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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

MARDOKEU NACRE

 

Nasceu na capital do Estado -- João Pessoa, no ano de 1885. Foi, durante anos, grá­fico da Imprensa Oficial, onde sempre se revelou um espírito inteligente votado às letras.

Foi sócio fundador da Associação Paraibana de Imprensa.

Escalando posições na Imprensa Oficial chegou a desempenhar as funções de Gerente do jornal oficial "A União".

Publicou, então, o seu livro de versos matutos "Fulorêios", em que se revelou um artista do "folk-lore", na exata accepção dos termos aglu­tinados. Pode-se dizer mesmo que excedeu a Catulo, no emprêgo do lin­guajar caipira tal qual como se expressa o sertanejo rude nossos grotões nordestinos.

Damos abaixo algumas de suas produções, extraídas de " Fiilorêios":

 

 

 

PINTO, Luiz.  Coletânea de poetas paraibanos.  Rio de Janeiro: Ed. Minerva, 1953.    155 p.   16.5 x24 cm    Ex .bibl.  Antonio Miranda

 

 

AS MOÇA E AS VÉIA

 

Fazendo muita zuada,
Se pintava de carmim,
Tudo se rindo, açanhada,
As fia de seu Crispim...

 

A Vó, toda incriquiada,
Grita: "Cambada ruim!
No meu tempo, canzuada,
As coisa não era acim...

 

Intojada co'a bruaca,

Sarta  e  diz:   "Chega  me ispanta!"

A mais menó delas três;

 

E, dando uma rabiçaca:
"Essas véia toda santa
Não relata o qui já fêi!"

 

 

RESPOSTANDO...

 

Se eu posso te ixpilieá,
Proguntace, no açudão,
Se amô, ciúme e paxão
Tem cum quê se cumpará.

 

Eu te ixpilico, já-já:
Amô é mangiricão:
Só laiga chêro nas mão,
Sem muito se cachucá;

 

Paxão é onça cabrêra
Qui se amoita nas varêda
E péga a gente às treição...

 

Ciúme é qui nem fuguêra:
Quando afinda as labareda,
Fica o brazêro e os tição!

 

 

 

PREPÉTA

 

Te fiz, Prepéta, presente
De uma prepéta purquê
Prepéta e forte as corrente
Do nosso amô têm de sê.

 

 

 

HAI MUITO DIÇO

 

Quando o mano do vigaro
Imbaicou lá p'as instranja,
A pobrezinha de Aicanja
Ficou da cô de um canaro,

 

Guenza e feia. .. Aí, chamaro
O curado Mané Franja

Qui dixe: "A cura se arranja;
Meus trabaio nunca é caro. . .

 

Chega a madrinha, zanôia,

Caquela cara de sôia,

Progunta a Franja: "O qui é isso?"

 

— "Sá dona, a sua afiada
Mufina acim, não tem nada..
Tá morrendo é de feitiço!"

 

 

 

PENSAMENTOS ADÉVÉRSO

 

— "Tem de casá cum Vicente!
Berrou seu Zé p'ra subrinha,
Uha magréla, sem dente,
Qui uns trinta cajú já tinha.

Êle anda hambo... duente...
Tem uns burro e umas vaquinha;
Se infalecê dérrepente,
Teu é os burro; as vaca é minha."

Sorta a moça: — "Qui capricho!
Qu'intulicança e bextêra!
Meu tio agora indoidou...

 

Eu? casá c'aquêle bicho?!
Perfiro morrê sortêra
Nem qui seje de ixtopô!"

 

 

 

I N L U D I Ç Ã O

 

Eu tava tão sastifeito,
Maricá, sem teu amô,
Qui  eu  côidava  sê confeito
E foi um fé de amaigô!

 

0 bem-querê de teu peito
Parece nuve e fulô:
Nuve qui muda de geito,
Fulô qui muda de cô. ..

 

Marvada ingrata, só digo
Pru móde a minha dôidiça
Tu nTinganace, muié!

 

Apôis eu sube o pirigo
Do teu falá qu'infeitiça
Disfôiando um má-me-qué...

 

 

 

VIVÊ FOIGADO

 

Minha casinha de paia,

De inxamé só de aruêra

Bem aivinha, toda intêra,

Qui Antão, meu fio, é quem caia;

 

Meu animá de cangaia,
Qui leva as caiga p'ras fêra,
De pacova e macachêra,
Fazendo inveja à canaia;

De omentá tão derrepente
Cas tocêra de fêjão,

 

E' furtuna qui agaranto
Não piçúe muita da gente
De briante no anelão.

 

 

 

Página publicada em agosto de 2019

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 
 
 
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