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JOSÉ ALVES SOBRINHO

(1921-2011)

Nasceu em 25 de junho, em Picuí, zona rural do Curimataú do Estado da Paraíba, como José Clementino de Souto. Poeta e cantor popular, perdeu a voz  no final dos anos de 1960 e dedicou-se à pesquisa das tradições populares.

 

ALVES SOBRINHO,  José.  Sabedoria de cabôco.  Campina Grande, PB: Latus - Editora da Universidade Estadual da Paraíba, 2011.  140 p.  15x20 cm.   ISBN 978-85-63984-14-2 Apresentação de Joseilda de Sousa Diniz, prefácio de  Orlando Tejo.  “José Alves Sobrinho “ Ex. bibl. Antonio Miranda

"Sabedoria de Cabôco" é um manancial de paisagens inexploradas, de cromos vivos da roça, de instantâneos bucólicos do campo, de rústicos flaches rurais, com uma honestidade e uma precisão capazes de impressionar o leitor mais exigente. Nunca poeta algum ousou pintar o Brasil nos ângulos mais diretos do seu âmago, englobando costumes e origens, em pinceladas tão doces e substanciais:

"Brasil da mulher rendeira,
Brasil de cipó-bengala,
Brasil dos baús na sala,
Do tear, da tecedeira
Cama de couro e esteira,
Cabeçote e camisão
E o cachorro tubarão
Mijando em cima do toco,
Este é o Brasil de caboco,
De mãe preta e pai João."

 

 

Sabedoria de "cabôco"

Campina Grande - Oitavas –

 

I

Campina Grande, beleza
Rica cidade princesa,
Deu-te a mão da natureza
A forma de um diadema
Cingindo a fronte infinita
Desta fada tão bonita
Que a tantos anos habita
A Serra da Borborema.

II

Nestas florestas azuis
Viveram os Ariús,
Cuités, Curimataús,
Bultins e Caturités
Em suas lutas constantes
Há dois séculos distantes
Até quando os Bandeirantes
Em ti puseram os pés.

III

Teodósio Oliveira Lêdo,
Um sertanista sem medo
Conhecedor do segredo
Do silvícola valente,
Chegou aqui muito moço
Feliz traçou o esboço
Desta cidade colosso
Tão grande presentemente.

IV

Oh! Magnífica cidade,
Bela sublime de idade,
Que sabe ter amizade
Ao povo que vem de fora,
Vive de mãos estiradas
E portas escancaradas,
Oferecendo pousadas
E nunca manda ir embora

V

Oh! Bela virgem serrana
Que em progresso e soberana
Onde foi uma cabana
E hoje um grande edifício
Ornamentando a beleza
Da filha da natureza
Que fez a sua grandeza
Com amor e sacrifício

VI

Teu progresso é admirável,
Tudo teu é agradável
Desde o teu clima saudável
Ao teu porte independente,
Terra hospitaleira e rica
Cujo povo se dedica
Se esforça se sacrifica
Pra te ver sempre a frente.

VII

Tens um passado de glórias,
De lutas e de vitórias,
Pertences a três histórias;
Colônia, Império e República,
Na primeira tu nasceste,
Na segunda tu cresceste,
Na terceira mereceste,
Toda consagração pública.

VIII

Teus heróicos tropeiros,
Almocreves, comboeiros
Foram por certo pioneiros
Do teu desenvolvimento,
Depois destes peregrinos
Caminheiros, tangirinos
Vieram os paladinos
Do teu engrandecimento.

IX

O branco algodão mocó
Do Sertão, do Seridó
Entrava em Bodocongó
Que era porta do Sertão,
Assim cresceu teu mercado
"Há meio século passado"
Quem não vinha trazer o gado
|Vinha trazer algodão.

X

Um dia em cima do Serro,
Ouvia-se um estranho berro
Era o grande Trem de Ferro
Chegando aqui, de outra parte,
Era o progresso talvez
Que ninguém sabe quem fez
Subindo a primeira vez
A Serra do Bacamarte.

XI

Depois que o Trem apitou
O progresso acelerou
E o comércio melhorou
Suas possibilidades,
O Trem que vinha e voltava
Levando o que te sobrava
Trazendo o que te faltava
Suprindo as necessidades.

 

          XII

Campina Grande, Campina
Nunca foste pequenina
Nem mesmo quando menina
Em berços coloniais,
Conservas o mesmo nome,
O tempo não te consome
Teu valor não há quem tome
Deus te deu não tira mais.

 

        XIII

Cresceste o teu cabedal
Grande ação comercial
Hoje cidade industrial
Com glórias de centenária,
Três mil casas comerciais,
Escolas e hospitais
E sobretudo, ainda mais,
CIDADE UNIVERSITÁRIA.

 

 

 

Campina Grande, 11 de outubro de 1974.

 

Página publicada em fevereiro de 2016

 


 

 

 
 
 
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