MARIA MARTHA CAVALCANTI
No livro (abaixo) de onde extraímos o poema a seguir, não oferece dados biográficos da autora... Na internet aparecera mais de uma pessoa com nomes parecidos... A que nos pareceu mais confiável informava tratar-se de uma professora da Universidade Federal da Paraíba.
Por favor, se alguém tiver dados mais confiáveis, avise-nos!!! : antmiranda@hotmail.com
POETAS BRASILEIROS DE HOJE, 83. Coordenação Editorial: Chantal Lesbaupin. Editor: Christina Oiticica. Rio de Janeiro: Shogum Ed. e Arte, 1983. 157 p. 18x21 cm Ex. bibl. Antonio Miranda
OS CÂNTICOS DO AURI-VERDE PENDÃO DE MINHA TERRA
Foi Cabral o grande navegador/
Que divagou consciente de sua descoberta/
Própria vontade de quem jamais sonhou/
Nesta terra santa onde tudo é festa/
Caso imperioso Cabral vibrou/
Ao ver o céu tão lindo majestoso/
E do marulhar azul das ondas em reboliço/
Em fontes febris susteve o céu aberto/
Toda uma gente que não sabia sentir/
De Cabral queriam sua fé ruir/
Sem colher melhor o que ele dava/
Sem ver no infinito o que buscava então/
Que venha o céu, a terra e os montes/
Que venha o poder do homem sedento/
De tudo que se faz para sua redenção/
E Cabral em suas horas de angústia/
Solitário, circunspecto, com reflexão/
Lançou ao mundo toda uma idéia/
De simples varão ao audacioso pirata/
Iça sua vara em troca de riquezas/
Traz o seu jumento trôpego no andar/
Vencido o regime de quem já pisou em terra/
Porque esconder em seu seio bendito?/
Toda a certeza de que estamos fortes?/
Seja no centro, sul ou no norte/
Teremos em Cabral nosso patrono amigo/
Que em certos dias rompeu o infinito/
Subindo na fé mostrando-se ao mundo/
Sequioso do grito de Liberdade/
Trazendo pra terra o amor a lealdade/
Faz destes cânticos do auri-verde pendão/
A grandeza triunfal de grandes brazôes/
Onde o céu despeja sua fortuna/
Onde os pássaros gorjeiam em surdina/
Onde um dia semeei meu coração/
Qual o planger triste de um violão/
Da garganta de Cabral escuto embevecida/
O som mavioso qual prece esquecida/
Esta pálida, doce e incontida canção/
Tirada do recôndito lídimo do meu coração/
E o sol que atrás dos montes irradia/
Pingentes sadios de um colorido doirado/
Dando ao povo a aquarela brasileira/
Em arregalos varonis, banhando os gigantes PRADOS/
Página publicada em setembro de 2020
|