MIRTES WALESKA SULPINO
Paraibana, Caririzeira, cursou Letras na UEPB e atualmente cursa Comunicação Social na mesma instituição. Escreve desde’98 após conhecer os poemas de Florbela Espanca, Cecília Meireles e os livros de Machado de Assis, esses últimos a acompanhava desde a infância e adolescência, quando morou uma no município de Boqueirão com os seus avós. Após alguns anos residindo em Campina Grande, onde conviveu no universo acadêmico com alguns escritores, hoje reconhecidos, regressou à Boqueirão e atualmente é presidente da ABES ( Associação Boqueirãonse de Escritores) que conta com cerca de trinta associados, sendo doze poetas/escritores. São poetas, contistas, ensaístas, cordelistas; do mais letrado ao menos instruído. A mistura do conhecimento e da sabedoria popular, os ingredientes certos para se perpetuar os saberes. Sua poesia pode ser lida no Blog que tem o mesmo nome do seu livro, Versos Expressos, no seguinte endereço: http://mirteswaleska.blogspot.com.
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Os poetas Mirtes Waleska Sulpino e Antonio Miranda na 9ª Bienal Internacional do livro do Ceará 2010.
ABUTRE VORAZ
No sol quente escaldante do sertão
onde o vento queima feito labareda
o homem labuta à procura de pão, alimento visceral.
usa a enxada, arma da sobrevivência,
Como um guerreiro usa o seu punhas.
Calangos, mandacarus, xiquexiques.
São suas companhias do dia-a-dia,
Compartilham seus ais,
Seus dias quentes e as noites vazias.
A morte à espreita daquele que jaz.
O solo infértil, seco da chuva
Cheiro de morte exalando do chão
Animais ressequidos, virando poeira.
Ao seu lado um abutre voraz,
Faz-lhe companhia, disputando seu féretros restos com os demais.
Cotidianamente o homem menino,
Bicho, rapaz.
Em busca da sobrevivência,
Fugindo das garras da “indesejada das criaturas”,
Abutre se faz.
APRENDENDO A VOAR
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. Um dia saio de mim
. De minha casa,
Do meu casulo.
. E desenho,
. - com poesia –
. . Borboletras no céu.
oesia
(In) P
erfeita
Não quero rimas fáceis,
Quero o vento espalhando meus versos jogados sobre a mesa,
escritos em um papel qualquer.
Quero todas as palavras que caibam em mim,
Na minha poesia, na nossa velha canção que guardo na lembrança.
Quero a metamorfose das idéias,
da minha fantasia desenhada nas nuvens,
A procura de alguém a decifrá-la.
Quero a poesia imperfeita
o soneto inacabado
o epitáfio imortalizado
A causa do meu viver.
UM LIVRO À PARTE
Sou poeta sem rosto
sem nome, sem cor
Sou poeta nas veias, nas teias.
Do imaginário promissor,
Sou poeta alado
Curvado perante o criador.
Sou poeta dos sonhos,
Desertos, miragens.
Escultor de palavras
Poeta, sim.
Eu sou!
Página publicada em abril de 2010 |