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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

MATIAS FREIRE

 

( 1882 – 1947 )

 

 

Matias Freire nasceu na cidade da Paraíba, atual João Pessoa, no dia 21 de agosto de 1882.

 

Após cursar o secundário no seminário de sua cidade natal, ordenou-se padre em Recife. De volta à Paraíba, além de dedicar-se à poesia e à filologia, foi professor e diretor da antiga Escola Normal e do Liceu Paraibano, e publicou na imprensa local artigos que muitas vezes provocaram crises. A partir de 1908 exerceu também vários mandatos de deputado estadual, chegando a presidir a Assembléia do estado em 1913. Nesse mesmo ano, foi escolhido pelo presidente estadual João Pereira de Castro Pinto para representar a Paraíba no V Congresso Brasileiro de Esperanto, realizado no Rio de Janeiro.

 

Tendo participado da Revolução de 1930 comissionado no posto de major, em outubro de 1934 foi eleito deputado federal pela Paraíba. Cumpriu mandato de maio de 1935 a 10 de novembro de 1937, quando o golpe do Estado Novo suprimiu todos os órgãos legislativos do país.

 

Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba e sócio-fundador da Academia Paraibana de Letras.

 

Faleceu no dia 30 de março de 1947.

 

FONTES: Almanaque da PB; BITTENCOURT, L. Homens 2; Boletim Min. Trab. (5/36); CÂM. DEP. Deputados; CÂM. DEP. Relação dos dep.; Diário do Congresso Nacional; FREIRE, G. Ordem; MAIA, S. Crônicas; PINTO, L. Antologia.

 

 

PINTO, Luiz.  Coletânea de poetas paraibanos.  Rio de Janeiro: Ed. Minerva, 1953.  155 p.  16.5 x 24 cm.     Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

FRANÇA ETERNELLE

 

Necessário é que sofras, mãe latina
De povos imortais, do génio egrégio,
Que doira o pensamento de harmonias,
Nas ciências, nas artes e nas letras.

 

Doce França, de cantos tua História
E' cheia, como as fontes sempre inquietas,
Cantos de amor, de luz, de fé ardente,
De heroísmos em pról da humanidade.
 

Finda a guerra, teu nome nas alturas,
Voltarás, como o sol, como as estrêlas,
A brilhar sôbre as trevas dos vencidos.

França ,eterna, de heróis e de heroínas,
Flor cristã de evangélicos perfumes
Será teu sofrimento a tua glória.

 

 

 

OPUS

 

Trabalha, pensador! Devora o espaço, investe
As regiões ideais lá onde reina o clima
Da eterna primavera, — acima disto, acima
Do intrépido brutal, que mata como a peste.

 

Sê poeta! crê na Alma, — até na do cipreste,
Que se balança e geme, ao vento, quase rima
De um verso cujo som, vibrando, nos exprima
— Alguma dor terrena, alguma luz celeste.

 

Perfuma atua vida! exalta o teu destino

Na estética do Bem, nutrindo a sêde e a fome

De amor da humanidade, oh génio peregrino:

 

Faz, ao menos, enfim, um sonêto bonito
Onde caiba o Universo, onde fique teu nome
A fulgir, como sol, na glória do Infinito!

 

 

 

ROMARIA

 

Virgem das virgens, eu de longe venho,
Ao sol ardente e à poeira aborrecida,
Buscando a sombra azul de tua ermida
e nisto pondo o mais sagrado empenho.

 

Dentro em minha alma tua imagem tenho,
Branca, rezando, meiga, aparecida,
Como aurora de amor de minha vida,
Como a estrela polar de meu engenho.

 

Padre e Poeta, arcanjo e passarinho,
Quero eu viver, sonhar, dormir sozinho
Nesse degraus de luz de teu altar...

 

Abre o teu nicho e guarda-me contigo
E, como ao sol beijando o loiro trigo,
Mostra teus pés e deixa-me os beijar.

 

 

Página publicada em agosto de 2019

 

 

 


 

 

 
 
 
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