VASCO CAVALCANTE
Autor do livro Sob silêncio, Vasco Cavalcante é Paraense de Belém do Pará. Foi um dos fundadores do grupo de poesia alternativa Fundo de Gaveta, que se manteve na ativa entre os anos 1981 e 1983. Em 1985 foi selecionado pelo edital da SEMEC (Secretaria Municipal de Educação e Cultura), para a publicação de um livro de poesia intitulado Poesias: Coletiva, juntamente com três outros poetas da região: Jorge Henrique Bastos, Reivaldo Vinas e Zé Minino.
Em 1997 lança, pela primeira vez em Belém, um site contendo uma mostra de obras e dados biográficos de artistas paraenses, dando início ao projeto intitulado Cultura Pará, que agora em 2014 completou 17 anos de atividade on-line, contendo em suas páginas mais de 80 artistas nas áreas de Fotografia, Teatro, Artes Plásticas e Literatura, além de uma Agenda Cultural semanal, que apresenta a programação artístico-cultural local, nos teatros, galerias, museus e áreas afins.
Assumiu a Galeria de Arte da Sol Informática durante os anos de 2006 a 2008. Convidado, participou como curador juntamente com os artistas plásticos Geraldo Teixeira e Dina de Oliveira, do XVII Salão de Arte Primeiros Passos do CCBEU, no ano de 2009. Em 2010 tem poemas publicados na revista virtual ZUNÁI - Revista de poesia & debates, do poeta e crítico literário Cláudio Daniel; e em várias edições da revista literária Polichinello. Em 2012 participa como convidado de uma plaquete de poemas, com poetas contemporâneos brasileiros, lançada no dia 14 de agosto , pelo CCSP (Centro Cultural de São Paulo) chamada Desvio para o vermelho: treze poetas brasileiros contemporâneos, com organização de Marcele Becker.
CAVALCANTE, Vasco. Sob silêncio. São Paulo: Editora Patuá, 2015. 108 p. 14x21 cm. Editor: Eduardo Lacerda. Projeto gráfico e capa: Leonardo Mathias. Tiragem: 100 exs. ISBN 978-85-8297-177-2 Ex. bibl. part. Antonio Miranda
entre o meu
e o teu
exílio,
versos
latejam,
lábios
entrelaçam
mundos
*
agora sim
.............(não)
....................os abismos
...................................olho a olho
...................................o corpo oco
...................................submerso
................................................a pele
................................................úmida
................................................púbis angelicus
................................................preso
................................................teso ao vé(ó)rtice
...................................línguas, lamb(i)das
...................................no esplendor do c(é)u
...................................da boca arfante,
...................................o hemisfério sul
...................................o berro louco
...................................engole o oco do corpo
...................................morto
...................................agora sim
...............................................(não)
ao
longe
a rua tépida
................soa
........................emudecem as estrelas
*
o rio
invade,
respira,
aborta o grito
e transborda
lavando o mundo.
ascende,
inspira
o rio
liberta
*
longe de mim
os ardores
da matéria
teço asas, o limiar, as ventanias
a luz
o desapego
o glamour
das utopias
a essência
o verbo
o inesperado…
— URRO —
Página publicada em janeiro de 2017