que quinhentos doloridos
 no cais amargo da escuridão aborígine
 pois, na terra de Pindorama
 estavam cansados depois de ultrapassarem
 barreiras, tombantes e perplexantes
 por causa da nau aventuradoura
 
 E, no entanto, exploradora
 no mar da solidão natural
 e humana da Baía da Traição
 
 Da imensidão indígena,
 para salvarmos do pecado capital
 fizemos um massacre normal e peculiar
 para livrar-nos de dizimações
 e escravidão dos bárbaros canhões
 
 Por isto, falo dos filhos de Tupã
 daquele lindo povo do matagal,
 habitantes do litoral
 
 Hoje juntamente com as trincheiras
 ou com a enseada da emoção
 ficamos a contemplar, eu as sereias cantantes
 do belo Mar revolto da Baía da Traição
 a essência da nau dos navegantes
 que por aqui um dia e num instante tão fugaz
 com seu poderio de guerra tiveram que passar...
 
 
 A Gota D´água
 
 Pena que não era um sonho,
 era realmente um mundo real
 e, nesse mundo havia um lençol azul
 graças ao Céu que pigmentava esse lago de anil
 em um lugar que é de todos nós,
 bem ali, no coração do Brasi
 Já era tarde naquele momento quando decidi
 ir até esse lugar,
 lá chegando apenas ri e pus-me a contemplar
 querendo encontrar respostas e se sucesso
 Me vi novamente em lamentar.
 Meu Deus, que coisa! que é isto?
 onde este mundo vai parar?
 Lá no íntimo resposta foi sussurrar
 Preciso de um jeito para aqueles cais retirar
 tendo a plena certeza que por ali não se pode passar
 tão pouco banhar ou filosofar para a vida
 sendo este cais área particular
 “compraram” esse nosso mundo
 sem ao menos houver um solicitar
 Ah” meu Deus que pena!
 Neste instante está o solitário poeta
 observando um monte de garrafas pet a boiar
 e umas sacolas de supermercado com dejetos de ossos
 e  copos descartáveis a afundarem nas águas eo
 Lago Paranoá
 Quisera não estar narrando esta cena
 Porém sempre que posso,
 delicio-me e contemplo a beleza do Lago Paranoá
 E assim, todos precisam preservar...
 
 *Página ampliada e  republicada em setembro de 2025.
 
 Página  publicada em janeiro de 2020   
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