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EDMILSON DA SILVA

 

EDMILSON DA SILVA, é de João Pessoa, Jaguaribe, professor de língua Portuguesa, poeta, contista e funcionário da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

 

 

A PRESENÇA DA POESIA PARAIBANA: Marcos Tavares / Edmilson da Silva / Pedro Jorge  Ramalho / Rita Monteiro.  "Prêmio de Ficção e Poesia Jurandy Moura".  João Pessoa:       Secr. de Ed. e Cultura, 1981.   84 p.  14 x 21 cm. 
Capa e ilusstrações: Tônio. Coletânea de textos premiados no concurso de ficção e poesia “JURANDY MOURA”, promovido pela Secretaria de Educação e Cultura do Estado, através de sua Diretoria Geral de Cultura. 

 

 

Mater

 

A vida zumbe

Em redor dela.

Não passa, zumbe

Em redor e dentro dela.

 

Seus olhos atravessam

A curiosidade das pessoas

E procuram nos cérebros aturdidos

O porquê das coisas.

Não das suas coisas

Que não dependem de questões.

São.

E o são com tal veemência
Que denunciam barulhentos
A fragilidade de nós neles.
Não prevalece, então,
A palidez dos anos

Derrubando o castanho dos sofridos olhos,

Aureclando-os de enigmático branco

Anunciador da velhice,

Que nós sabemos desvendar

A beleza que ela esconde ciosa

Por trás do olhar teimoso

Em olhar através de nós.

Talvez a procurar

As crianças que fomos

E que, ingratas, fugiam-lhe da retina

Gravando-se no coração.

 

 

 

Pater

 

Não perderam seus encantos
As mulheres que há tanto tempo
Transtornaram a cabeça do meu pai
— Insatisfeita medusa de sensualidade —
Nas jornadas empoeiradas

Das linhas Campina-Recife e Campina-João Pessoa.
Beleza brejeira no rosto sereno
Materializando-se súbitas, em pé,
Nos corredores de ônibus suarentos,
Sexo-arapuca

Fantasiado de ingenuidade,

Forquilha de bacamarte,

Compromisso com a inquietação.

Minha mãe chorando-se maldizendo-morrendo de medo

Na manhã de sol invadindo o alpendre,

O homem de cara má

Reclamando o cabaço da filha

Espoliado por meu pai

Em prolongamentos de viagens

E albergagem na casa

De outros olhos fugidos

De vereda à beira de estradas

Em manhãs mortas

Com a morte do meu pai.

Ainda ostentam a sensualidade

Da alça do sutiã

Subtraída à proteção

Da pressuposta superposta alça do vestido

Vincando a morna carne morena.

As mulheres que incendiaram os olhos miúdos do meu pai
Dirigindo os ônibus

De Hilário Pereira Lira e Severino Camelo. 

 

 

Marasmo 

Constato-me,
Neste domingo de vento, sol

E satisfação doméstica.
Inelutável reticência
No desempenho de mim.
Há no próprio esforço de registro
Ressaibos do tédio e do embotamento

Gerados ao longo de cinco anos

De apática

E infrutífera

Preocupação docente.

Idéias, estruturas, imagens
Dão, por vezes,
Às praias do cérebro
Envolvido na ciranda burguesa

Da sobrevivência,

E voltam, e vêm, e voltam

Ao sabor das espumosas ondas
Da necessidade de criar. 

 

Página publicada em agosto de 2019


 

 

 
 
 
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