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APRÍGIO DOS ANJOS

Aprígio de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu a 12 de março de 1887, no Engenho Pau d'Arco, Estado da Paraíba, falecendo no Rio de Janeiro, em 21 de agosto de 1962.  Advogado e jornalista. Foi Juiz federal em Mato Grosso e membro do Ministério Público do antigo Distrito Federal (ou seja, Rio de Janeiro).  Era irmão do poeta Augusto dos Anjos.
Foi colaborador da revista "Fon-Fon" e de outros periódicos, a partir de 1918.

 

ANJOS, Hermano Odilon dos.  Aprígio dos Anjos,  o caricaturista  do verso.  Hermano Odilon dos Anjos e Jorge Odilon dos Anjos.  Brasília, DF: Thesaurus Editora, 1995.  63 p.  14x21 cm.  Na capa, ilustração de Ruderico.  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

"Guerrilheiro do verso, mestre da caricatura falada." Roberto Lyra

 

[Uma espécie de autorretrato satírico:]

 

Este de narigão hiper-colosso,
Que tem a forma excêntrica do nabo,
Apesar de ser anjo, fez o diabo,
Como Juiz Federal em Mato Grosso...

Anda afetando uns ares de nababo
E, possuindo três palmos de pescoço,
As moças pensam que ele é muito moço,
Dos trinta embora tenha dado cabo!

Saltitante, dengoso, o olhar de demo,
Foi processado já pelo Supremo,
Quase visita o nosso xilindró...

E se quer o seu nome, não se aterre,
Escreve-se com A, com P, com R,
Um I, um G, outro I... e mais um O!

*

O Beijo

 

Eu que em leis sociais sou entendido
E que sei a Moral onde repousa,
Considero que o beijo numa esposa,
Sem o consentimento do marido,

Seja depressa que nem mariposa
Ou seja mesmo um ósculo comprido,
Deveria deveras ser punido
Com bofetada e mais alguma coisa...

Quando, porém, na viúva se o pespega
Com a mesma sede de quem vai à adega,
Contra o pudor não se comete ultraje.

Por igual não nos causa desabono,
Porque o terreno não possui mais dono
E depois... o defunto não reage!...

*

Quando o Supremo Tribunal era sediado no Rio, APRÍGIO, enquanto aguardava o julgamento de uma causa, elaborou estes versos aos quais intitulou como "O Pipi Judiciário", para o deleite de colegas que o cercavam:

 

Deu-se há dias certo fato,
No Supremo Tribunal,
Que reclama do Nonato
Um voto sesquipedal!

Indo ao velho mictório Dos
ad quem seculares,
Suspendendo o suspensório,
Verificou Zé Linhares,

Com toda bondade sua
E o rosto sereno e brando.
Que quem passava na rua
Via a Justiça mijando!...

Logo sisudo e escorreito,
Afrânio Costa - jurista -
Disse tratar-se em Direito
D'uma servidão de vista!

 

Para solver o incidente
De tamanha sensação,
Linhares incontinenti
Convocou uma sessão.

Foi quando, com voz sonora,
Disse Gallotti, sem ler:
— Conquanto vejam de fora,
Não há nada pra se ver!...

*

Descambando

Quando a gente transpõe, entoando prece,
A linha Maginot dos cinqiuent'anos,
Os segundos do Tempo são tiranos,
No relógio da vida que fenece...

Daí, o coronel viver de enganos,
Correndo atrás de tudo que aparece..
Aí, Vergara, se eu trinta hoje fizesse...
Desvendaria os íntimos arcanos!

Cedendo à ação da dolorosa causa,
Ingressei no País da Menopausa,
Onde Afranius Peixoto há muito impera...

E pude ver, bancando o figurino,
O Fraga (não o Armínio) - o Clementino -
A murmurar, saudoso: ... "quem me dera"!...

 

[ sátira ]  

Página publicada em agosto de 2017

 

 

 

 

 


 

 

 
 
 
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