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JOÃO FURIBA

 

 

João Furiba nasceu em Taquaritinga do Norte, Pernambuco, mas viveu boa parte de sua vida em Sumé, no Cariri da Paraíba. Há algum tempo ele vivia na cidade de Triunfo, no Sertão da Paraíba, com a sua terceira esposa.

O artista era considerado uma lenda da cantoria nordestina e está incluído entre os maiores repentistas de todos os tempos. Gravou vários discos e publicou o livro Furiba: falando a Verdade.

Faleceu aos cem anos de idade em 2019.

 

 

CHICO XAVIER

 

Poeta Repentista e Radialista da Rádio oeste da Paraíba.

 

 

Comentário
O radialista e cantador Chico Xavier, do Sertão da Paraíba, e o veterano João Furiba, nascaido em 1931, também falam sobre a morte, desta vez  com o cantador mais jovem alfinetando o mais velho, que se celebrizou
por seus versos fantasiosos, contando façanhas inacreditáveis.

Por conta de seus exageros na cantoria, Furiba ganhou o apelido bem-
humorado de João Mentira de outro lendário repentista, Pinto do Monteiro.

 

POETAS DO REPENTE. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2008.  116 p.  28 X 15 cm. ISBN 978-85-475-6.  Livro didático com quatro documentários em DVD e Trilha Sonora em CD. / Edição bilíngue – português / inglês. Capa dura. Inclui 2 CDs.

 

A criação do cantador popular tem seu ponto alto no momento do improviso, um exemplo da multiplicidade da cultura brasileira. A série Poetas do Repente faz uma leitura contemporânea desta arte de modo
a divulgar a cultura popular nordestina nas escolas públicas de todo o
País, enriquecer o processo de ensino-aprendizagem e contribuir para o aprimoramento das práticas pedagógicas.
[Permitida a reprodução para fins didáticos, sem fins lucrativos.]

 

 

VIOLA, VERSO E POETA
Autores: João Furiba e Chico Xavier      

 

      Viola, verso e poeta
São os símbolos do sertão
E hoje em dia é sucesso
Em rádio e televisão
Principalmente mostrando
Meu companheiro João.

Eu fiz esta profissão
E não fui cantador ruim
Mas pelo que observo
já se aproxima do fim
E quando eu partir do mundo
Vai alguém chorar por mim.

Pergunto se está no fim
E se você viu branco véu
Se inda está com vontade
De ganhar mais um troféu
E se morrer quando você
Vai ter que ganhar o céu.

       Pra vencer e o branco véu
E as camadas siderais
Resolvi voltar à terra
Para ver esses mortais
Perdi o medo da morte
E agora não morro mais.

Já cantou com Zé Morais
Um poeta caprichoso
Me disse José Maria
Um demônio é Zé Cardoso
Que além de ser João Furiba
Ele é também mentiroso.

Ele ficou orgulhoso
Mas isto não adianta
Me chamar de mentiroso
Está desmentindo a santa
Eu minto e meu mentiroso
Ele nem mente nem canta.

E que se você inda canta
Para o povo muito bem
Se tá perto de morrer
Quantos anos você tem?
Se vai a mais festivais
E se não mente a ninguém.

Eu sei que vou ao além
Quando chegar minha vez
Mas pra viver cento e tanto
Foi Jesus Cristo quem fez
Quando eu morrer volto aqui
Pra fazer medo a vocês.

 

 

Página publicada em agosto de 2020



 

 


 

 

 

 
 
 
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