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FERREIRA DE MELO

( ZUZA FERREIRA )

 

José Tertuliano Ferreira de Melo, ou Zuza Ferreira para os seus contemporâneos, nasceu no dia 26 de abril de 1888, numa época em que Pedra Lavrada era um arruado pertencente a Picuí. Aos onze anos foi residir em Itabaiana. Nesta cidade, aprendeu a ler e adquiriu a profissão de alfaiate, um ofício muito rentável e respeitável numa época em que não existiam as roupas prontas. Mas ao longo deste período, além da atividade de alfaiate, ele desempenhou outras tantas como a de cortador de carne verde, músico, poeta, jornalista, professor, político, folião animador dos carnavais, mantenedor da banda, fundador de sociedade beneficente.

Zuza Ferreira ensinou sua profissão ao famoso poeta popular Zé da Luz. Durante o tempo em que ele residiu em Itabaiana, foi o centro irradiador de quase toda a movimentação da cidade, a ponto de o historiador Sabianiano Maia afirmar que ele foi a própria vida da cidade.

Depois de viver 28 anos em Itabaiana, ele transferiu-se para João Pessoa (1927) e foi trabalhar na conhecida Alfaiataria do Norte.

Zuza Ferreira, como todas as mentes lúcidas da época, apoiava as reivindicações do movimento tenentista que defendia o voto secreto, reformas sociais e econômicas. Alistado na revolução de 30, tornou-se oficial com a patente de tenente. Foi interventor em Araruna e Guarabira.

Depois de cumprir a sua missão como administrador de cidades, ele transferiu-se para o Rio de Janeiro onde ficou até o ano da sua morte (1956). Foi o terceiro papel deste grande homem, que optou pela tranquilidade de um cargo no INSS. Deixou sete filhos no mundo.

Obras de Zuza Ferreira: Fagulha D’Alma, Vinte e Quatro Horas, Em Lá Menor, A História de Ágaba, Relato da morte de Sady e Suicídio de Ágaba (este último causou muita emoção e sucesso nos anos 20, por ser um forte drama emocional, bem ao gosto da época).

Do texto de Alisson Pinheiro   Fonte da biografia: http://fabiomozart.blogspot.com

 

PINTO, Luiz.  Coletânea de poetas paraibanos.  Rio de Janeiro: Ed. Minerva, 1953.    155 p.   16.5 x24 cm    Ex. bibl.  Antonio Miranda

 

        C O P A C A B A N A

Jovem, rica de encantos naturais!
Bela e feliz, pelo que exprime de arte!
eis-te, não é lisonja proclamar-te
uma nesga do Céu, entre os mortais!

Montes, que dos teus faustos erguem parte,
cingem-te aos altos páramos atrais!
E o mar — que meigo! — sempre a emoldurar-te
no seu régio franjado de cristais!

Para o enlevo de humanas Divindades,
cromatizas o amor em lindos fólhos..
e o sonho em deliciosas suavidades!...

Céu! Ou inferno!. . . Iriando em traços mil,
és bem, Copacabana, a um mundo de olhos,
a menina dos olhos do Brasil!

 

 

Página publicada em agosto de 2019


 

 

 
 
 
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