SOLANGE PADILHA
Nasceu em Belém, Pará, e vive no Rio de Janeiro.
Morou em Paris durante o período da ditadura militar e formou-se em ciências sociais pela Sorbonne. Editou, com outras jornalistas, o jornal feminista NósMulheres.
É doutora pela PUC- -SP.
Participa das antologias: Poemas Cariocas (Ed Ibis Libris, 2012); Poesia do Grão-Pará (Org. Olga Savary, Ed. Graphia, 2001); Nova Poesia Brasileira (Ed. Hipocampo, 1992).
Publicou três livros de poemas: Safographia (1986), Dadaandaainda (1992) e, Escrita labial (2014).
Biografia extraída de issuu.com/rubensjardim/docs/livro_mulheres_poetas_vol_
SERÃO TIRAS REUNIDAS
Serão tiras reunidas no mostruário do tempo
presas uma à outra por um grampo,
um grampo se descasca,
como a pintura de cabelo aos domingos.
Como colorir os dias da semana?
Misturar as cores do arco-íris?
Profetizar como as vogais de Rimbaud?
MEU CORPO
Meu corpo em frente à janela
o vidro colado ao peito
E o ar suspenso
respira
Meu corpo aberto a janela
Vaga lume na massa escura
Meu corpo no teu corpo
da janela nebulosa poeira
expira
pira.
ANTOLOGIA DA NOVA POESIA BRASILEIRA . Org. Olga Savary. Rio de Janeiro: Ed. Hipocampo, Fundação Rioarte, 1992. 334 p. ilus Ex. bibl. Antonio Miranda
ARAGUAIA
os xavantes teceram a mitra de palha do papa
dom pedro colocou o chapéu
e pescou o grande rio
***
o amor nada decide
é fraco
mija coisas arrojadas
depois
mal dá a volta no quarteirão
Página publicada em setembro de 2020
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