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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

LUIZ FERNANDES DA SILVA

 

SILVA, Luiz Fernandes da.   PoemáticaRio de Janeiro, RJ: Edição do Autor, 1977.  16 p.  20 x 28 cm.  Impresso no Jornal Tribuna da Imprensa. Apresentação: Políbio Alves.  Ilustração da capa: Olavo Svendson. Ex. bibl. Antonio Miranda.

 

 

Ou / vindo

 

Ouvi dizer,

que através do tempo

a tua viagem de argila "

despertou nas trevas empavaradas.

Ouvi dizer

que a flor de fibral radiantes
vem dos Pântanos cozidos,
pelos resíduos de urânio.
Ouvi dizer,

que na noite o pensamento
é sempre mais devagar,
e qualquer gesto é mudo.
Ouvi dizer,

que alguém sairá a procurar
lembranças bíblicas de tempo.
Ouvi dizer,

que todas as sementes reproduzirão
na fertilidade das salas úmidas.
Ouvi dizer,

que os rios correm nas madrugadas,
Ouvi dizer

que os homens olham à cidade
com olhos de posse.
Ouvi dizer

que Jamais saberei o ferrugem de
teu ventre

e que ficarei perdido no cimento armado
de tua passagem inébil.

 

 

Viagem cósmica,
ou uma imagem

A imagem retratou
o movimento de uma lesma
latejando em teu pulso
em grande silêncio que
acelerou teu universo.

 

A porta alongou-se para

mais fundo

dentro de teu mundo.

 

Os processos continuou

no bojo de um painel

lançando laivas de tintas brancas.

 

O circunflexo das pernas

a seta do dorso,

e ................................    

 

Uma semente caiu
no chão,

da viagem cósmica que fiz
expostas nas entranhas.

 

 

 

 

Criação 2, ou uma
fórmula poética

 

O Poeta vai
c

cr

cri

cria

crian

criand

criando

a

s

su

sua

1

lv

lvr

lyra. 

 

SILVA, Luiz Fernandes daNavegando. Prefácio: Zilma Ferreira Pinto.   João Pessoa: 2004.  60 p.  14,5 x 20,5 cm.  Ex.bibl. Antonio Miranda.

 

                Nave(gando)

No barco sem rumo
navego só(lidão)
abraço o nada.
Na(Vego) o impossível
o imaginário fica
paralisado pelas gaivotas
A brisa fica na sinopse
do oceano - palavra
e os gestos ficam
a sombra dos coqueiros
de ilhas imaginárias.
A solidão fica
no pensamento dos olhos.
O tempo navega no
mar de imprevisões
 

 

Desespero

 

Procuro a paciência

que ficou aprisionada

no monograma

estrangulado do momento;

a palavra bloqueada de minha boca

e o cansaço dos balanços do dia.

 

Mergulho fundo

no nó das incertezas,

sobrevivo na distribuição dos afetos

crucifico meus impulsos,

deixo meu riso suspenso

no instante da constelação da vida.

 

E quando libertar-me

desses desesperos, lubrificarei

todas as minhas células,

extinguirei todos os meus desesperos

e buscarei uma nova dimensão

para o ciclo do meu dia-a-dia.

 

 

Instantes

E assim
fui engolindo o instante
procurando
no íntimo dos sentidos
as dobras da fala
mergulhado nos labirintos.
Meus pesadelos
algemados na me(memória)
e os impulsos no ombro.

A cada momento
sustento a tarde
em minhas mãos.
Fantasio a paisagem
nos fios da mente
e afago meu instante
nas esquinas do tempo.

 

 

 

Página publicada em agosto de 2019

 

 


 

 

 
 
 
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